De volta ao bar, Márcia estava confusa com a forma que Eric saiu do bar, ela sabia que algo errado estava acontecendo, mas Eric estava agindo de forma estranha por si só, então ela apenas ignorou, e continuou sentada, esperando Inês voltar, pois a mulher disse que havia ido no estoque do bar pegar umas ervas.
Ao perceber a demora, Márcia a saiu para procurar. Ela olhou todos os quartos dos corredores, os banheiros, e só faltou um quart que parecia meio escondido, e foi de lá que Eric possivelmente saiu. Márcia abriu a porta lentamente, vendo Inês desmaiada em cima do colo de Camila, que parecia perdida e confusa, com um algodão na testa de Inês, estancando um pequeno sangramento.
—"O que aconteceu com ela?" — Márcia perguntou em pequeno desespero, confusa.
— "Foi o Eric... Fica com ela aqui, por favor.." — Camila pediu, na verdade quase ordenou, se levantando do chão, apoiando a cabeça de Inês num travesseiro.
— "Ué, mas..." — Ela tentou impedir, mas Camila saiu, sem deixar tempo para perguntas.
Márcia ficou sem saber o que fazer, então pegou Inês nos braços, para a colocar na cama, e essa foi a primeira vez que ela pode observar o rosto da mais velha, apesar de sua situação, a mulher continuava com um rosto bonito e angelical. Márcia ficou presa nesse momento por uns segundos, mas saiu de seu transe, posicionando Inês em cima da cama, envolta de travesseiros que segurava sua cabeça. Márcia saiu do bar, indo até seu carro para pegar um kit de primeiros socorros. O clima estava ensolarado, mas ainda sim parecia meio estranho. Márcia voltou para dentro do bar, indo até a pequena sala, encontrando Inês já de pé, com um rosto impaciente.
—"Cadê o Eric? Cadê a Camila?" — A mais velha perguntou num tom mais grosso e impaciente, andando de um lado para o outro.
— "Eles sairam, o que aconteceu aqui?" — Márcia perguntou, se sentando na beira da cama, com o kit ao seu lado.
—"Não da tempo para explicar." — Quanto mais Inês andava, mais sua testa sangrava.
—"Foi o Eric que fez isso?" — Márcia perguntou com uma certa calma.
— "Já disse que não da pra explicar, Márcia!" — Ela disse num tom mais ríspido. — "Onde eles foram?" — Inês continuou a andar pela sala, deixando seus pés empoeirados pela sujeira.
—"Você vai acabar fazendo uma cratera no chão, Inês, senta e deixa eu limpar sua testa." — Márcia disse, abrindo a caixinha.
— "Eu não preciso de ajuda." — Inês suspirou, parando de andar.
— "Quer que eu ajude ou prefere um médico?" — Márcia a olhou, e sem escolha, Inês se sentou.
Márcia molhou um algodão limpo com álcool em gel, para higienizar, fazendo Inês fazer cara feia e se mexer para trás.
—"Ai.. Devagar." — Inês disse.
— "Shhh..." — Márcia disse, continuando a limpar, mas parou, pegando um pouco de soro e despejando na testa de Inês, que escorreu até sua bochecha.
Márcia segurou o rosto de Inês com uma mão, para observar sua testa, e quando percebeu a gota, limpou com o dedão, o que fez o olhar das duas se cruzarem. O olhar de Inês se suavizou de forma quase imperceptível, enquanto o de Márcia apenas se concentrou no profundo olhar da mulher. Márcia balançou a cabeça, disfarçando o olhar, enquanto pegava um band-aid.
Márcia posicionou o band-aid na testa de Inês, tampando a ferida.
—"Vai curar rapido..." — Márcia disse, colocando um espelho na frente de Inês, para ela ver.
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Cidade invisível - Não há como voltar atrás.
FantasyNada dura pra sempre, a vida muda num instante. A vida tranquila dos policiais se transformará em um possível pesadelo, coisas imagináveis e inimagináveis, coisas que não se pode tocar ou ver. Tem coisas que não podemos voltar atrás.