Eu troquei minhas roupas depois de comer e dei um jeito de pentear os cabelos da melhor forma possível, afinal, se pretendo conhecer "companheiros", preciso estar no mínimo apresentável. A primeira impressão é tudo, certo?
Agora, encaro o estabelecimento da guilda de aventureiros, um casebre de paredes de pedra e telhado de troncos de madeira com poucas janelas e adereços. Suspiro pesadamente quando o Quinto me manda entrar e eu crio coragem para passar pela porta. Estou ansiosa, mas também com medo do que vou enfrentar na minha primeira missão.
Será que eu não vou acabar morrendo? Meus status são bem baixos, porém acho que, se for algo fácil, conseguirei.
Não, eu tenho que conseguir, minhas amigas dependem de mim!
Quando entro, encontro grupos de pessoas vestidas espalhafatosamente; há homens de armadura completa e grandes escudos e espadas, mulheres vestidas como bruxas ou sacerdotisas e muito mais. É bastante informação para processar, porém consigo entender que eles estão todos com papéis nas mãos, discutindo e conversando enquanto olham as folhas que provavelmente designam suas missões.
Um grande balcão de verniz esta no final do salão onde algumas mulheres se encontram, elas estão distribuindo as folhas para as pessoas. Devem ser as gerentes da guilda, presumo.
"Vamos, Rebecca?", chama o Quinto.
— Pode me chamar só de "Becca", Quinto.
"Ah, então me dê um apelido também!", seus olhos brilham em antecipação e eu rio levemente, sentindo o estresse diminuir.
— Certo, que tal "Mapache"? É guaxinim em espanhol.
"Gostei! De agora em diante me chame de Mapache, Becca!", e ele repentinamente pula no meu ombro fazendo-me rir com sua atitude infantil.
Esse pequeno momento de descontração me garante forças para continuar. Eu me aproximo do balcão e uma mulher que parece ter por volta dos quarenta anos me olha por cima de seu óculos redondo.
— Olá, senhorita. Como posso ajudá-la hoje?
— Eu estou procurando uma missão — digo confiante.
— Que level a senhorita é?
— Level 1, então gostaria de algo fácil.
— Level 1, hum...? — murmura enquanto se vira para procurar algo na estante atrás dela, pegando uma caixa cheia de papéis e peneirando por eles até finalmente puxar um — Aqui, achei a missão perfeita para a senhorita!
— Bom. O que seria?
— Coleta de tannabis.
Cannabis? Opa, disso eu entendo.
Quero dizer...
— Desculpa, o que você disse? — pergunto sem graça com meus próprios pensamentos.
— Coleta de tannabis, são plantas nativas desta região, os mercadores locais estão procurando por elas para a próxima expedição, então há uma alta demanda. Você poderá conseguir algumas moedas de ouro, mesmo que não ganhe muito XP.
Bueno, eu realmente precisava priorizar o aumento de level, mas acho que não conseguirei nenhuma missão mais fácil que essa.
— Está bem, eu aceito.
Então ela me entrega a folha de papel para eu dar uma olhada; há um mapa incluso mostrando a área onde as plantas podem ser encontradas, trata-se de um lugar chamado "Bosque Obscuro" — que nome original... —, é bem perto daqui.
Certo, vamos lá, minha primeira missão.
— Ah, senhorita — a mulher me chama novamente quando estou prestes a sair — Talvez você encontre algumas alraunes no processo, então tenha cuidado.
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Carajos, isso é um isekai de mierda
FantasíaEu sou Rebecca Gomes e encontrei minha morte aos vinte e seis anos junto as minhas duas amigas, Lisa e Natasha. Poderia ser este um cenário trágico, porém, antes que pudesse me dar conta da tragédia, fui revivida por um demônio que ama isekais, só q...