Se eu falasse que sai do quarto a poucas horas eu estaria mentindo. Após "Alastor" ou o que quer que fosse aquilo saiu do lugar consegui finalmente me levantar. Conseguia escutar poucas vozes atrás da porta do quarto, então peguei algo para me proteger: o pato que eu havia jogado longe.
"Alastor seu idiota!"
Uma voz masculina e calma reclamava com aquele ser que só respondia com alguns resmungos.
"Eu seria mal educado se não fosse dar um "oizinho" para minha noiva" a voz de rádio se justificava.
Noiva? Não tem como aquele cara ser o Alastor, não... Não tinha como ele ser o MEU Alastor. Após ouvir aquilo eu quase arrombei a porta do quarto.
— EU NAO SOU NOIVA DE NINGUÉM! - Todos estavam ali, me olhando de forma assustada por eu ter derrubado a porta. Alastor me olhava como se estivesse admirado, mas por que ele tinha aquele sorriso medonho na cara.
— É sim minha querida, estava no nosso contrato de quando éramos vivos!- Disse ele segurando minha mão que sempre teve um anel de prata. Eu nunca consegui tirar esse anel.
— Primeiramente: não me chame de querida, segundamente: Por que você tá vermelho e tem chifre de veado?- ele esbugalhou os olhos e permaneceu com o sorriso forçado.
— Seu senso de humor continua o mesmo de sempre, querida- Ele riu falsamente enquanto expulsava os outros do quarto. — Meus companheiros saiam do quarto, preciso ter uma pequena conversa com minha noiva...– Noiva? Mas não teve um pedido se quer.
— Se você é mesmo o Meu Alastor... Por que não me procurou?- Perguntei, eu sempre o procurei durante os meus anos no paraíso, mas ele pareceu muito ocupado para fazer isso.
— Quem disse que não te procurei? - perguntou confuso.– Foram sete anos de procura, Ophelia! Desapareci no inferno e todos pensaram que eu morri quando a verdade é que eu estava a procurando, mas agora isso chegou ao fim. Você está aqui, nós estamos aqui. Juntos. - ele se aproximava, mas ainda não sentia confiança nas palavras dele. Aquele sorriso, aquele maldito sorriso me deixava perturbada.
— O que houve com você? Por que veio parar aqui? O que aconteceu naquele dia? Por que morremos?! — Eram tantas perguntas que estavam entaladas em minha garganta por tanto, tanto tempo e agora eu finalmente podia colocar tudo para fora!
— Veja...- ele se sentou na cama- existia muitas coisas que eu nunca te contei e você nunca iria descobrir se não fosse tão... impulsiva. Estava tão na cara.- Alastor tampou a boca o que abafou um pouco a sua risada. Aquela voz era de arrepiar. Eu o observava contar tudo, TUDO em todos os mínimos detalhes.— Você era tão bobinha, tão amorosa e gentil. Rose me falava que não deveria te enganar, mas... eu que fui enganado. Aos poucos fui me apaixonando cada vez mais por você e não conseguia mais contar a verdade. Eu deveria ter feito isso.
— Sim... Você deveria ter me contado tudo. – Por culpa dele eu havia morrido, por culpa dele eu sofri até meu último minuto de vida.— Isso teria evitado tanta coisa...— Ele apenas me olhava, em silêncio. Os olhos vermelhos do homem estavam presos em mim como se eu fosse uma presa.— Por que fez isso comigo?!
— Por que era bom te ter por perto.
— Mas isso custou a minha vida, Alastor! E agora estamos presos aqui!
— Mas estamos juntos novamente, Ophelia! Não vê? Nós procuramos um ao outro durante anos e finalmente estamos juntos!- Ele se justificou. Me sentei ao lado dele evitando qualquer tipo de contato visual.— Não faça isso comigo. Não você! - Ele colocou uma de suas mãos acima da minha.— Eu não poderia escolher outro alguém para amar, Ophelia.
Eu o olhei e olhei para sua mão.
— Talvez um dia eu aprenda a te amar novamente, Alastor. - afastei a minha mão da dele. Eu ainda o amava, mas eu estava machucada. Ele me machucou, todos eles me machucaram e me usaram como algo para distração... Como posso saber se não irei ser machucada novamente? Alastor me olhou e pela primeira vez desde que o vi ele aparentava triste.
— Eu irei fazer esse dia chegar o mais rápido possível, minha querida. – Alastor se levantou e antes mesmo que eu pudesse dizer algo ele já havia ido embora. Pelo resto do dia fiquei embrulhada nas cobertas. Meu corpo ainda doía, mas agora sinto um enorme aperto no meu coração.
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Amor infernal - Hazbin Hotel
FanfictionOphelia não imaginava que após se envolver romanticamente com Alastor (o demônio do rádio) enquanto estava viva poderia ocasionar sua morte. Agora ela tem que lutar contra tudo aquilo que acreditava para salvar sua nova família