6. O Mirror Lake tem propostas com benefícios.

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O fim de semana passou rápido, e então aqui estou eu outra vez... Lidando com a manhã fria da tão temida segunda-feira. Contei ter soltado cinco suspiros dramáticos, uma irritação em meu nariz e consequentemente três espirros em menos de quatro minutos, a mudança de tempo foi brusca e eu estou sem remédio, mas aparentemente quem precisa mesmo de cuidados é a minha mente, que está em conflito com todas as partes de mim.

Incluindo ela mesma.

Chequei o horário no meu relógio de pulso; cinco minutos até a orientação de Jeon Jungkook, no entanto, o pesar em meus cílios e os meus olhos anuindo lentamente me dão a certeza de que estarei presente apenas fisicamente no auditório para duas horas animadas com o sexólogo, porque o meu cérebro mesmo está preso na aba aberta do Docs, que não exibe nada além de nada. Sem palavras, sem frases feitas e textos muito bem pensados.

Nada.

É terrível, porque quero escrever, mas nada saudável e compatível com o que eu preciso escrever, sai.

Acordei mais cedo que o necessário, não porque quis, eu fui expulso da minha cama por mim mesmo. Recusei-me a descansar, a minha mente cismou que eu deveria estar em pé antes que qualquer hóspede do Mirror Lake, e é por isso que desde às cinco e dez da manhã, eu estou enfurnado no canto mais escondido do restaurante, com uma xícara de café em mãos e muitos problemas à mesa. Porém, por mais que a minha solidão esteja fechada em uma bolha silenciosa e eu admire não ter me entediado como é de costume, meus ouvidos reconhecem o arrastar de algumas cadeiras e as vozes abarrotando o local; o restaurante está movimentado, e por mais que eu tenha me escondido no fundo, em uma mesa com pouca visibilidade, Seokjin me reconhece assim que cruza o hall. Seus olhos amendoados me cercam e ele acena animadamente, está acompanhado de Taehyung, puxando-o em direção à minha mesa enquanto eu procuro o meu melhor disfarce; o sorriso.

— Você sofreu algum tipo de atentado? — Sem cerimônia, Seokjin me aborda. — Caiu tão forte da cama e não conseguiu mais dormir?

— Bom dia, Jin. Eu dormi muito bem e você? — Pergunto, sorrindo de lado. Taehyung mastiga um croissant, mas me cumprimenta com um aceno de cabeça e uma piscadela. Retribuo.

— Bom dia, eu acho. — Murmura. — Estou com dor de cabeça. — Ele puxa uma cadeira na minha frente e se senta. — Você está acabadinho, Jimin. Sofreu um atentado mesmo? Senta aí. — Indica a cadeira ao lado para Taehyung.

— Estou passando por algumas... Merdas. — Cicio.

Taehyung gargalha, finaliza o croissant e me encara.

— Que porra você aprontou? É melhor colocar tudo pra fora de uma vez, você tem... Três minutos até a orientação do Jungkook começar.

Orientação...

Jeon Jungkook.

É, tem a orientação do dr. Jeon.

Não posso me deixar levar pela minha mente.

Não controlo a minha respiração e como ela sai funda quando desvio o olhar para Seokjin e o vejo me observar com cautela, sei o que o seu olhar significa, ele quer entender o que há comigo e meu comportamento, ele até mesmo encarou as minhas mãos que suam sobre a mesa. Que canalha fuxiqueiro!

É como se eu tivesse cometido um crime sem direito à fiança e com muita probabilidade à cadeira elétrica. Eu mal consigo respirar direito sem sentir o meu rosto ruborizar e o peso das minhas ilusões me sufocarem. Não posso culpar ninguém além de mim mesmo.

— Hoseok está te procurando. — O meu melhor amigo se direciona à Taehyung.

— Ah, eu estou com o cartão dele! — Taehyung salta da cadeira, mas não sem antes tomar um gole do meu café. — Porra, está frio! — Endireita a postura e intercala o olhar entre Jin e eu. — A gente se encontra na sala e depois você me conta qual minoria ofendeu.

SEXOLOGIST (MUSO)Onde histórias criam vida. Descubra agora