Maio, 2015.
Terminei a corrida em p4, era um avanço para quem tinha "recém" começado na fórmula 1, a emoção de quase ir para o pódio era sensacional, o suor escorrendo e sua família gritando de felicidade ao ver você chegando tão perto do seu sonho, de repente você vê que tem fãs e todos estão comemorando o fato de você ter chegado tão perto, mas ela não estava ali, não estava ali para comemorar e tirar um sorriso do meu rosto. Estava tudo ótimo, não tinha motivos para ficar pra baixo...eu não a amava mais como antes, ou acreditava que não amava.
* Mensagem de Laila *
Meu coração quase saiu pela boca ao ver uma mensagem de Laila nas notificações, depois de cinco meses ela resolve me mandar mensagem? tá de brincadeira!
— Parabéns pela corrida, foi incrível :)
— Obrigado! - respondo ela -
— Próxima corrida vou estar aí, minha amiga quer conhecer mais sobre f1
— Bom para ela, aproveite.
Desliguei o celular colocando ele na mesinha ao lado da minha cama e levando minhas mãos em direção ao meus olhos para tapar eles, ao mesmo tempo que queria ela de volta, não queria me sentir alguém para tampar suas mágoas de outros relacionamentos, não queria ser algo passageiro, não queria ser um "caso" de amizade, simplesmente não queria esse sentimento para dentro de mim.
Saí do meu quarto para ir tomar água, mas paro no corredor ao ver minha mãe cabisbaixa sentada no sofá olhando um programa de televisão antigo com um pote de sorvete no colo, me aproximo perto dela, me sentando ao seu lado.
— Mãe, por que a senhora está assim? - Falo passando a mão em seus cabelos e vendo seus olhos um pouco inchados -
— Meu filho, você sabe como relacionamentos são, nem tudo são mar de rosas - Ela solta um sorriso fraco me encarando -
— Vocês brigaram de novo? o que aconteceu?
— Seu pai ficou irritado por eu ter deixado Blanca morar sozinha, ele acabou descobrindo, mas já se resolvemos - Minha mãe faz carinho no meu rosto e percebe minha cara de tristeza -
— Era a Laila né?
— O que? como assim? - Falo com dúvida -
— Você esta triste, carlitos... eu sei quando você esta triste ou não, sou sua mãe - Ela respira fundo e me encara -
— Não se apaixone por alguém que só começou a gostar de você, quando foi-se embora.As palavras de minha mãe pesaram um pouco, eu sabia que era fato aquilo, mas...não era uma boa hora para pensar daquele jeito, poderia simplesmente esquecer isso tudo e fingir que nada aconteceu e simplesmente ignora-lá, impossível.
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Outra semana de corrida havia começado, dessa vez decidi ir assistir, mas claro, acompanhada para não passar nenhuma vergonha ou não cometer nenhuma loucura. Gostaria de resolver as coisas com Sainz, sentia aquele vazio toda vez que ele me encarava ou quando tentava interagir com ele, eu poderia simplesmente chegar nele e falar tudo que sinto e me desculpar pelos anos merdas que dei a ele...mas, sinceramente nada disso iria adiantar para alguém que possivelmente sente raiva ou ódio de mim.
O dia da corrida veio, meu coração explodia de ansiedade, coloquei uma roupa simples, calça boca de sino e uma blusa de regata branca com alguns colares e um óculos. Pegamos o setor VIP, a vista era melhor e poderia explicar f1 para Amanda, bom aquilo que eu entendia, não era nenhuma expert no assunto, a corrida tinha recém começado, a emoção de ver Carlos dando a largada de um jeito lindo, foi encantador, não tinha analisado desse jeito antes, que suas curvas eram tão perfeitas "ele ainda vai ganhar um mundial" falei em voz alta com um sorriso no rosto olhando para minha amiga. Carlos havia ficado em p3, nunca havia gritado tanto em ver ele no pódio, me senti uma fã de carteirinha naquele momento, gritando seu nome e vendo seu sorriso no rosto, meu corpo gelou quando ele viu que eu estava ali, um sorriso gigante abriu em seu rosto e ele voltou sua atenção as câmeras.
— Você foi incrível, de novo - Falei quando ele havia saído do pódio, que tinha saído para ficar com sua família -
— Eu não acredito que você realmente veio - Ele me encarou e soltou um sorriso de leve, nem parecia que meses atrás estava com ódio mortal de mim -
— Foi uma boa corrida, Sainz.
— Você ensinou f1 para sua amiga? - Carlos falou e quando arrumava seu traje -
— Ah... sim, apenas aquilo que eu sabia.
— Ou seja, nada. - Ele solta uma risada sarcástica -
O clima volta a ficar um pouco tenso, ele solta apenas um sorriso fraco para tirar aquela energia ruim que ficou após o que ele havia falado, você é muito BURRA Laila. Não queria insistir em algo que saiba que jamais iria dar certo, ou achava que não ia dar certo, aquela conversa do natal ainda me atormentava, meses eu vinha tentando melhorar ela relação, eu sentia falta dele me incomodando todos os dias.
— Sainz, eu acho que temos que resolver algumas coisas - Falei ao ver ele saindo do hospitaly -
— Creio eu que não temos nada pra resolver, aliás você escolheu amar outro ao invés de escolher seu melhor amigo, simples. - Ele não olhou nem no meu rosto -
— De novo essa história, Rafael e eu não tivemos nada, qual seu problema?
— Eu que me pergunto isso, qual O SEU problema? depois de meses quer ficar de conversinha comigo. - Sainz falou arrumando seu cabelo, que era a coisa mais charmosa existente -
— Não tive nenhuma intenção de magoar você, nossa amizade foi mais forte de qualquer besteira, você sabe.
— Que bom Laila, mas magoou. - Ele sai sem nem olhar na minha cara, pegando seu celular, eu não sabia se ia atrás ou se deixava ele ir embora.
Ao chegar na casa senti um peso meu ir embora, e toda aquela vontade chorar veio com tudo, não sabia qual palavra certa para me dirigir a ele eu simplesmente não sabia, qualquer palavra podia arruinar tudo, era preciso muita maturidade e é uma coisa que apenas Sainz tem. Fiquei encarando o celular com sua conversa aberta, eu queria mandar um "vem pra cá, eu realmente sinto saudades" ou sei lá, ligar para ele.
* Chamada de voz para Carlos *
— O que foi? - Ele fala -
Ele realmente atendeu, congelei ao escutar sua voz.
— Meu pai queria saber...se você gostaria de vir aqui - Suspirei fundo depois de terminar de falar.
— Talvez eu vá.
Ele desligou a ligação na minha cara
respirei fundo e fechei meus olhos,
Eu nunca mais teria aquele Carlos Sainz.
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Em uma outra vida | Carlos sainz
RomanceAmigos de infância sempre serão amigos, mas Laila não esperava que sentimentos fossem envolvidos nessa amizade...nem Carlos imaginava isto.