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eu odeio não conseguir te esquecer.

não do ponto de vista romântico – nós nunca fomos isso. um casal. dá até vontade de rir, colocando esses dois conceitos ("eu e você" e "casal") no mesmo raciocínio.

o que me afunda o estômago é a obstinação da minha memória em te manter vivo. quando eu estou fazendo o meu melhor para não ter acesso a nada que possa imprimir seu rosto no fundo da minha cabeça. minha mãe costumava dizer que boa memória era uma maldição, e ela não sabia do que estava falando porque se esquece de tudo e perdoa fácil. ela não sabe a tortura que é ser assaltada no meio de um dia da vida (que eu lutei para reconstruir depois de você) com um pensamento sobre o seu rosto.

rosto que eu conheço de cor(ação).

eu queria que você não existisse. que pertencesse ao ponto cego que eu tenho com o mundo. tem tanta, tanta gente que eu nunca conheci e nunca vou conhecer. eu só queria que você fosse uma dessas pessoas sem rosto, sem nome, sem história.

eu só queria nunca ter te conhecido.

eu te amo (não enviada)Onde histórias criam vida. Descubra agora