Março de 2023.
Me levantei da cama ao ver que minha mãe adormeceu, suspirei fundo tapando ela e indo até a sala, meu pai estava conversando com Carlos, soltei um sorriso em ver aquela cena, meu pai estava pedindo ajuda para mexer no celular, era uma cena linda ao ver Carlos ajudando. Sentei-me no outro sofá, cruzando minhas pernas e limpando meus olhos que estavam vermelhos e inchados de tanto chorar, respirei fundo novamente e encarei Carlos e meu pai estavam com um olhar de preocupação para mim.
— Como foi a conversa com sua mãe? – Carlos perguntou –
— Foi...tranquila, respiração dela mudou, a pele está mais pálida do que antes. – Soltei um sorriso, o moreno sentou perto de mim e se abraçou em mim –
— Amanhã ou quarta, vão trazer os equipamentos de hospital para nossa casa. – Meu pai fala –
— Mas já? Não era melhor ela estar no hospital?
— Ela recusou de todas as formas, vai ser mais doloroso...mas se ela quer, eu não irei dizer não. – Meu pai suspira fundo e volta atenção para mim –
— Ela tem chance de sobreviver, né? – Funguei ao dizer –
— Se ela cooperar com o tratamento, ela sobrevive, mas depende da situação minha filha.
— Podemos pagar os médicos mais caros que existem, podemos fazer alguma coisa, certo? – Carlos falou um pouco agitado –
— Não tem dinheiro que cure o câncer, Carlos.
Suspirei fundo ao escutar meu pai falar, não queria ir embora mas também não queria chorar perto do meu pai. Fomos embora, antes de ir tinha arrumado a cozinha que estava levemente bagunçada, deixando algumas comidas em potes para os dois se organizarem, a volta pra nossa casa foi um pouco silenciosa e dolorosa, Carlos falava algumas coisas para me ajudar, mas eu só conseguia chorar e chorar, meu peito doía, ver minha mãe daquele jeito era doloroso demais. Chegando em casa, ele retira as malas do carro e vai em minha direção me abraçando forte, abracei sua cintura, sentindo o cheiro do seu perfume e seu coro quente que esquentava o meu corpo gelado e trêmulo, ele me abraçou forte, confortando meu coração e me deixando em paz, ele é minha casa.
— Vai ficar tudo bem. – Ele solta um sorriso e arruma meus cabelos que estavam grudados em meu rosto –
— Promete não me abandonar? – Encaro seu rosto –
— Eu prometo. – Ele dá um sorriso –
— Jura de dedinho? – Estendo meu mindinho para ele anelar no meu –
– Juro, mi amore. – Ele junta seu mindinho ao meu –
Me deitei na cama e Carlos se deitou ao meu lado dando um sorriso, ele me acalmava nos meus piores momentos, seu sorriso confortante e suas brincadeiras que me faziam esquecer dos problemas, seu romantismo inacreditável que esquentava meu coração, no meu pior momento, eu sabia certamente que ele me amava. Algumas vezes na noite me acordei no susto, me levantei da cama indo pra cozinha, devia ser 2h da manhã, o vento estava forte e então escutei o telefone fixo tocar na sala, meu coração gela pensando ser alguma coisa ruim, mas era apenas minha sogra.
— Laila? está tudo bem? – Reyes pergunta –
— Está...– Suspiro fundo e uma lágrima cai do meu olho – Estou com medo...eu não quero que minha mãe morra...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Em uma outra vida | Carlos sainz
RomanceAmigos de infância sempre serão amigos, mas Laila não esperava que sentimentos fossem envolvidos nessa amizade...nem Carlos imaginava isto.