Beijo

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Depois de um tempo na mesa tomando café, fui verificar as mensagens. Minha mãe perguntou se eu voltaria hoje, e US perguntou se eu já tinha melhorado. Eu disse a ele que contaria o que aconteceu nessa casa depois, e também o ameacei um pouco por ter me deixado parar aqui.

Quando terminei de comer, Ta retirou os pratos e começou a lavar tudo que tinha sujado. Eu apenas apoiei o rosto na mão sobre o mármore da cozinha e assisti ele limpar tudo. Minha mãe tinha razão, ele era bem atraente, mas só até abrir a boca; aí perde todo o encanto.

"Quer um balde? Porque, se não, vai formar um açude na minha casa com você babando aí."

"Poxa, você cortou todo o clima!"

"Se você quiser, eu posso mandar fotos nú para você enquadrar e ficar admirando."

"Pela tela do celular não tem graça; eu prefiro tocar pessoalmente. É bem melhor."

"Realmente tinha algo naquela bebida; você está fora de si, e estou ficando com medo de você."

"Não fica não; eu não mordo. Se você não quiser, é claro."

"Mais um Piu, e eu te jogo para fora dessa casa. E você vai sozinho, andando até a sua."

"Você não faria isso."

"Me tenta, pra você ver."

"Fui infantil o suficiente para dar dedo para ele, e ele foi infantil o suficiente para me dar língua. Nós realmente não temos juízo."

Depois disso, ele me chamou para ir até uma sala no andar de cima. Quando abriu a porta, tinha um quarto simples, pelo menos para pessoas ricas. Mas aqui não era o ponto; a questão era outra porta. Ao abri-la, revelou uma sala cheia de computadores. Isso seria meu sonho na era rebelde.

"Não me diz que vocês têm uma salinha cheia de armas e objetos de tortura." Ele levantou o canto da boca e a sobrancelha.

"Você quer mesmo saber?"

"Isso com certeza me faria cúmplice de sei lá o que você e a sua família fazem. Então é melhor não; guarda só pra você."

"Tá bom, anjo, pergunte menos e trabalhe mais. Use essas mãozinhas no que cê sabe fazer de melhor tira esse sorrisinho, porque é para trabalhar no teclado."

"Nossa, toda vez que você me corta, me sinto como se eu fosse criança e você fosse um doce delicioso tirado de mim."

"Por favor, só faz logo isso que eu vou no banheiro."

Depois que ele saiu, me concentrei nos arquivos. Quando abri, parecia algo normal, como se fosse um vídeo com uma senha qualquer. Mas a criptografia estava em um nível FBI, puta que pariu. Com certeza estou cometendo um crime cibernético que me daria sei lá uma década atrás das grades. Que Buda me perdoe, e que ninguém se mate no processo.

Depois de quase cinco horas na frente dessa tela, minha visão definitivamente aumentou uns cinquenta graus. Mas finalmente, consegui encontrar o erro: eram três números fora de ordem que me fizeram ficar esse tempo todo sentado. Quando cheguei no link original, era de uma conta bancária com tantos zeros que meus olhos não conseguiam assimilar.

Transferi a grana para várias contas que Ta tinha deixado em um caderninho em cima da mesinha do computador. Finalmente, meu trabalho ali estava encerrado. Saí do quarto e vi Ta deitado no sofá, olhando para o teto.

"Ei, eu terminei seu trabalho sujo."

"Uhmmm."

"O que eu acabei de literalmente roubar de alguém, e você só diz 'uhmmmm'?"

"E o que você quer?"

"Você ou minha casa."

"Meu Buda, você só pode estar no cio; não é possível. E eu escolho sua casa; vambora."

Fomos até a garagem do casarão, que tinha muitos carros. O querido escolheu uma BMW, que para muitos pode parecer simples, mas para mim é um baita carrão. Dentro dele, o cheiro era agradável; Perfume caro e cheiro de limpeza.

No caminho até minha casa, o silêncio era desconfortável. Ta até ligou o som para ver se amenizava, mas o jeito que batucava o dedo no volante e mexia a perna era sufocante. Perguntaria se ele estava bem se não estivesse tão sério, e se não estivéssemos sozinhos em uma estrada ótima para desovar um corpo.

Quando chegamos à porta de casa, dei tchau para ele para sair logo dessa aura estranha, mas ele segurou meu pulso. Olhei para ele meio que sem entender; será que o menino está passando mal?

"Você me deixa maluco, sabia? Cada parte idiota sua me deixa fora de mim, e cada parte do meu corpo deseja tudo de você. O que eu faço com isso? Poderia dormir sozinho com isso na cabeça, mas não seria justo."

"Você está brincando, né? Eu sabia que não." Ele estava muito nervoso. Como isso pode estar acontecendo?

"Não, eu não estou brincando. Só não aguento mais essas suas provocações imprudentes. Se você soubesse um terço das coisas que eu penso sobre você, acharia que eu enlouqueci. Isso é só para você pensar antes de fazer essas gracinhas de novo, porque na próxima, eu não vou me controlar."

"E quem está mandando você se controlar? Eu nunca pedi isso." Quase me arrependi de falar isso com a olhada insana que ele me deu. Me senti exposto, mas talvez ele tenha esse poder, e tudo bem. Estou concentrado no fato de ele estar com a mão na minha coxa e muito perto do meu rosto. Sinto seu hálito quente contra minha pele, e a cada movimento da mão em direção à minha virilha, ele se aproxima da minha boca até tocar os lábios nos meus. Por algum motivo, meu estômago parece ter um monte de borboletas malucas Ta aprofunda o beijo, movimento a cabeça e chupo seu lábio. Ele pediu passagem com a língua, e quando permiti, explorou cada canto da minha boca, sugando minha língua e mordiscando meu lábio inferior.

Quando nos separamos pela falta de ar, eu ria, enquanto ele tinha um olhar incrédulo.

"Viu só? Se você usasse essa boca para me beijar e percorrer meu corpo, seria irresistível. Mas insiste em usá-la para coisas desnecessárias, como falar."

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