Capítulo 6: O comerciante

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O trio estava em silêncio, não falavam nada desde o momento que saíram do Vale dos Dragões.

Wilbur estava visivelmente desanimado, e seus amigos não sabiam como fazê-lo melhorar. Trocaram olhares preocupados ao ver o dragão tão silencioso.

—Ei, Wilbur—chamou Dylan, tentando elevar o astral. —Como você e a Meri se conheceram?

Wilbur deu um sorrisinho. —Ah, a gente se conheceu na praia, porque ela é um dragão aquático, sabe? Eu tinha seguido o curso do rio pra ver onde ele iria desaguar, e então eu vi ela nadando, tão majestosa... Fiquei tão impressionado que tomei um caldo na água—Ele deu risada da lembrança, fitando o horizonte com um olhar nostálgico.

—E aí? O que aconteceu depois?—perguntou Jade.

— Ah, ela me ajudou a sair da água e ficou preocupada comigo, e como eu não sabia nadar, ela disse que iria me ensinar. Eu era terrível nadando, mas eu só continuava indo para essas "aulas" porque eu queria ver ela. Sinceramente, eu continuo sendo péssimo em nadar— os três deram risada com a última parte.

Ficaram em silêncio por um tempo observando a paisagem, mas dessa vez, era um silêncio bom. Jade cutucou Dylan e sussurrou: "Bom trabalho!". Ele sorriu e respondeu: "Obrigado."

"Como sabia que ele iria ficar melhor se você perguntasse sobre a Meri?" ela perguntou.

"Ela deixa ele feliz, então imaginei que ajudaria a melhorar o humor dele" , ele respondeu.

—Olha só, o sol está se pondo!— exclamou Wilbur, apontando para o horizonte.

Jade e Dylan ficaram maravilhados com aquela vista. Já tinham visto o pôr-do-sol várias vezes, mas nunca tinham assistido esse fenômeno enquanto voavam em cima de um dragão.

—Uau — Dylan suspirou. Wilbur deu uma risadinha e começou a voar mais alto.

— Wilbur, o que você está fazendo?— perguntou Dylan, levemente preocupado ao notar o movimento do amigo.

— Vocês vão ver— ele respondeu, sorrindo.

Wilbur foi voando cada vez mais alto, até chegar no nível das nuvens. Dylan se assustou com a altura e começou a se segurar no dragão. Jade fez o mesmo.

—Olhem para seus arredores! — sugeriu Wilbur, gesticulando para a terra e o céu.

Dylan abriu os olhos lentamente e se surpreendeu com o panorama. Ao norte, o céu ainda estava com um tom azul claro, mas à medida que se olhava para o oeste, ele ia ficando amarelado, laranja e até cor-de-rosa. Ao leste, o céu já estava completamente azul escuro, e algumas estrelas já podiam ser vistas. Ao olhar para cima, eles podiam ver a Lua, que estava em quarto-crescente, surgindo na noite.

Jade estendeu os braços, e tentou tocar nas nuvens, que estavam pintadas com um tom de rosa pastel, e elas se desfazem com o seu toque. Ela riu ao sentir que suas mãos ficaram úmidas com o vapor d'água se condensando. Dylan olhou para trás, e sentiu seu coração bater um pouco mais rápido. O cabelo de Jade, que era ruivo, parecia ter ficado ainda mais vibrante com a luz do sol se pondo. Ele iluminava seu sorriso e deixava ela ainda mais bonita. Ela percebeu seu olhar, e os dois começaram a se encarar. Jade viu que a luz multicolorida do sol se misturava nos cachos de Dylan, e as pontas de suas mechas, que eram cor-de-mel, brilhavam com a luz, como pequenos espelhos refletindo a luz da grande estrela que agora desaparecia. Ficaram se admirando, percebendo detalhes um do outro que não haviam visto antes, contrastando com o céu pintado de um azul escuro profundo de um lado, e coberto de faixas de diversas cores do outro. Para ambos, eles sentiam que o outro havia ficado ainda mais bonito na Hora Dourada¹. O tempo parecia ter ficado mais lento, como se aquele momento nunca fosse acabar, e nenhum dos dois queria que chegasse ao fim.

Um Conto de Fadas DiferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora