Esse ser maligno não pode me tocar, ele sabe muito bem e quer apenas me testar, eu sei. Zerachiel observava.
– Pare de me testar ser maligno, você não pode chegar perto sem o consentimento do Senhor!
Hzethel riu alto, mas isso não incomodava a criança. Zerachiel franziu o cenho, aquela risada era terrível e assombrosa para ele.
– Ah é mesmo? Mas você pode me tocar, é isso? Parece hipocrisia visto desse jeito. Haha!
Os olhos de Zerachiel pousavam no braço brilhante de Hzethel. Sua pele brilhava um pouco quase como lava e então ele observou. Ele nunca viu um demônio de tão perto, então aquilo era algo quase como novo.
– Se você quisesse, teria desviado ou pegado o meu braço. Por que deixou então?
O clima deixou de ser o mesmo e ficou mais tenso. Zerachiel e Hzethel estavam se encarando enquanto o demônio parava de rir. Os seus dentes afiados estavam agora escondidos dentro de sua boca.
– Nunca senti o toque de um anjo, queria ver como é ver um ser angelical ser queimado quando me toca e eu estava curioso sobre você, anjo.
Zerachiel encarou e depois olhou para o braço do demônio novamente pensativo. Ele fez a menina ter bons sonhos e não pesadelos enquanto a acariciava lentamente, mas ele parou.
– Então você se deixa ser tocado se for um anjo como eu? Isso não parece lógico e muito menos certo.
O anjo disse enquanto virava para observar a criança dormindo e Hzethel olhou para o lado pensando por um momento quase fazendo uma careta.
– Hum, não necessariamente. Por que, você quer me tocar?
Sim, ele estava realmente testando Zerachiel. Mas ele não sabia sobre seus pensamentos, apenas quando o anjo dava sinais. Porém o anjo muitas vezes era imprevisível e então Zerachiel o encarou.
– Posso?
O rosto quase humano de Hzethel passou de malicioso e zombador para sério e curioso. Hzethel pensou um pouco enquanto olhava o anjo. Para ele a sensação de anestesia durante o toque foi passageiro, mas ele queria sentir aquele toque angelical de novo. Era como se ele realmente relaxasse e o fogo do inferno se apagasse em sua pele. A pele de Hzethel ardia, mas ele era um demônio afinal e aquela sensação refrescante passava em sua mente algumas vezes. Dessa vez, ele estava se testando.
Hzethel descruzou os braços e levantou um em direção ao anjo que se aproximou. As mãos do anjo dessa vez brilhavam muito, mas não era extremamente forte. Os olhos de Zerachiel eram de curiosidade e interesse já que ele nunca fez isso.
Quando o anjo tocou a pele do demônio, Hzethel parecia se sentir aliviado e as mãos de Zerachiel não queimaram por muito tempo, mas ainda assim doía.– Uau, seu toque é realmente divino e refrescante... Por que?
O anjo logo retirou suas mãos rapidamente como se suas mãos angelicais tivessem queimado, e elas queimaram sim. O anjo balançou as mãos e logo uma luz branca veio e se foi. Hzethel parecia pensativo e olhou para o seu braço depois do toque, e beu braço queimava com o fogo do inferno novamente.
Zerachiel olhou para suas mãos novamente e fez um brilha maior aparecer, logo o brilho desapareceu e então o anjo se aproximou novamente tocando o braço de Hzethel sem nem mesmo perguntar. O anjo estava curioso sobre aquilo e isso assustou Hzethel. Agora as mãos de Zerachiel não queimavam quando ele colocava as mãos na pele do demônio e isso chamou a atenção de ambos. Hzethel se perguntava como ele fazia aquilo.– Isso é como um escudo para os anjos. Faz bastante tempo que nós não usamos.
As mãos de Zerachiel não queimavam e então Hzethel olhou para o anjo e o observou mais afundo. Ele não sabia desse poder do anjo e poderia facilmente tentar algo contra aquele anjo, mas ele se negava e não sabia o porquê da negação. Ele não queria fazer mal para aquele anjo e não sabia o porquê.
– Então você pode usar esse escudo quando se trata de demônios? Que interessante. E o engraçado é que seu toque é refrescante, haha.
O anjo rapidamente se afastou assustado pelo tom de ameaça daquele ser. Hzethel então sorriu novamente malicioso e olhou para a criança se aproximando, ele colocou sua mão em cima da cabeça da menina e Alicia começou a se contorcer. Ele olhou de relance para o anjo que se irritou e se aproximou rapidamente para evitar que o demônio fizesse com que a menina tenha pesadelos.
Zerachiel agarrou o braço de Hzethel com força e jogou para o lado, então ele deu um sai para lá no demônio e se sentou ao lado da menina fazendo agora com que ela tenha sonhos bons. Era aquilo que Hzethel queria, ele queria novamente aquele toque angelical e ele conseguiu isso. Novamente Zerachiel se irritou mas dessa vez evitou o demônio.
Hzethel sorriu diabólico e então saiu do quarto sumindo na escuridão. Em segundos ele estava na parte de fora da casa conversando com Rhygnor que tinha acabado de chegar.
– Aqui tem realmente muitos pecadores perdidos, haha. Agora eu vou ser rápido porque eu não posso ficar fora do inferno por muito tempo... Você... Está menos quente, o que aconteceu?
O calor de Hzethel diminuiu quando o mesmo entrou em contato com o anjo e Rhygnor podia perceber apenas olhando para ele. O mesmo ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços. Rhygnor então arregalou os olhos e entendeu tudo.
– VOCÊ SE ENCONTROU COM UM ANJO?! Hzethel, você está na mesma missão que um anjo? HAHA!
A risada diabólica do demônio era profundamente poderosa e alta enquanto Hzethel não achava um pingo de graça sequer.
– Provavelmente é temporário, mas estamos disputando a alma da garota e você sabe muito bem que eu sempre consigo as almas mundanas.
Ele riu confiante enquanto viu a pele de Rhygnor queimar. O demônio gemeu um pouco e depois abriu suas grandes asas negras de despedindo de Hzethel que estava prestes a voltar para o quarto da pobre garota humana.
Hzethel então ouviu um voz angelical vindo de algum lugar por ali e a seguiu.
Zerachiel estava falando telepaticamente com algum outro anjo enquanto estava parado perto do lago que havia próximo a casa da menina.– Tudo bem... A menina está em segurança enquanto estiver comigo, eu não vou deixar nada acontecer com ela. Obrigado Abel.
O anjo suspirou profundamente e se assustou quando se virou. Hzethel estava encostado em uma árvore próxima dali onde o anjo estava. Seus olhos vermelhos o encaravam enquanto os olhos amarelos do anjo estavam um pouco assustados com aquela presença.
– Está me seguindo agora?! Mantenha-de no seu lugar ser maligno.
Aquilo dessa vez irritou Hzethel que fez sua pele brilhar mais ainda e seu olhos vermelhos perfurarem o anjo.
– Você fala de uma forma tão chata e irritante... "Oh, não! Saia de perto de mim ser maligno" haha!
A brincadeira de Hzethel era chata para Zerachiel que só queria terminar sua missão e voltar para seu reino. Hzethel parou de rir e então se voltou para o anjo com suas vestes brancas analisando o anjo pelo que parecia.
– Suas brincadeiras são ridículas e seu sarcasmo me irrita! E por que está me rondando, isso é estranho!
Zerachiel se afastou de Hzethel e se recompôs na frente do demônio parecendo bem mais confiante dessa vez, o que fez Hzethel rir mais.
O divino e o profano
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O Divino e o Profano
FantasiaNum reino celestial, o demônio e o anjo, opostos por natureza, encontraram-se sob a luz proibida, despertando sentimentos que desafiavam seu destino. Uma paixão proibida floresceu entre as asas escuras e brancas, desafiando as fronteiras celestiais...