Eu estava muito surpreso, não com o pedido inusitado de dormir na minha casa, mas sim com o selinho. Depois do primeiro beijo, eu sempre tomava a iniciativa para os próximos, mas Ta parecia sempre sem jeito quando ficávamos sozinhos ou quando eu me aproximava para beijá-lo. Eu entendi que eu o deixava nervoso, então dei espaço para ele se sentir confortável. E agora, ele simplesmente chega na minha porta e me beija. Que loucura!
"Você está bem?"
"Meu irmão está dando uma festa em casa e eu só queria sair de lá."
"Hum, ficou bom," digo, apontando para os piercings no rosto dele.
"Obrigado." O rosto do Ta ficou vermelho como uma pimenta.
Eu ainda não acredito que esse garoto, com toda essa personalidade, fica envergonhado por causa de um elogio meu.
Depois de um tempo admirando o rosto dele, abriu espaço para que ele pudesse entrar.
O garoto estava nervoso, sem saber como falar o que queria. Ele não queria que Barcode o odiasse; queria que o garoto entendesse seu lado.
"Será que a gente pode conversar?" o garoto mais alto perguntou, brincando com a joia recém-colocada no lábio.
"Mas a gente já não está conversando?" o menor brincou, tentando irritar Ta. Mas o brilho no olhar do garoto sumiu quando o outro não riu. Barcode não estava entendendo a seriedade da situação.
"Tem um lugar mais reservado?"
"É sério mesmo? Você tá grávido?" O garoto tentou aliviar o clima, mas não deu certo.
"Não..." A voz falha do Ta mostrava o quão nervoso ele estava, então o Barcode o puxou para o quarto para terem mais privacidade.
"Olha, eu fiz uma coisa com você... foi no início e foi uma atitude imatura." Ta disparou a falar antes mesmo de fechar a porta.
"Você pode respirar fundo e me dizer o que está acontecendo com clareza?"
"No início, eu sentia alguma coisa por você. Eu era imaturo, mas sabia que sentia algo. Eu não queria aceitar, mas desde o dia que coloquei os olhos em você, senti que precisava te ter por perto. Então meu pai achou que estava na hora do seu pai pagar o favor que devia, mas o seu pai desaparece quando quer..."
"Você me usou para encontrar ele para o seu pai?" Barcode tinha um sorriso triste no rosto, tentando processar tudo.
"Não, eu não usei! Eu só queria provar pra mim mesmo que não sentia atração por outro cara, mas eu me sinto mal em te tocar e me afasto porque não é justo com você."
"Não é mesmo. Você criou um personagem, ficou tão confortável que achou isso certo. Eu sempre soube que tinha algo por trás disso; nada do que vem de você parece honesto."
"Não, pelo contrário! Eu fiquei muito infeliz com essa situação. Quando me dei conta, já era tarde demais, mas eu gosto de você. Acredite em mim, essa é a única coisa de que tenho certeza."
"Você é tão confuso, Ta. Eu deixei quase tudo de lado: tudo o que eu pensava sobre você, todas as coisas que você fez que me magoaram. Se você queria saber sobre o meu pai, era só ter perguntado; não precisava prolongar essa farsa. Ainda bem que uma voz na minha cabeça dizia para não me envolver completamente com você, porque você não é honesto."
"Quase cometi o erro de acreditar completamente na sua atuação. É ótima!" O garoto aplaudiu enquanto as lágrimas desciam. "Você merece um prêmio de pior pessoa do mundo!"
"Code..." O garoto tentou, com a voz trêmula pelo choro que estava segurando. Ele sabia que não deveria estar chorando, pois acabou de magoar a pessoa que mais lhe faz bem.
O garoto menor fungou e limpou as lágrimas: "CODE, porra nenhuma! Sabe onde o meu pai está? Na fodadolândia Vá atrás dele e se fode junto com ele aprenda o que ele faz de melhor, que é sumir!"
Ta tentou se aproximar do outro garoto, que estava desabando, mas foi rejeitado bruscamente. Ele quase ficou triste, mas só quase, pois sabia que merecia cada palavra dura que ouviu. Até minutos atrás, Ta não entendia por que queria tanto estar perto do Barcode; agora ele descobriu que a rejeição dói mais do que imaginava.
"O que você ainda está fazendo aqui? Vai embora!" Nem o olhar triste nem as tentativas de se explicar comoveram o garoto, que esperou o outro sair pela porta para desabar na cama e chorar. Ele não queria acreditar nisso nem por um segundo.
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Everything In My Life Is About You
Acak"Um garoto de língua afiada, com um humor pouco mórbido, é atormentado por outro garoto com ares de badboy. Este último tem cara de que te mataria e te mataria mais, por algum motivo ainda não descoberto por ele. adora quando o primeiro garoto o de...