capítulo 10

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Pov Roberta

Em um simples gesto o Oscar põe um cigarro entre os lábios e o acende com o auxílio de um isqueiro preto, a fumaça densa da primeira tragada se desfaz no vasto ar do grande estacionamento. Ele se vira em direção a entrada do restaurante e eu o sigo.

O alívio do meu corpo é eminente assim que entramos no local refrigerado apesar de usar pouca roupa.

-Boa tarde senhor e senhorita. Mesa pra dois?- o jovem atendente pergunta sendo educado. Meus olhos encontram os dele e em um ato involuntário os meus lábios se curvam em um sorriso fechado sincero, ele apenas retribue.

-Sim- O homem ao meu lado se presta a falar com uma afeição fria.

O atendente afirma com a cabeça e nós o seguimos, o local é um típico restaurante mexicano com mesas de madeira escura, ferro preto nos acentos e paredes em um tom laranja fechado, a iluminação é em luzes amarelas e tem algumas caveiras coloridas pintadas nas paredes.

Logo chegamos nos acentos e ambos nos sentamos, Oscar agarra o cardápio e tateia algumas palavras, eu apenas observo o local mesmo estando quase azul de fome.

-Boa tarde, já gostariam de pedir os seus pratos?- um homem refinado trabalhador do restaurante nos pergunta. Particularmente eu não sei o que pedir, nunca frequentei esses lugares "chiques" e essa situação me intimida um pouco então permaneço calada.

-Me traz um Chilli con carne e um mole poblano pra chica- O homem a minha frente fala requintado o que me arranca um sorriso sincero por pensar como ele é capaz de confundir o meu cérebro em milhares de sentidos.

-Vão querer alguma coisa em especial para beber?- o garçom dirrepente nos pergunta. Me enclino para frente e apoio os meu antebraços no tablado de madeira, olho para o Oscar e mordo o lábio inferior de modo não proposital mas buscando o seu entendimento de que uma taça de vinho não faz mal algum antes do almoço. Ele, por sua vez, me encara com um pequeno sorriso levado e serra os olhos aparentando entender o meu pensamento.

-A sua melhor garrafa de vinho tinto, por favor- Ele diz para o garçom, me recosto sorridente na cadeira me sentindo vitoriosa -Sorrindo como una niña levada?- me questiona posicionando o cardápio na mesa assim que o garçom se retira.

-Eu?- me faço de sonsa -Jamais- completo com um sorriso.

O vinho e os nossos pratos e não demoram pra chegar e eu permito que o meu corpo fique saciado, o almoço é calmo e calado. Pouco tempo depois de eu acabar o meu prato Oscar sinaliza para o garçom e paga a conta, nos levantamos e seguimos para o carro. Antes de adentrar o veículo ele traga mais um de seus cigarros já bolado da carteira de metal. Seguimos para a casa Dos Santos e não demora muito pra pararmos em frente a casa.

-Antes de você sair- Ele fala me fazendo para de puxar a maçaneta do veículo -Temos alguns assuntos pendentes- conclui.

-Pode falar- digo me virando para ele.

-Um dos meus caras ficou sabendo que você foi na casa Dos Profetas hoje- diz sério

-Como assim?- O questiono sem me assustar.

-A partir de hoje você só fala com aqueles putos sob a minha supervisão ou com o meu consentimento- completa encarando a minha alma.

-Você só pode tá sonhando- digo sorrindo com um toque de sarcasmo -Quem você acha que é?- pergunto esquecendo completamente da fama do homem ao meu lado.

-Você escutou o que eu lhe falei e eu não vou repetir- Diz ríspido -Entendeu?- fala respirando forte.

-Nem fudendo- sussurro olhando pela janela do veículo.

On My Block - Oscar Diaz Onde histórias criam vida. Descubra agora