Capítulo 10 - Desentendimentos

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Zerachiel estava agora no segundo andar olhando para a menina dormindo em seu quarto pois ele sabia que em qualquer momento algo de ruim poderia acontecer. Mas tinha uma coisa errada, o anjo estava fraco demais e parecia quase sonolento.

– Droga... Não posso dormir.

Ele estava quase deitado ao lado da menina e o anjo estava em sua forma espiritual já que ele não poderia estar em sua forma humana agora. O homem estava sonolento mas evitava adormecer.

O DIVINO E O PROFANO

Hzethel subia as escadas ainda com coisas em mente e isso o irritava e o deixava intrigado. Quando ele chegou no segundo andar, viu a porta do quarto aberta. Ele não precisa ser convidado para entrar, ele apenas entrou no quarto observando as coisas e depois viu o anjo dormindo ao lado para menina. Ele não estava dormindo, ele estava apenas desacordado de outra forma já que sua energia estava bem fraca.
O ser zombou e se aproximou do anjo, Hzethel também estava em sua forma Espiritual. Conforme ele se aproximava, era como se ele fosse um deus naquele momento já que ele poderia fazer o que quisesse com aquele pequeno ser. O estranho foi que Hzethel não queria feri-lo, ele queria apenas observar o anjo dormindo. A inocência de Zerachiel era idiota para Hzethel. Aquele ser dessa vez notou a beleza angelical do anjo, ele também se lembrou da voz angelical. Tudo aquilo que ele ouviu sobre os anjos parecia se profetizar ali.
Hzethel já ouviu que muitos anjos conseguem seduzir os demônios por sua beleza angelical e principalmente pelas suas vozes angelicais. Os corais que eles faziam eram tão lindos que até os demônios algumas vezes se atraiam.

– Como um anjo pode ser tão... – Ele parou no mesmo instante quando o anjo se remexeu um pouco parecendo realmente inocente – Belo.

O ser se assustou consigo mesmo depois de ouvir o que ele disse. Hzethel nunca diria algo assim, mas ele disse e em voz alta. Zerachiel estava desacordado, então Hzethel deu uma última olhada e se aproximou.

– Você é um homem, certo? Que estranho... Homens não fazem o meu tipo. Mas por que você... – Hzethel tocou nas vestes brancas do anjo e sorriu diabólico – Por que você me parece sexy? Parece até que quer me provocar. Me pergunto como seria essa sua carinha gemendo de dor

Sua risada foi um pouco alta enquanto Hzethel passava suas mãos pelo corpo de Zerachiel. Ele conseguiu encostar no anjo pois mesmo dormindo, o anjo ainda possui seu poder de defesa. As mãos de Hzethel eram muito quentes, mas quando tocavam no anjo... Pareciam frescas. Hzethel alisava seu corpo passando de curva em curva e depois parou em sua cintura.

– Uau... Muitas mulheres teriam um pouco de inveja dessa cintura.

No mesmo instante, o anjo acordou assustado e então se levantou irritado. Ele podia sentir o toque quente do demônio na sua pele celestial e ficou mais irritado ainda. Hzethel apenas sorriu.

O que diabos você-! Por que suas mãos imundas estavam em mim?! Me responda sua besta!

Hzethel gargalhou e depois se aproximou do anjo para realmente o irritar. Zerachiel chegou mais para trás até bater suas costas na parede. Eles ainda estavam em suas formas espirituais, mas eles estavam sem as asas.

– Se acalme anjinho, eu não fiz nada de ruim para você e nem para o seu deus até agora... Bem, eu acho. Haha! Que divertido é brincar com você ~

Zerachiel se assustou quando Hzethel apertou as suas bochechas e depois se distanciou caminhando em direção a porta. O ranger dos dentes do anjo era visível.

Seu maníaco! Você realmente precisa arder no fogo do inferno!

Hzethel se virou sério e depois voltou para perto do anjo até ficarem cara a cara.

– Voltarei em breve quando aquela criança for minha. Até mais!

Ele deixou o quarto e sumiu depois disso. Zerachiel estava um pouco perturbado pelo fato de ter sido tocado ou quase assediado por aquele demônio.

Ele detestou aquilo.

Pela manhã

Alicia acordou normalmente e foi logo a tomar seu café. Sua mãe estava péssima com olheiras nos olhos e parecia cansada, mas a pobre criança não percebia. O café eram pães e achocolatado para a menina enquanto a mãe bebia café. Zerachiel estava do lado direito da menina enquanto Hzethel estava em sua esquerda.

– Já terminou meu amor? Suba e se prepare para a escola.

Hanna tentou o máximo sorrir e a filha logo subiu depois de terminar o seu café da manhã. Zerachiel encarou o demônio com um olhar suspeitando de algo enquanto Hanna deitou sua cabeça na mesa parecendo mais exausta.

– O que você fez seu ser imundo?! Fale de uma vez!

Sim. Ele definitivamente tinha feito algo. Hanna levantou e abriu o armário da cozinha pegando uma caixa de remédios e depois os tomando com água.

Eram antidepressivos.

Zerachiel estava assustado e realmente não queria saber o que iria acontecer com ela. Como ela mudou de um dia para o... Hzethel. Só havia uma resposta na que o sujo casa com o sujo.

– Uma diversão não faz mal, não é?

Uma diversão?! O que diabos ele quer dizer com isso? Que ser desprezível e imundo! Zerachiel pensou impaciente e se aproximou com raiva. Hzethel estava sorrindo malicioso.

– SUA BESTA! Eu não vou deixar você acabar com essa família, não enquanto eu estiver aqui!

– Ora... Gostei de ver essa atitude imprudente anjinho, mas eu também tenho uma missão. Então não pense que serei bonzinho.

Hzethel se aproximou e colocou suas mãos no ombro de Zerachiel certamente o provocando. O anjo sentiu calor enquanto o demônio se sentiu refrescante. Certo, Hzethel estava esperando uma oportunidade para tocar nele, mas ele odiou.

Zerachiel se afastou dele e depois rapidamente voltou a sua forma humana, mas esqueceu que ainda estava na casa da mãe de Alicia. Céus! Ele pensou. Depois saiu correndo para o lado de fora da casa e suspirou profundamente. Hzethel estava rindo diabólico e depois deu tapinhas nas costas do anjo que se irritou.

– Pare de me tocar... Não temos nenhuma intimidade.

O outro riu.

– Você é tão difícil de domar... Por que não tenta ser mais dócil?

Dessa vez Zerachiel estava enchendo o demônio de sermões até eles chegarem na escola de Alícia. O anjo estava se irritando fácil e isso não era bom, mas o demônio estava se divertindo.

O divino e o profano

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