Livro coletânea especial em comemoração à "Uranus Week 2024", evento que celebra o aniversário de UranusMang na primeira semana de Outubro, com sete contos especiais publicados ao decorrer destes sete dias.
Venha desbravar todas as histórias, feitas...
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Relacionamentos duradouros sempre estão propensos a pequenas turbulências ocorrendo vez ou outra. Conforme o tempo passa, com dias se transformando em meses e meses se transformando em anos, o equilíbrio tende a gradualmente se manifestar e estabelecer sua própria moradia no ambiente, ou então, no pior dos cenários as diferenças e discussões aumentam e evidenciam que as coisas não estão dando certo entre um casal.
Nesse momento, Ahri duvidava dessa teoria. Após três anos de namoro com muitos altos e baixos, ela alimentou a crença e a esperança de que não seria um suplício encontrar o ponto de equilíbrio no seu relacionamento, já que ambas se amavam muito e Evelynn sempre lhe escutava quando tinha algo para pontuar e reclamar. Entretanto, essa expectativa tendia a diminuir a cada nova briga que arrumam entre si, muitas vezes pelos motivos mais idiotas do mundo. Moravam juntas em uma pequena casa de aluguel há quase um ano, o processo de migrarem de seus respectivos apartamentos para um lugar novo deveria servir como um meio de aproximá-las enquanto transformam aquela casa em um lar – ou ao menos esse era o plano da vastaya.
No começo, tudo parecia se encaixar direitinho no decorrer das semanas. Elas passavam o dia fora trabalhando, Ahri costumava sempre retornar mais cedo do seu simplório emprego como telemarketing numa empresa que vende aparelhos eletrônicos, enquanto Evelynn é uma promissora gerente de projetos num conglomerado famoso da província de Valoran, as empresas GLASC, especialista em cosméticos e farmacêuticos. A vastaya nunca viu problema no fato de trabalhar em um lugar muito mais modesto ou em receber um salário significativamente menor do que o de sua namorada. As duas sustentavam a casa da maneira que podiam e nenhuma delas via sentido em trocar de emprego – apesar de Eve ter proposto arranjar um cargo na GLASC para Ahri, a qual ela recusou por se sentir bem no seu trabalho atual –, o dinheiro nada tinha a ver com o motivo das coisas estarem turbulentas. A grande questão aqui é que nossa raposa odeia a maneira como Evelynn trata seu serviço como prioridade, passando o dia bajulando seus superiores e fazendo tudo o que eles lhe pedem, mesmo que isso a desgaste física e emocionalmente.
Para ser mais preciso, ela odiava a forma como sua namorada estava se destruindo para permanecer em um emprego que mais lhe fazia mal do que bem.
— Você não tem um pingo de responsabilidade, Evelynn! — a loirinha acusou, apontando o indicador em direção à mais velha, que bufou automaticamente em puro tédio — Eu chego cansada do trabalho, mas mesmo assim me esforço pra te recepcionar bem, pronta pra ouvir as suas reclamações e dar um jeito nas suas dores de cabeça, tentando aliviar a barra pesada que você carrega. E o que eu recebo em troca? Um dos seus colegas de trabalho me ligando às onze da noite depois de eu já ter desistido de te esperar, pronta pra dormir, avisando que você foi pra um happy hour, que tá bêbada demais pra dirigir e pedindo pra eu te buscar!
— Que exagero. Eu não estava tão bêbada assim e eu não te pedi nada. — resmungou, massageando as têmporas e não levando aquela conversa a sério.
