eu estava um pouco mais calma após descobrir que em maioria, as pessoas aqui pareciam amigáveis. alguns minutos antes, dawson me contou sobre sua posição na base e de que os outros eram pessoas que também acabaram aparecendo aqui por acaso, mesmo a maioria sendo já parte da família.
Dawson era amigo do comandante, e como ele também acupava a profissão de médico antes da epidemia, acabou que ele se tornou o enfermeiro daqui.
eu estava pensando sobre os outros, ainda não cheguei a ver Anne pessoalmente, quer dizer, só quando eu estava com a venda nos olhos.
espero que ela seja mais amigável do que antes.
— você é bem pensativa. — Alexander, o garoto que estava ao meu lado me guiando pelo corredor, comenta com um sorriso de lado.
meus pensamentos são interrompidos logo em seguida, e acabo o encarando. nos conhecemos a poucos minutos, ele parecia ser um garoto ainda jovem, mas era bem alto.
e bonito.
dou um sorriso pequeno em troca, dando de ombros.
— as vezes acabo pensamentos em coisas excessivas frequentemente. — eu digo, observando ele bufar de alguma forma divertida.
— isso nunca é bom, toda vez que eu penso demais, ainda mais se estou andando, acabo esbarrando em algo. — ele disse, enquanto apontava o dedo para o corredor dos dormitórios.
era uma fileira cheia de portas que ia até o final de uma sacada, eu percebi que era bem espaçosa, como uma bela área de lazer. ao meu ver, parecia que eles haviam pensado em tudo, o que deixa as coisas um pouco estranhas.
— bem, aqui é onde você vai tirar seus cochilos em paz. — Alexander se aproxima da quinta porta, tirando algo que percebi ser uma chave no bolso e a abrindo em seguida, dando espaço para eu entrar. — damas primeiro. — ele murmura, fazendo um gesto com a mão.
levanto a sombrancelha com o gesto e o comentário dele, quase me tirou uma risada, mas consegui permanecer apenas com um sorriso convencido.
— ah, como é cavalheiro. — eu sussurrei, vendo ele piscar de forma desnorteada e abaixar a mão rapidamente, como um garoto prestes a desmontar.
balancei a cabeça sutilmente, olhando para ele de relance antes de entrar no quarto, demorando alguns segundos antes de esbanjar uma bela reação.
— Porra! — quase gritei, mas me contive de última hora. puta que pariu, parecia mais uma sala de estar.
O cômodo era gigante, tinha um carpete vermelho enorme no chão, as paredes eram brancas com listras pretas, e os móveis estavam nas cores preto e vermelho também. olhei para os lados, até televisão tinha, sem contar no guarda roupa, penteadeira, uma porta que parecia o banheiro e...
poderia ser algo que não seria tão impressionante para os outros, mas para mim, que pouca oportunidade tive de realmente ter algo parecido, era realmente surpreendente.
— espero que seja do seu gosto. — Alex disse, meu olhar terminando na direção dele ao ver ele se encostar perto da parede do quarto. — eu tinha deixado esse quarto trancado, mas agora deixei ele para você.
gentil demais para ser real.
gentil demais.
— mas ele é muito grande, eu poderia ter ficado com um mais pequen- —bem, minha fala foi cortada quando ele se aproximou, me fazendo ficar paralisadas por alguns segundos.
alex tinha alguma beleza que eu nunca encontrei em algum dos garotos que já namorei ou tive algo.— me desculpe michel, juro que não pensei por mal — mas alexander parecia...
— só fique aqui logo e relaxe, tudo bem? — ele deu um sorriso pequeno, levando uma mão para tocar meu ombro, mas de repente, ele relutou e a afastou.
eu quase abri a boca para perguntar se estava tudo bem, mas não saiu nada, como se fosse algo relutante para mim também.
porque eu estava assim?
— é melhor eu te levar para o resto do pessoal antes de você conhecer meu pai, o que acha? — o rapaz murmurou, e eu apenas acenei com a cabeça.
certo, melhor eu me concentrar nas outras coisas primeiro.
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Blood Bridge
RomancePONTE DE SANGUE | A terra a muitos anos não foi mais a mesma, não depois do vírus que arruinou a humanidade. Elizabeth teve a sua vida girada com apenas 16 anos, quando um vírus se inundou na terra, transformando pessoas em seres terríveis e caniba...