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  Haviam se passado oito anos desde a minha morte. Devo dizer que sinto falta de estar viva e sinto mais falta ainda de poder conviver com outras pessoas que não cantam sempre que alguma coisa mínima aconteça. Depois que cheguei me juntei a Adam e seu exército de mulheres, era incrível o fato que ele não deixava outro homem entrar para a sua "gangue", mas isso não era do meu interesse.
 
   Desde então sou treinada pra alguma coisa, eles nunca me falaram para o que seria e Adam sempre mudava de assunto quando eu perguntava.
"Porra Ophelia por que fica se intrometendo assim?" Talvez porque eu faça parte disso? Por Deus isso não deveria ser tão difícil de se explicar para o Primeiro Homem ~ Talvez os dois enormes chifres dele tenham afetado a sua linha de pensamentos~.  Estávamos em formação agora, Lute ~o braço direito de Adam~ nos dava algumas ordens e como sempre, gritando palavrões.

— E ENTÃO NÓS VAMOS FUDER ELES!- Ela gritou animada, mas a sua máscara deixava sua voz extremamente abafada. A voz de Lute era suave quando não estava na presença de Adam, para ser sincera Lute era mais suave quando não estava perto dele. Talvez esteja querendo se provar para ele. Ao terminar o seu discurso motivador todas gritaram.

— Calma, Lute. Porra!- Adam tentava fazer ela calar a boca e voltar a atenção para ele. Ele sempre foi desse tipo, mas devo confessar que sem a máscara medonha dele Adam chega a ser um homem atraente.– Uma daquelas patinhas do inferno mataram um de nós! E agora vamos dar o troco! Estão preparadas para o dia do extermínio, galera?! Porque nós vamos botar para fuder geral!

"Extermínio"?

Todas comemoravam, menos eu. A palavra "extermínio" rondava pela minha cabeça durante todo o treinamento, claro que estava sendo ensinada a matar eles, mas não sabia que existia um dia próprio para isso. Esse termo não estava no nosso acordo. Enquanto o treinamento rolava consegui sair sem ser percebida, pelo menos era o que eu achava.

— Onde pensa que vai, gracinha?- "Gracinha" esse foi o apelido péssimo que Adam deu pra mim enquanto fazia amizade comigo. Dei um leve pulo de susto e o olhei como se fosse matá-lo ali mesmo.

— Adão, porra! Quer me matar?!- Ele me olhou entretido com a minha reação.

— Fica tão linda assustada quanto pelada, gracinha. - Revirei tanto os olhos que quase tive medo deles que eles não voltassem. Adam podia ser escroto, mas confesso que o Primeiro homem tinha seu charme... e que charme.— Terminando o treinamento mais cedo e sem avisar? Só porque está indo para minha cama a noite não significa que pode fazer o que quiser, Boneca.

— "Extermínio", o que seria? Você se esquivou dessa conversa durante todos esses anos que eu estive aqui  e nunca me explicou o que era.- Ele me olhou como se eu tivesse o empurrado contra a parede. Talvez o "anjinho" ficou com medo de dever respostas a alguém.

— Eh... Sabe... Ahn...

— "Eh... Sabe... Ahn..." porra Adam, parece que está engasgado com um pau na boca. Só me explique, certo? - Ele suspirou apreensivo.

— Descemosnoinfernoematamosqualquerdemonioqueestejananossafrentepordiversãoeporqueoinfernotacheio

—....

—....– Ficamos nos olhando por uns ótimos minutos,
Pelo tempo de convivência com ele tive que aprender a lidar quando ele está tentando se desviar de algum assunto. Adam era desse tipo.  Suspirei pesadamente levando uma de minhas mãos para minha testa enquanto rezava para ter mais paciência com este homem.— Se o inferno está super lotado por que nós não fazemos o julgamento para que algumas das almas fossem perdoadas?

— Não é assim que funciona, gatinha. - ele disse dando de ombros.

— Certo... e como funciona?

—....- Sim, ele fez aquela cara de idiota que sempre faz.

— VOCÊ NAO SABE COMO FUNCIONA PARA UMA ALMA SER PERDOA– Ele tampou minha boca para que eu ficasse quieta, dava apenas para escutar alguns murmúrios que saiam da minha voz abafada. Quando me calei ele finalmente me libertou.

— Engraçado que na cama você não é tão escandalosa assim.

— Talvez se você fizesse um trabalho melhor eu fosse.— Ele arqueou a sobrancelha e me olhou com os olhos semicerrados. Por Deus, parecia que eu tinha desafiado ele, mas eu costumo fazer diversas piadas do tipo. Adam suspirou e me olhou.

— Olha, Ophelia... Depois conversamos sobre isso, certo? Prometo que explicarei o que quiser depois mas agora tenho outras coisas para serem resolvidas. — De longe dava para escutar Lute o chamando e consegui ouvi-lo suspirar pesadamente.— JA VOU PORRA - ele gritou e se foi.

Seria um enorme dia a partir de agora.

Extermínio, conversa com Adam e uma longa noite. Estava cansada demais para pensar sobre essas coisas e talvez eu não devesse ligar para o dia do extermínio, mas apenas queria entender o porquê de fazerem tudo isso... talvez por raiva? Talvez por que mereçam sofrer duas vezes... o nome dele ainda estava em minha mente, mas me sinto errada por pensar nisso. Estou com Adam agora, mesmo que seja apenas um segredo sujo para ele.

Amor infernal - Hazbin HotelOnde histórias criam vida. Descubra agora