CAPÍTULO 15 - Recaída

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Alice

Uma semana depois...

Continuo trancada dentro desse apartamento, na maior deprê, não consigo engolir essas coisas, me nego a acreditar que meu pai tenha feito isso comigo.

Só ontem consegui ligar para o meu falso marido e disse a ele que iria manter tudo do jeito que estava, que iria ajudá-lo e ele acreditou fácil.

Ao desligar o telefone, comecei a chorar muito de novo, meus olhos ardem, meu coração está partido, me sinto sufocada, me sinto de luto. Rávi ficou feliz com a minha ligação concordando em manter tudo, mas a maior decepção foi perceber que não estou fazendo falta, que ele não está sofrendo nada por mim, que realmente não representei nada para ele, nada... Depois de 6 anos...

Fui para cama e dormi chorando...

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Acordei com o meu celular tocando, o peguei e vi que havia diversas chamadas perdidas dos dois, não estou afim de falar e nem ver ninguém, só o que quero é ficar aqui chorando, lembrando toda hora que o meu marido é de mentira e que tudo que vivi por 6 anos, também foram uma mentira.

Olhei a hora e já são 10 horas da manhã.

Meu celular começou a tocar de novo, resolvi atender pra saber o que Rávi queria:

-O que você quer, Ravi?

-Estou preocupado com você, querida, por quê não me atende? Seu pai tá querendo falar com você, acho que ele tá desconfiando que tem algo errado com nós dois, falou que se você não o atender, ele vai na nossa casa hoje.

-Primeiro, pare com essa falsidade de me chamar de querida! Segundo, não precisa mais fingir que se preocupa comigo, Ravi!

- Primeiro, não é falsidade e sim costume. Segundo, eu realmente nunca precisei fingir que me preocupo com você, Alice! Na verdade, nunca precisei fingir nada com você!

- Só que me amava né, RÁVI?

Ouvi sua respiração e logo em seguida sua resposta:

- Você nunca vai entender o tipo de amor que tenho por você? Já se passou uma semana, estarei voltando pra nossa casa hoje, trate de se levantar, tomar um banho, que a noite seu pai irá jantar com a gente, ele acabou de pedir minha secretária para me avisar.

- Não quero ver você e muito menos meu pai!

Desliguei na cara dele e voltei pra cama pra chorar mais.

Eu não posso nem sofrer sossegada, gente chata.

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Por volta das cinco da tarde, ouvi um barulho de chave, era Ravi entrando, fui até a sala, já me alterando: - O quê pensa que está fazendo? Você não tem o direito de entrar na minha casa sem permissão.

Ele ignorou o que eu disse e me repreendeu:

- Você não fez nada do que pedi a você, Alice? Tem quantos dias que você não se cuida? Seu pai vai chegar pra jantar as oito.

-Você não manda em mim Rávi, depois de saber dessa merda toda, você acha que eu ia estar como? Soltando fogos?

-Você não falou que iria manter as coisas do jeito que estavam? E não era assim que você era! Seu pai vai ver que tem algo errado.

Olhei no fundo dos seus olhos, por um minuto viajei naqueles olhos, foi por ele que me apaixonei primeiro, senti as lágrimas começarem a encher meus, pisquei as liberando, decidi sentir só raiva daqui pra frente.

Foi quando eu te viOnde histórias criam vida. Descubra agora