Rosas Vermelhas.

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Março de 2023.

As coisas mudaram novamente, a pandemia afetou muito o mundo automobilístico e minha carreira, não conseguia pensar em romance nenhum, isso fez com que Carlos e eu se afastássemos em 2020 e logo voltando nesses últimos dois anos, era complicado ir em todas as corridas e não puder dar um beijo de boa vitória em Carlos pelo simples fato de que ele não queria me ver como uma Namorada de "mídia" sabe-se lá o que isso significa. Me sentia uma amante, em dias de corridas só podendo se ver a noite quando não tinha mais fãs e jornalistas, em dias normais a mesma coisa, era irritante querendo ou não, eu estava perdida com aquilo tudo.

— Carlos, eu acho que você está distante de mim de novo. — Falei arrumando as malas para a viagem –

— Isso é coisa da sua cabeça mi amor, passei as férias todas me preparando para essa temporada, perdão. – Eu não resistia aquele seu olhar doce e quando me chamava de meu amor –

— É triste não poder sair com você, ou você me chamar de namorada na mídia.

— Isso não vai acontecer tão cedo, você sabe.

— Eu sei oque exatamente? Carlos nós já temos uma vida separada dos nossos pais, não afetará mais eles!!

— E se afetar? o que a Senhorita vai fazer?

— Eu vou enfrentar as coisas e ficar ao seu lado.

Saí daquele quarto com as malas, eu sei que ele não entendeu o que falei, e nem gostaria que ele entendesse, respirei fundo me sentando no sofá esperando ele, era isso mesmo que eu queria? viver como uma "amante" ? doía muito pensar daquela forma, eu não queria estragar nada daquilo mas não queria viver daquele jeito. A viagem foi silenciosa, ele ficou o tempo todo no celular e de vez enquanto me perguntava se eu estava bem ou se não estava enjoada, ele infelizmente me ganhava com seu jeito doce e seus olhos de guaraná que penetravam minha alma, me deixando totalmente submissa a ele, não conseguia evitar de ficar boba por ele, com tamanha beleza daquele homem era quase inexistente.

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A temporada tinha voltado e Bahrein tinha começado, dessa vez fui como amiga/acompanhante dele, não tinha nenhuma amizade mais no Paddock, Marie não aparecia mais porque seu namorado saiu e Liz aparecia quando dava, e era raramente. Talvez eu só esteja olhando para o lado ruim da minha vida atualmente, focada em ser a namorada perfeita para Sainz algum dia me assumir, passear normalmente comigo nas ruas ou me levar num restaurante sem preocupações de paparazzis, infelizmente isso nunca aconteceria. Minha mãe conversava comigo pelo telefone enquanto estava na mesa do Paddock, vejo um homem loiro alto se aproximar de mim.

— Laila? – Reconheço sua voz de longe, era Nicklas –

— Nicklas, você aqui!! – Me levanto para abraçá-lo–

— Você parece tão tristinha, o que aconteceu? – Ele falou se sentando –

— Não sei explicar, já sentiu aquele vazio em um relacionamento?

— Vazio? Alguma coisa...que não faz sentido ou faltando?

— Alguma coisa faltando, eu voltei com Sainz no final do ano passado, tem algo, sabe?

— Sainz. – Ele solta uma risada — Eu já imagina que você estava falando do Sainz, pelo visto vocês não conversam.

— Conversamos coisas muito padrões, antes da viagem pra cá tivemos uma discussão, foi pouca, única vez que tivemos uma conversa sobre nosso relacionamento.

— Nem imaginava que vocês namoravam. – Ele sorri fraco –

— As vezes nem sei se a gente namora mesmo.

— O amor não tem dúvidas.

Nicklas solta seu sorriso grande e se levanta indo embora, aquela sua última frase ecoou na minha cabeça, eu não tinha dúvidas de que amava ele, mas...ele ainda me amava? isso tudo era muito confuso, anos atrás ele deixou tudo para mim e hoje se eu sumir talvez ele nem sinta a minha falta. A corrida tinha terminado, Sainz ficou em p4, ele fez uma mini comemoração e depois foi até mim, impossível eu não ficar orgulhosa por ele, naquela hora eu esquecia todas as dificuldades que já passamos no nosso relacionamento, só conseguia olhar para ele e ver meu coração batendo com seu sorriso, eu não duvidava que aquilo era amor verdadeiro.

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Aqueles anos de pandemia tinha sido péssimos, ter deixado a mclaren foi uma decisão de abrir mão pra um sonho maior, a Ferrari. Laila me salvou de várias situações complicadas no final da pandemia, minha vontade de largar tudo e nunca mais ser piloto era grande, eu tive que voltar a estaca zero no automobilismo para conseguir voltar o que eu era antigamente, aquilo tudo mexia muito com minha cabeça, em pensar que se eu não fosse excepcional, talvez eu seria descartado como fui na Renault. Eu tinha medo desse relacionamento ser quem nem os outros, eu tinha medo da mídia, tinha medo da Laila não aguentar a pressão social e me deixar novamente, eu recuava demais em aparecer com ela, era como um mecanismo de defesa para mim, uma parte de mim queria falar ao mundo todo o quanto eu a amava e uma parte minha tinha minha carreira e família em jogo.

— Por que você continua quieta? – Perguntei quando chegamos no hotel –

— Tive uma conversa profunda, me fez repensar no que eu queria pra minha vida. – Ela me encara seria –

— Laila...se for por conta da conversa da viagem...eu só tenho medo de como a mídia vai aceitar isso.

— Mas não teve medo de assumir as outras, não é?

— Eu não quero te perder.

— Desse jeito você tá me perdendo.

Me havia perdido de novo, pensando no que estaria fazendo de errado, quais atitudes tinham afetado tanto Laila nesses 4 meses? eu simplesmente não sabia como lidar com aquilo, ter a sensação de perder novamente a Laila por outra bobeira que poderia ser resolvida, mas eu não sabia como resolver aquilo, assumir ela e enfrentar meus pais e a mídia? Talvez era o mais apropriado naquela situação que eu estava. Todas as vezes que falei sobre isso com Lando, ele disse a mesma coisa "assume ou termina o relacionamento, simples" ele era a última pessoa para dar conselhos amoroso, não sei por que ainda insistia em perguntar para ele. Um conselho de Lando que foi útil, foi comprar rosas vermelhas e deixar ao lado da cabeceira dela, uma forma de se desculpar pelas discussões recentes.

"Nunca duvide do meu amor,
por você eu faria tudo.
– Carlos Sainz"

Em uma outra vida | Carlos sainz Onde histórias criam vida. Descubra agora