•VIII•

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Nada parecia em vão quando Lou pisou naquele bar

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Nada parecia em vão quando Lou pisou naquele bar. Era como se Kirk estivesse lá para recebê-la de braços abertos. Ela queria chorar. Chorar muito. Porém, a guitarra segurava suas lágrimas, a acalmando numa espécie de canção de ninar. O som distorcido, lotado de melancolia queria dizer que tudo estava bem.

Quer dizer, naquele momento tudo estava bem.

No entanto, a beleza e energia de Hammett a cativou em uma espécie de hipnose. Os fios de cabelo escuros como o céu estrelado, jogados perfeitamente em sua face, o olhar quase fechado apenas focado no instrumento que tocava e a cabeça movimentando levemente com a melodia da música. Era apenas ele e aquela guitarra, tendo uma relação do mais puro e genuíno amor.

Aquilo a fascinou demais. Kirk tocava guitarra, e ela jamais esperava isso dele. Era mais fácil o mesmo ser um assassino do que um mero guitarrista. Porém, ele tocou por curtos trinta minutos apenas pausando pra bebericar seu Whisky, sendo a primeira vez que Lou o viu beber.

Até que, perante a todo aquele cenário melancólico daquele bar, Kirk viu os cabelos ruivos escondidos em seu canto direito, apenas em total silêncio o assistindo nas sombras.

Seu coração queria sair pra fora pela sua garganta. Lou podia assistir seu olhar de desespero, a respiração nervosa e o silêncio irritante. Aquilo o preocupou. Era uma fina camada de sua alma que ela não deveria ver.

Mas Kirk ousou olhar para baixo, dando um leve sorriso tímido.

Ele se levantou após uns instantes, saindo do palco e indo em direção ao lado oposto da mesa de Eloise, que estava confusa. Era como se o mordomo quisesse fugir dela. Porém, a mesma poderia relevar tal atitude, no entanto Lou pensou por uns instantes.

E se desta vez ela deixasse todas as desavenças de lado, pelo menos por uma noite?

— Kirk! – ela o chamou enquanto saía de sua mesa. – Espera!

A Monnieri se aproximou do rapaz, que ao virar-se, exibia um semblante preocupado e de certo pesar.

— Por que está fugindo de mim?

— Não deveria estar aqui, senhorita Eloise. – foi a única coisa que Hammett disse, após segundos de silêncio. – Esse lugar é perigoso.

— Um bar, é sério? – ela endureceu o olhar. – Kirk, esse lugar foi o mais tranquilo que entrei esta noite. Eu quase fui comida por leões antes, mas quando te vi aqui.... – parou.

Kirk entendia. Quer dizer, ele não queria ter entendido. Não queria esse tipo de sentimento banal para cima de si.

— Se sentiu mais... segura?

The Ripper Hammett - Kirk HammettOnde histórias criam vida. Descubra agora