1- Piloto

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Já havia se passado alguns anos desde que me relaciono com Alastor, ele é um rapaz incrível e cuidadoso comigo porém sinto que as vezes ele me esconde alguns segredos. Nos conhecemos a três anos atrás quando ele me salvou de alguns homens... grosseiros e desde então não saiu da minha cola. Tenho muita sorte de te-lo por perto.
Alastor havia me convidado para um encontro e como sempre aceitei de bom grado, Rosie uma velha amiga nossa me ajudava a me arrumar pois dizia ela que seria uma ocasião que jamais iria esquecer.

– Como pode saber disso, Rosie? – perguntei enquanto ela apertava meu espartilho, sempre odiei essas coisas mas me deixava tão bonita... preferia vestidos de seda.

– Porque ele me contou, bobinha – Ela sempre tinha um sorriso no rosto, seria perturbador se eu não a conhecesse tão bem. Rosie e Alastor são amigos a longa data, amo a amizade deles e agradeço por ter eles junto a mim.

Quando terminamos a arrumação fui ao encontro de Alastor no nosso lugar favorito: um canto um pouco afastado da cidade. Era uma parte da floresta que ficava perto de um lago cheio de cisnes e patinhos, eu amava aquele lugar e ele também. Esperei por horas até que escutei barulhos.

– Alastor? – olhei para trás e só pude escutar alguns grunhidos– Querido? – O barulho foi se aumentando, meu coração acelerado pedia para que eu fosse embora, mas era tarde demais. Levantei-me e fui em direção ao som, a noite escura não me permitiu ver muita coisa, mas as criaturas pareciam lobos... não... cachorros de caça. O lugar estava coberto de sangue e eu consegui ver finalmente o que eles estavam caçando.

– A-alastor! – Gritei, o que acabou chamando a atenção dos cães que largaram imediatamente o corpo destroçado do meu noivo e correram em minha direção, meu extinto pedia para correr mas meu corpo permanecia parado. Senti as mordidas daquelas feras em contato com minha pele, pareciam que estavam lutando para ter um pedaço da minha carne. Meu sangue vermelho se juntou junto com o de Alastor naquela noite e minha última visão foi o rosto morto do meu último e único amor. Ao longe dava para se ouvir os passos de pessoas, homens desesperados ao ver a cena, mas já era tarde. Minha visao escureceu. Eu morri em 1933, aos 26 anos de idade.

— Senhorita? Senhorita, acorde! — Uma voz suave me chamava. Eu não tinha morrido?— Vejo que acordou! Ótimo– Abri meus olhos lentamente e quando vejo era um rapaz... com Asas? UM RAPAZ COM ASAS.

— Onde estou? Onde está meu noivo? – Perguntei enquanto olhava para os lados completamente perdida.

– Você está no paraíso! Seja bem-vinda, agora poderia me dizer seu nome? - ele pegou um enorme livro

– Meu nome? Ophelia Carboni

— Carboni, Carboni...– Ele passava as páginas rapidamente– Aqui está! Ophelia Carboni, acabou de morrer, certo? Seja Bem vinda ao Paraíso minha querida! Venha, me acompanhe!

Segui o que ele havia pedido, de todas as vezes que me falavam sobre o céu nunca consegui imaginar como seria o lugar, estava completamente maravilhava com cada canto que tinha ali.

– Licença... Você por acaso viu um rapaz moreno que pode ter vindo um pouco mais cedo que eu? Ele é meu noivo...

– Não, querida! Hoje você foi a única que chegou por enquanto!

A única? Onde Alastor poderia estar?

– Puta merda Lute!

Palavrões no paraíso?

– Não se incomode com isso... É apenas Adam

– Adam? Tipo Adao?

– Isso, mas ele prefere ser chamado de Adam.

Adam após ouvir seu nome inúmeras vezes olhou para nós e foi ao nosso encontro

– Novata?

– Sim senhor, acabou de chegar.

– Já mostrou como as coisas funcionam por aqui?

– Eu ia fazer isso agorinha

– Então por que não fez ainda, porra! — Adam parecia estar bravo, mas logo depois soltou uma breve risada– Lute, venha ver a recém chegada! Ela é uma graça! – Uma moça de cabelos brancos e com roupas manchadas de sangue veio até nós, ela parecia zangada.

– Pare de incomodar ela, senhor. Temos coisas mais importantes para fazer. Seja bem vinda ao paraíso, senhorita...

— Ophelia! - respondi sorridente. Adam me olhava dos pés a cabeça e parecia se divertir com meu desconforto. Ele usava uma máscara enorme e uma roupa que mais parecia um... vestido? Talvez uma camisola.— Oh, não sabia que no paraíso poderia usar camisola - dei um sorriso amarelado.

— Camisola? Isso aqui não é uma camisola! É o meu uniforme de trabalho! - ele realmente pareceu ofendido- Vamos nessa, Lute! A Vadia não sabe nada sobre estilo.

– Ok, certo... já chega! Vamos logo, temos coisas melhores para se fazer- A mocinha de cabelos brancos o levou para longe. Aposto que o cabelo branco é de estresse por ter que lidar com esse aí.

  Um pouco depois me encaminharam para minha nova moradia. Tenho que confessar que ainda estou assustada e preocupada sobre onde Alastor poderia estar, certo que não somos casados e apenas estamos namorando mas... Alastor foi o meu primeiro e único amor. Me dói pensar que talvez ele esteja em outro lugar.
Durante um bom tempo escrevia diversas cartas para ele.

"Querido Alastor, Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor Alastor"

Nunca consegui sair do nome dele, o que eu poderia escrever? Que ainda o procuro? Que espero que o inferno esteja bom para ele? Não tinha o que ser escrito, o "Eu te amo" parece ser extremo... Deus, por que isso tem que ser tão difícil?!

Amor infernal - Hazbin HotelOnde histórias criam vida. Descubra agora