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- Motoqueiro

 - Motoqueiro

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Hoje o dia tinha começado bem, e prometi a mim mesma que ele terminaria bem. Vesti uma calça boca de sino de um jeans mais claro que tinha um ótimo caimento no meu corpo. Na parte de cima, um cropped que comprei em Los Angeles. Era branco, com "Los Angeles" escrito em dourado, e nos pés, meu Mizuno vermelho com branco (meu favorito).

Estava entregando alguns currículos nos shoppings de Guarulhos e até nas lojinhas das feiras, que sempre eram o point das senhoras de idade aos domingos. Os meninos tinham me dito que o Rick ligaria quando tivéssemos um bom retorno ou quando o CD já estivesse nas bancas, para pelo menos termos várias cópias do nosso trabalho. Um dia acreditamos que daria certo e que nos tornaríamos grandes astros do rock brasileiro.

Desde então, fico de olho no celular, vai que eu não veja alguma ligação.

Maitê — Bom dia, Maiara! – falei cumprimentando a ruiva que penteava os cabelos.

Maiara — Ah, bom dia, Maitê! Garota, por onde andou? – perguntou a ruiva enquanto passava seu batom roxo púrpura.

Maitê — Você sabe como eu sou, né Ma? Nunca paro. – respondi, e ela riu enquanto verificava o batom.

Maiara — Sei muito bem. Mas e aí, trancou a faculdade? Está trabalhando? – Maiara me bombardeou com perguntas, e eu ainda tentava formular uma resposta digna.

Maitê — Tranquei a faculdade por falta de dinheiro, por isso estou procurando um emprego. Tem espaço para mais uma? – perguntei.

Maiara — Sem dinheiro?! Sua safada, fiquei sabendo que foi para Los Angeles e agora vem me dizer que está sem dinheiro para estudar, sua cara de pau! – Maiara me deu um sermão enquanto eu ria.

Maitê — Bem que eu queria ter esse dinheiro para viajar, mas pagaram para mim. Estou em uma banda, então fomos lá para produzir nosso disco, que você vai comprar e depois me dizer o que achou! – falei empolgada, enquanto ela me olhava incrédula.

Maiara — Você é louca, garota! Se quiser um lugar no meu salão, vai ter que se comprometer e sem atrasos! – Maiara tinha um salão de bairro que era muito famoso, não mundialmente, mas no bairro dela e na cidade.

Maitê — Ok, Maiara! Eu te amo, mulher. Amanhã, estou aqui às 7:00 em ponto! – falei enquanto montava na minha bicicleta velha, que era da minha adolescência. Ela era toda rosa-choque com branco cintilante.

Pedalava cantarolando "Todo Amor que Houver Nessa Vida", do meu amado Caju.

Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida no embalo da rede
Matando a sede na saliva

Ser teu pão, ser tua comida
Todo o amor que houver nesta vida
E algum trocado pra dar garantia

Até que algum otário quase me atropela com sua moto preta. Devia ser algum motoqueiro sem noção e disperso.

Maitê — Passa por cima, seu corno! – xinguei alto o suficiente para o motoqueiro ouvir, o que fez ele voltar. Isso me deixou com um medo enorme, mas fiquei parada, paralisada, como uma estátua...

Sérgio — Corno é sua mãe, cabeçuda! – falou o idiota do Sérgio, retirando o capacete.

Maitê — Você tem algum distúrbio mental ou algo do tipo? Não me viu não, cego?! – falei enquanto me recomponha e olhava nos olhos de Sérgio, que segurava uma risada abafada.

Sérgio — Tenho não, cabeçuda... – retrucou quando o celular dele tocou. Era o Dinho, e eu consegui ouvir porque ele gritava de onde quer que estivesse.

Sérgio fez várias expressões, e eu, que era ótima em decifrar suas caras e bocas, dessa vez não consegui. Quando ele desligou, me abraçou, oque era uma coisa surpreendente vindo do casca grossa da turma

Sérgio — Desculpa... – falou enquanto se desfazia do abraço, coçando a nuca com certa vergonha. Ele agiu no calor da emoção, seja qual for, mas eu gostei. Isso o fazia se sentir ridículo ao exigir uma ação dessas, o que tornava tudo ainda mais divertido.

Nosso disco havia sido lançado e já tinha vendido bastante até, mas o prazo para uma venda mais extensa era até sexta-feira. Então, as expectativas, que estavam lá embaixo, agora tinham crescido muito!

Como eu havia prometido, meu dia foi bom e terminou maravilhoso com uma notícia dessas. Eu e os meninos comemoramos comendo cachorro-quente na lanchonete da esquina do shopping, onde só ia quem era burguês. Isso fez com que tirássemos sarro dos playboys que entravam e saíam com sacolas e mais sacolas. Mas sacolas eram só um escape, já que eles eram infelizes. O que eles queriam era só comer um cachorro-quente na lanchonete da esquina com amigos que amam você e que você ama. Talvez nós tenhamos bancado os filósofos?! Um pouco.

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The end.

Queria expressar meus sentimentos a família reoli que tiveram mais uma perda no sábado dia 24 de fevereiro, Dona nena reoli partiu para reencontrar seus meninos que tenho certeza que esperam sua querida mãe de braços abertos! espero que Deus receba ela bem e que conforte a família reoli  por mais uma perda!

Meus pêsames.

não esqueçam de votar e comentar oque acharam! um beijão! 🩵

Faz parte do meu show - Cazuza (MA) Onde histórias criam vida. Descubra agora