capítulo 11

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Pov Roberta

Meu corpo já está estatístico e no momento em que aquela frase sai da boca do homem de tatuagem no rosto, sinto-me como se não existisse nada ao meu redor. O mesmo acende um de seus cigarros e dar uma única tragada olhando fixamente em meus olhos.

-Você só pode estar delirando se acha que vai fuder comigo- digo baixo em um tom rudemente insignificante. O Oscar se recosta na cadeira com um leve sorriso pousado em seus lábios -Onde é que estar a graça?- pergunto com irritação sem hesitar.

-Você achar que manda em alguma merda aqui- ele responde simples deixando a fumaça que sai de seus lábios embaçar a sua feição -Se eu quiser- falar se aproximando do meu corpo -Te fuder em cima da porra dessa mesa- diz com os olhos escuro -Eu vou te fuder- completa com uma profundidade inexplicável na voz o que faz cada molécula do meu corpo formigar.

As palavras somem do meu raciocínio e a única ação que o meu corpo consegue executar é uma leve mordida no lábio inferior. Minhas pernas se contraem em um ato involuntário e as minhas mãos que estavam posta sobre a coxa apertam de leve o tecido que as cobrem.

Oscar percebe a postura do meu corpo o que faz com que um sorriso travesso surja involuntariamente em seu rosto. Em uma fração de segundos os seus olhos se escurecem novamente e a paciência do Oscar aparenta está se esgotando e um ponto de frustração exalta das suas sobrancelhas. Ele se levanta e estreita os olhos.

-Some daqui!- exclama sem hesitação -Agora!- completa com o tom de voz alto extremamente irritado.

-Tá ficando maluco porra?- pergunto levantando o tom de voz para o mesmo sem entender o motivo da mudança de humor repentina -Não vem achando que você pode me gritar não caralho- digo forte esquecendo completamente com quem eu estava falando.

Oscar aparenta surpresa pela minha reação e só então eu caio em mim e percebo a merda que eu posso ter cometido.

-Então a gatinha sabe miar- ele diz com raiva na entonação.

-E arranhar, se preciso for- digo entrando na onda dele. Sigo para a porta e a abro sem olhar para trás tentando manter a postura, fecho-a com toda a força que tem em meus músculos.

A música ainda assombra os meus ouvidos e a fumaça deixa tudo embaçado, depois de toda essa merda um pouco de álcool não faria mal algum.

Sigo para a cozinha me espremendo entre as pessoas que ali estavam, sobre o balcão dos armários há alguns copos e várias garrafas de cachaça. Agarro um dos copos vazios coloco uma dose de um líquido branco de uma das garrafas, viro em um único gole o que faz com que a minha garganta queime. Tento um outro líquido, dessa vez em um tom laranja fechado o que não melhora em nada, uma única dose é o suficiente para me fazer tossir estranhando o teor alcoólico.

Decido então agarrar uma garrafa de cerveja que avisto assim que um dos capangas do Oscar abre a geladeira, dou um breve gole e o sabor é bem mais sutil do que o anterior.

-Beleza, você é uma delícia- escuto o cara "da geladeira" falar com um copo na mão.

-E você é calvo- digo rude me virando para sair do cômodo mas sou impedida pela sua mão grotesca segurando o meu braço.

-Você é a nova vadia do Oscar, não é?- ele diz me forçando a olhá-lo nos olhos.

-Sou, igualzinha a sua mãe antes de mim- cuspo as palavras em seu rosto o que o deixa enfurecido.

-Vadia ousada só fica quieta com a boca inchada e o olho roxo- ele diz em um tom amedrontador ainda segurandoo meu braço.

-Você deve ter aprendido isso com o seu pai, aquele otario sem alma e consciência- dispejo as palavras em sua direção sem ao menos saber quem era aquele cara, em um impulso arranco o meu braço de dentro da sua mão. Saio o mais rápido possível de perto daquele cara e sigo em uma direção qualquer da casa.

Chego na sala e avisto algumas pessoas dançando, viro por completo a garrafa de cerveja em minha mão e vou em direção aquelas pessoas. Não demora muito para eu me sentir levemente alcoolizada pois não tenho costume de beber. Me movimento no ritmo da música enquanto viro alguns shots de bebidas que aparecem nas mãos das pessoas ao meu redor, o sorriso já faz parte do meu rosto e todo o nervosismo de antes já não existe mais.

-O que é isso?- Oscar fala me vendo virar mais uma dose no meio da sala.

-Estou me embebedando, não é isso que as pessoas fazem nas festas?- pergunto um pouco desnorteada com o barulho e o álcool com um sorriso no rosto sem motivo algum.

-Não sei- ele diz frio -Faça o que quiser fazer- completa pegando a garrafa vazia da minha mão pondo o seu cigarro de volta na boca.

-Tá bom- digo lhe dando as costas e indo pra mais perto das pessoas dançando, no caminho pego mais duas doses de cachaça e viro de uma só vez.

A música e as pessoas suadas tocando em mim já não me incomodam tanto. Pego mais duas doses e me movimento no ritmo da música.

-Ei, me dê isso aqui chica- Escuto quando o Oscar chega perto de mim tentando tirar os copos da minha mão.

-Não!- digo me disvencilhando lentamente do seu toque -Esse aqui é meu, vá atrás do seu- completo e saio da sua frente um pouco tonta virando mais uma dose.

Vejo a mesa de jantar e em um único impulso subo nela, começo a rebolar no ritmo da batida, uma onda de calor me invadindo e arranco o mine moletom que cobria os meus braços, ficando apenas com a regata branca e o short moletom.

As pessoas começam a fazer barulho e se aglomerar em volta da mesa o que me impulsiona a dançar ainda mais, meu cérebro não consegue processar muita coisa por conta do teor alcoólico em meu sangue mas ele ainda me permite agarrar uma das garrafas que estavam na mão levantada de um dos caras a minha frente e virar em minha boca, mas a garrafa ainda estava cheia o que fez com que eu deixasse um pouco do líquido escorrer pelo meu colo e molhar a minha blusa.

Mas isso não me para, as pessoas continuaram gritando e a música aumenta, continuei dando o meu melhor na dança sem conseguir enxergar muita coisa ao meu redor. Em um giro não programado vejo tudo rodar e acabo me desequilibrando e vejo tudo rodar, não sinto mais os meus joelhos e a minha órbita está confusa, sinto as minhas costas indo em direção ao chão mas não sinto o impacto.

-Tá bem chica?- Oscar, homem que havia segurado as minhas costas em seu braço fala me impulsionando a ficar de pé no chão.

-Ótima- digo embolado tentando fazer um legal com o dedo mais falho drasticamente e volto a ter um teto-preto e não sinto o meu corpo. Recupero novamente a consciência muito rápido e o Oscar estar com um dos braços apoiado na minha cintura me mantendo de pé.

-Vamos- ele diz forte e autoritário me forçando a caminhar.

-Tchau meus...amigos- digo sorrindo acenando com uma das mãos -A mamãe aqui...tem que se retirar- digo soltando um beijinho enquanto sou arrastada pelo braço forte a minha volta.

Continua no próximo...

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Peço desculpas mas estou me forçando a postar este capítulo curtíssimo porque não posso me deixar estagnar novamente.

Um xêro ♡

On My Block - Oscar Diaz Onde histórias criam vida. Descubra agora