10 - Idiotas e magia

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Minha alma deixou meu corpo.

Motivo? Estou prestes a testemunhar uma guerra entre um homem humano e um incubus.

— Como você conheceu a Rebecca? — Eclis pergunta, incisivo, sua altura provando Lucky, mas este ainda o responde com um sorriso zombeteiro no rosto.

— Ah, foi amor à primeira vista, não é, darling?

— Me deixe fora disso! — consigo dizer entredentes enquanto prossigo para dentro da casa do cavaleiro.

Acabei trazendo Lucky para cá — não tive muita opção, na verdade —, dado o fato de que ele é muito persistente e inteligente demais para se distrair com qualquer coisa no caminho como Gabi fazia. Porém não esperava que Eclis desgostaria tanto disso.

O cavaleiro está emanando uma aura furiosa, como se pudesse partir o incubus ao meio e tenho certeza de que essa ideia lhe passou pela mente.

Homens com ciúmes são perigosos, principalmente se estiverem armados com uma espada.

— Vamos lá, meninos, não precisam brigar, kekeke — Kumoka tenta acalmá-los — A Rebecca certamente consegue lidar com vocês dois, keke.

Zorra!

— Mais um esquisito pro grupo, que alegria — diz Alloe distraidamente enquanto mexe numa mecha de seu cabelo prateado — Esse incubus pelo menos é forte?

— Ah, pode apostar — Lucky se gaba — Sou level 8.

— Já é o mais forte entre nós, então pode ser útil. — Em seguida ele simula um sorriso forçado. — Bem-vindo ao grupo.

— Não precisamos de mais um membro — Eclis não esconde seu descontentamento, muito menos a carranca irritada que estampa seu rosto.

— O que foi, baby, não quer minha ajuda? — Lucky também não está ajudando nada com seu jeito provocante.

— Não é que eu não queira sua ajuda, eu simplesmente não preciso de sua ajuda.

— Bem, eu não iria ajudá-lo mesmo que precisasse, meu interesse é apenas na minha esposinha, a Rebecca.

— Es-esposinha?!

Ah, agora eles estão olhando para mim, as esferas cinzentas de Eclis parecem completamente desacreditadas.

— Rebecca, você e esse incubus são...?

— Não! Definitivamente não! — Exalto-me em meio ao meu próprio constrangimento. — Nós acabamos de nos conhecer, é óbvio que não somos um casal ou nada do tipo!

— Ah, mas e quanto ao nosso beijo? — Lucky incita e eu tenho vontade de estrangulá-lo.

— Beijo?! — Desta vez, a voz de Eclis se mistura com a de Kumoka e Alloe.

Ah, jódete!

Não estou com paciência para isso agora, então apenas finjo estar cansada demais e vou para o segundo andar da casa de Eclis e me jogo em um dos colchões. É óbvio que não havia camas suficientes para todos nós, então tivemos que improvisar com alguns colchões aqui e ali, apesar de Kumoka dormir numa rede que ela mesma teceu.

A luz do sol entra calmamente pela janela deixada aberta, a brisa fria acaricia meu corpo. Hombre, estou exausta, e não consegui subir de level apesar de ter encarado uma dungeon — tá certo que eu apenas me perdi e depois tive que procurar pelo Gabi, porém ainda assim esse jogo de mierda poderia ter me dado mais experiência ao menos!

Ah, verdade, eu tenho pontos de experiência, será que posso usá-los para adquirir habilidades novas?

— Mapache — chamo-o, ele está se acomodando do lado do meu travesseiro.

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⏰ Última atualização: Aug 12 ⏰

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