O trio foi voando sobre a floresta até que Wilbur, exausto, começou a descer, e caiu de forma ruidosa no chão de uma pequena clareira. Dylan e Jade desceram do seu lombo para ajudar o amigo, que grunhia e rosnava de dor. A armadilha para ursos ainda estava cravada em sua cauda, criando uma pequena poça de sangue no chão. Ao ver a situação, Jade suspirou de espanto e cobriu a boca com a mão, e Dylan arregalou os olhos e começou a suar frio.
—Wilbur, a gente vai tentar abrir a armadilha e você puxa sua cauda para fora, tudo bem? — perguntou Jade.
Wilbur respirava pesadamente e mal conseguia responder, mas soltou um grunhido afirmativo.
Jade e Dylan se aproximaram e seguraram a arapuca, fazendo Wilbur ter um espasmo de dor. —Vamos lá? Um, dois, três! —Os amigos puxaram o ferro ao mesmo tempo, e o dragão conseguiu se soltar enquanto berrava por conta de seu sofrimento.
Jade jogou a arataca¹ para o lado e correu para mais perto da cabeça de Wilbur. Dylan ficou encarando as mãos, sujas de sangue de dragão. Era frio, de um tom profundo de vermelho, quase roxo, mas em alguns momentos, parecia brilhar em um tom de azul.
—Wilbur, você tá melhor? —a menina perguntou, preocupada. O dragão grunhiu um "sim", com os olhos fechados de tanta dor. —Nós podemos ajudar de alguma forma?
Wilbur, ainda com a respiração pesada, respondeu entre sussurros: —Peguem paus e pedras e usem elas para formar um círculo ao meu redor. Depois, encontrem uma flor de calêndula e tragam para mim. Eu vou usar ela em um feitiço de cura.
—O-onde nós vamos encontrar uma calêndula? —perguntou Jade,com a voz trêmula.
Wilbur apontou para a esquerda. —Eu sinto o cheiro dessa flor naquela direção. Ela é laranja e tem várias pétalas.
—Vamos, Dylan! Temos que achar um pé de calêndula— chamou Jade, se levantando.
—P-peraí, a gente vai... Entrar no meio do m-mato? —perguntou Dylan, atordoado.
—Óbvio que vamos, você não ouviu? —respondeu Jade, ficando irritada.
Dylan não respondeu, e antes que pudesse, Jade o puxou pelo braço, e foi andando batendo os pés. O garoto fazia esforço para frear com os pés, mas Jade continuou puxando-o.
—Espera! Tá tudo escuro! A gente precisa de alguma coisa pra iluminar o caminho! —falou Dylan, pegando um pedaço de pau do chão. —Wilbur, sopra fogo nisso aqui, por favor?
Wilbur soltou uma baforada fraca e acendeu a tocha. —Obrigado, agora podemos ir—Dylan se virou para Jade e entraram na floresta. Ela olhou para trás, preocupada em deixar Wilbur sozinho e ferido, mas sabia que precisava ajudá-lo, então respirou fundo e começaram a busca.
Mesmo com a tocha, a maior parte do seu entorno continuava escura, e pouco podia ser visto. Vários sons misteriosos ecoavam pelas árvores, como cantos de pássaros noturnos, morcegos chiando, animais caçando e outras criaturas que ninguém sabe quais são. Dylan mantinha a lanterna erguida, olhando em todas as direções, com o corpo curvado em temor. Jade apenas olhava para o chão inquieta e com os punhos cerrados, procurando a tão desejada flor.
Uma coruja veio em suas direções em um voo rasante, e Dylan gritou, sobressaltado. Jade olhou para ele com irritação, e continuaram a marcha. O mesmo ocorrido se repetiu mais duas ou três vezes com animais diferentes, e a paciência de Jade já estava se esgotando. Na última vez, ela perguntou, enraivecida:
—Vem cá, por que é que você é tão medroso, hein?
—Hã? — Dylan olhou para ela com os olhos arregalados.
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Um Conto de Fadas Diferente
Adventure"Eu sei o que você está pensando. "Um conto de fadas diferente''? Como assim? Ele tem coisas do mundo moderno? Ele não começa com "era uma vez''? Bem, não, ele vai se passar na era medieval (com castelos, magia, reis, rainhas, etc.) como um conto de...