capítulo 5

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POV ROBERTA

Porque tem que ser tão complicado? Um dia atrás eu estava feliz, voltei pra escola o que era um desejo da minha mãe, conheci pessoas legais e minha vida parecia está entrando nos trilhos mas agora vem isso, uma grande merda onde estão depositando toda a culpa e esperança em mim.

Saio daquele cômodo sem saber o que me espera e acho que de todas as consequências, essa é a pior, até pior que a morte. Os olhares me fuzilam no decorrer em que os meus passos avançam, olho fixamente para a frente e os burburinho são insuportáveis.

O clima é pesado e o espetáculo tá armado, dezenas de pessoas me odiando, isso era tudo o que eu precisava no momento. Busco o homem tatuado e de regata preta na sala e não o encontro.

-Você vai ficar bem cara de batata- Latrelle fala com um sorriso de lado me forçando a para, o mesmo me abraça e tenta me passar uma segurança que nem ele acredita que exista.

-Eu ainda tô te odiando- falo baixinho no ouvido do meu irmão.

-Abraçando a puta que quase nos matou, essa é a tua verdadeira face Latrelle- escuto mais ao fundo de uma voz que não consigo reconhecer. O empurro com força e me viro procurando o dono da voz, uma raiva gigantesca toma conta de mim.

Quem ele acha que é pra ofender a honra do meu irmão desse jeito? O Latrelle só vive pra isso aqui ultimamente, não me importo com os xingamentos dirigidos a mim mas jamais vou tolerar que prejudiquem o meu irmão dessa forma. Se tem uma coisa que ele tem é lealdade.

-É o quê que você quer em seu otario?- pergunto com força -Tá comparando o Latrelle com você, seu merda?- digo partindo pra cima dele -Tá me confundindo com aquela vadiazinha que chupa você e metade dessa casa?- quando concluo a frase percebo ele puxar a arma da cintura e apontar pra mim, as pessoas dão espaço para ele e o mesmo se põe rapidamente a minha frente.

-Repete o que você falou vagabunda, mas agora tenta falar com o cano da minha arma na tua boca- ele diz com a arma no meu rosto, vejo o Latrelle passando ao meu lado e o seguro pelo braço. Não tenho tempo de retrucar pois sinto duas mãos fortes me puxando pra trás e vejo que é o Jhon, o mesmo se põe a minha frente, ficando entre eu e o aprendiz de marginal.

-Tenta pôr o cano da sua arma na boca dela e você vai ver o que é que vai sair pela sua bunda- Jhon diz autoritário como uma parede a minha frente.

-Defende a tua princesinha Jhon, você e esse canalha aí- ele diz apontando para o meu irmão que estava ao meu lado - Só toma cuidado pra coroa que você coloca na cabeça dela pra não se tornar uma espada e o primeiro golpe certeiro ser em você- o homem falou sorrindo e desengatilhou a arma.

-Sai dessa sala irmão- ele fala em tom pacífico e se vira pra mim já com os braços abertos para um abraço -Eu vou resolver toda essa merda antes mesmo que você sinta saudades- Jhon fala quase que em um sussurro, acho que em uma tentativa de me acalentar. Retribuo o gesto com um sorriso e sigo o meu caminho até a porta de saída, assim que chego a porta e consigo ver a rua, vejo o homem careca encostado no seu impala vermelho. Antes que eu consiga atravessar a fachada sinto outra mão segurar nos meus ombros, dessa vez a mão é áspera e grotesca.

-Você vai fazer a porra da sua tarefa, não importa qual seja as consequências e vai me trazer resultados- Bruce fala bem perto do meu ouvido ainda nas minhas costas e aperta um pouco mais o meu ombro -E se você falhar pode se considerar uma pessoa morta porque não vai ser só a nova gangue que vai estar te procurando, e não se esquece que você nunca vai estar escondida de mim- ele diz arbitrário e me solta. Engulo seco e estremeço um pouco, sei que o miserável é capaz de cometer as maiores atrocidades dessa humanidade.

On My Block - Oscar Diaz Onde histórias criam vida. Descubra agora