AFTER HELL [Dean Winchester]

14| DOG BITE

Noora e Dean passaram algum tempo observando a boneca e o altar queimar. A forma como as labaredas alaranjadas erguiam-se quando as lufadas de ar entravam na galeria de pedras era hipnotizante.

A garota perguntou sobre o que aconteceria com a propriedade, o que aconteceria com os Linn's. Por sua experiência com esse espécime de ser sobrenatural, o loiro sabia que em poucas semanas tudo o que foi ou era mantido pelos sacrifícios e rituais definharia até não existir mais.

O Winchester ficou atento ao horário, o ideal seria que os dois estivessem na estrada antes do amanhecer. Garantindo assim que estivessem longe quando o altar queimado fosse descoberto pelos guardiões do local. Ele pediu para que a garota fosse até o quarto e juntasse todos os objetos deles, enquanto isso, ele iria até a garagem e verificaria o carro.

A garota concordou, marchando pelos corredores silenciosos depressa.

🕯️

O motor forte do Impala 67 era o único som que rasgava o silêncio da madrugada na rodovia 44. Por ser uma rodovia secundária, poucos veículos circulam pelas vias de asfalto. O estado do Missouri é encantador, com belas paisagens e um clima agradável, entretanto com os recentes acontecimentos, o Winchester estava ansioso por estar fora das fronteiras do "estado do prove-me".

Há dois dias a viagem de vinte e nove horas iniciou, na tarde do domingo dirigiram por oito horas até a cidade de Salem, onde resolveram o caso das oliveiras. Para chegar ao seu destino final, ainda precisam percorrer mais de dois mil quilômetros, sem interrupções, dois dias são suficientes, especula o loiro.

Do lado de fora do carro apenas a lua ilumina a estrada, a rodovia não tem iluminação própria, o que traz um ar deserto ao trecho. Do lado de dentro do carro o clima era inesperado. Diferente da primeira vez em que estiveram na estrada juntos, onde os dois tiveram inúmeras conversas paralelas e ouviram algumas músicas enquanto mantinham um clima agradável entre eles, desta vez, o silêncio era predominante. Noora não proferiu uma única palavra desde o momento em que embarcou no banco do carona, o loiro imaginou que ela estava tão cansada quanto ele.

(...)

Uma hora e meia se passou, as vibrações do motor percorriam a lataria e através do volante chegavam às mãos do homem que segurava o volante com força. Dean estava a quase vinte e quatro horas acordado, desde a manhã anterior quando acordou sozinho no quarto da pousada, o dia corrido e exaustivo, contribuiu para que a tarefa de manter-se acordado e atento à estrada fosse mais complicada que de costume. Se o homem não fosse dotado de tanta experiência no volante, os dois estariam com problemas.

Durante o tempo em que esteve dirigindo, os olhos do loiro vagavam brevemente para a figura sentada ao seu lado. Noora estava impaciente, os dedos finos batucando a lateral do carro enquanto ela observava o horizonte, seus pensamentos definitivamente não estavam ali. O loiro sabia que não muito longe de onde estavam, ficava um posto de gasolina onde eles poderiam parar e descansar um pouco.