On My Block - Oscar Diaz

capítulo 4

POV ROBERTA

O painel indica que o veículo está na velocidade máxima e toda a cidade é obrigada a passar como apenas borrões através da janela, chegamos a casa rápido. Ele arranca a arma do porta-luvas a minha frente e sai, me pedindo pra segui-lo. Assim faço.

Noto que tem marcas de balas nas paredes exteriores e a porta está entreaberta. Um calafrio toma conta do meu corpo. Latrell está com a arma em punho e assim que abrimos a porta todos nos olham com cara de poucos amigos. Tem muita gente naquela sala.

Há pessoas recostadas nas paredes perfuradas, algumas fumam já outras, só olham para o chão perdidas em pensamentos. Escuto vozes vindo dos outros cômodos.

De certa forma eu fico aliviada por não ver nenhum corpo jogado no gramado porque a quantidade de bala que tem lá nas paredes era o suficiente pra derrubar muita gente.

-Tá todo mundo bem?- pergunto quebrando o silêncio. Os olhares matadores se voltam para mim.

-Por sorte sim- Bruce fala sem me olhar, segurando a sua arma ele se levanta e vem na minha direção com um papel em mãos -Alguém fez merda- ele fala pausadamente afastando o Latrell com o cano da arma em punho e parando na minha frente. Engulo em seco.

-Como assim?- Latrell pergunta lhe encarando.

-O que eu te mandei fazer hoje Roberta?- Bruce diz forte ignorando completamente o meu irmão -A porra de um trabalho simples!- exclama com raiva destruindo qualquer linha de raciocínio que eu estivesse tentando construir, ele respira forte -Qual foi a merda da única restrição que te passaram?- fala com um sorriso de canto sarcástico. Nem tento responder, fico ali lhe encarando sem quebrar o contato visual.

Não é tão fácil me fazer abaixar a cabeça.

-Calma aí cara- Latrell toca o seu ombro e ele desvia o olhar pro local que o meu irmão está tocando -É com a minha irmã que você tá falando- conclui.

-É com a sua irmã?- Bruce pergunta lhe olhando com um sarcasmo irritante. Ele agarra brutalmente o meu braço e me arrasta pra um dos cômodos, sinto o meu músculo se amassando. Latrelle nos segue. Ouvi-se vozes enquanto passamos.

Assim que entramos no quarto, o Latrelle e o Jhon entram também.

-Me larga- falo alto e puxo o meu braço, o mesmo o larga.

-Ah, você fala- Bruce diz enquanto eu passo a mão no local que agora arde -Fala o que aconteceu hoje porra?- ele diz alto -Conta pro teu irmãozinho e o seu anjo da guarda idiota.

Tento lutar pra não decepcionar ninguém mas os olhares fervorosos dos homens a minha frente já me demostram o contrário.

-Eu fui perseguida- digo olhando pro Latrell. O Bruce se recosta em uma cômoda velha e o Jonh balança a cabeça em negativo -Ah qual é, quem desse quarto nunca foi pego?- pergunto simples.

-A questão não é ser perseguido e sim invadir a porra de um território com dono Rô- Jonh diz coçando a cabeça, ele é como um braço direito do homem das cavernas alí.

-Pera aí? Vocês tão querendo dizer que todas essas balas foram por minha causa?- digo gesticulando -Porque eu fiz eles darem uma corridinha?- falo me aproximando do Bruce. Ele me entrega o papel que estava em sua mão.

"Vamos pichar o muro com o sangue da vadia assim que a pegarmos"

A frase era pra mim. Por um nada eu sou ameaçada de morte? Fico em choque.

-Você não pode ficar aqui- Bruce fala ríspido.

-Espera um pouco, ela não tem pra onde ir porra- Jhon diz caminhando pra mais perto.