Capítulo 7

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– Meu nome é Maria Alice, tenho onze anos e eu gosto de... Jogar futebol!

Zerachiel sorriu e aquela foi a última criança. A diretora então ficou entre eles e pediu a atenção das crianças dali.

– Bem, se comportem com seus novos professores e prestem atenção nas aulas! Boa aula para vocês.

As crianças depois se despediram da diretora e Hzethel seguiu a diretora para a sua aula, mas antes de ir ele sussurrou algo para o anjo.

– Matemática seu pequeno... ! – A diretora chamou ele dessa vez mais alto e Hzethel o seguiu fazendo bico para o anjo – Depois a gente conversa.

Zerachiel revirou os olhos e então pegou seu livro e começou a explicar a matéria. Ele sabia e tinha conhecimento das coisas da terra, algumas pelo menos. As crianças estavam realmente prestando atenção, então Zerachiel passava de carteira em carteira olhando se todos estavam fazendo suas tarefas e parou em uma carteira de uma menina, se ele se recordava bem, ela se chamava Diana.

A menina estava desenhando algo do outro lado do caderno e se assustou quando Zerachiel se agachou para ver.

– P-professor! Eu estava só... Hum.

Era um desenho com curvas bem infantis, mas não foi isso que chamou sua atenção. A menina tinha desenhado ele, o próprio Zerachiel com uma auréola, porém o anjo não entendeu o porquê.

– Sou eu...? Está realmente lindo. Por que a auréola?

A menina ficou vermelha de vergonha e depois deixou o lápis de lado. Zerachiel sorriu e então a menina ficou com mais vergonha ainda.

– Você... Parece um anjo. Sua face parece divina, eu nunca vi alguém igual a você. O senhor é muito bonito...

Zerachiel riu um pouco baixo e depois afagou o cabelo da menina que o olhou quase apaixonada por ele. Ela estava encantada com ele de fato e então Zerachiel se levantou.

– Você acha mesmo? Mas saiba que todos nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus. E você... é uma menina muito delicada e linda, Diana.

Ele lembra do meu nome! A menina pensou e logo ficou vermelha, ela escondeu o rosto e sua colega ao seu lado que estava ouvindo tudo sorriu.
Zerachiel bateu palmas para chamar a atenção de todos.

– Certo, vamos corrigir o dever.

O tempo de Zerachiel acabou e logo era intervalo das crianças. O anjo tomou um susto quando Hzethel apareceu repentinamente ao seu lado enquanto ele pegava os livros da mesa.
Hzethel fez drama e se escorou no quadro negro ofegante.
O anjo se virou um pouco desentendido enquanto Hzethel fazia seu drama.

– Matemática... É horrível. Por que diabos você me deu a matéria de matemática?! MATEMÁTICA!

O anjo segurou a risada, mas Hzethel percebeu e fez cara de irritado com o anjo. Zerachiel então fechou a gaveta da mesa e o encarou.

– Se for muito doloroso, você pode desistir de corromper a criança. Isso me ajudaria muito.

Hzethel revirou os olhos. Como se ele realmente fosse desistir facilmente de sua missão, isso com certeza é algo que ele não faria.

– Não se faça de espertinho, anjo. Eu vou segurar isso por um tempo já que não posso usar os meus poderes agora.

Ele se aproximou mais do anjo quando explicava, isso deixou o anjo um pouco desconfortável por causa do fato de que eles poderiam se tocar.

– Pare de falar tão perto, nós nem temos intimidade suficiente para isso...!

Hzethel então se aproximou de propósito fazendo o anjo se encostar na mesa quase encurralado. Isso era uma ameaça indireta para o anjo então Hzethel estava tirando vantagem e levantou a mão para tocar os cabelos divinos daquele anjo, mas os dois foram surpreendidos quando uma criança entrou na sala e viu os dois conversando.

– Pro...fessor?

Era Diana, ela estava com um papel em mãos e estava bem envergonhada enquanto Zerachiel empurrou Hzethel para o lado, Hzethel franziu o cenho.

– Si...Sim! O que foi Diana, aconteceu alguma coisa?

A menina esperou um pouco, parecia que ela estava se preparando e tomando coragem para dizer algo para o seu professor. Hzethel estava de braços cruzados observando aquela cena que parecia patética para ele.

– Eu... Fiz um desenho para o senhor! Eu tentei o máximo deixar o desenho bonito depois de ver referencias de desenhos na internet...

Diana suspirou e mostrou o desenho que ela tinha feito. Zerachiel se abaixou um pouco e vou o desenho enquanto logo atrás, Hzethel se aproximou para saber do que se tratava. Era Zerachiel como anjo, o que ele é na verdade. Mesmo ela sendo uma criança ainda, seus detalhes eram muito avançados. Ela fez as penas das asas detalhadas e a auréola brilhante com apenas um lápis e uma borracha, aquilo era surpreendente.

– Isso está... Muito lindo Diana. Você realmente tem potencial, esse é o seu talento escondido sabia? Vou falar com a diretora para você usar a sala de artes antes de ir embora, mas preste atenção na aula e não fique desenhando quando o professor está explicando, está bem?

Zerachiel sorriu afetuosamente e afagou o cabelo da menina que sorriu como um todo. A menina estava alegre e muito mais motivada para continuar desenhando.

Sim! Obrigada professor, você é o melhor professor do mundo! – Diana sorriu e abraçou Zerachiel que foi pego de surpresa pelo abraço – Pode levar, é para você!

– Tudo bem... O que é incrível nós precisamos ver, não obter. E além do mais, você deveria fazer um mural em casa e colocar esse desenho, o que acha?

A menina abriu um sorriso e depois concordou com a cabeça e guardou o desenho na mochila o mais rápido que pôde.

– Certo! Até mais Professor Chiel!

Chi...el? Zerachiel piscou confuso enquanto a menina estava indo embora e dando adeus. Hzethel deu uma gargalhada depois do apelido parecendo desdenhar dele, isso deixou o anjo furioso.

Você está rindo de quê?! Esquece, eu preciso ficar de olho na Alícia.

Hzethel parou de rir se acalmando e depois seguiu o anjo para sair da sala. Eles estavam seguindo em direção ao refeitório para vigiar a menina, mas Hzethel notou duas professoras sentadas no refeitório. Parece que ele teve uma pequena idéia maligna e então cutucou o anjo.

– Aí, eu vou fazer algo importante, mas não tente atrapalhar minha missão.

O anjo não teve nem mesmo chance de responder e o ser maligno saiu andando até a mesa das professoras. Zerachiel olhou aquilo e sabia que ele iria fazer algo errado, como sempre, mas ignorou e foi em direção a sala da diretora.
Quando ele estava prestes a bater na porta, a diretora estava conversando com uma mãe e então Zerachiel parou na porta. Ele não queria ouvir escondido, então ele iria dar meia volta, mas percebeu a voz da mulher. Era a mãe de Alicia que estava lá dentro.

O divino e o profano

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