O Divino e o Profano

Capítulo 15 - O contato

Hzethel começou a se aproximar, foi quando Zerachiel se recusou a fazer isso.

– Você é completamente idiota se pensa que vou beijá-lo seu demônio insignificante!

Hzethel agora estava com raiva enquanto Zerachiel cruzava os braços. Hzethel então aproveitou a baixa guarda do anjo e se aproximou do mesmo sem permissão, tocando em sua auréola que é onde fica concentrado a maior parte da energia dos anjos.
Zerachiel piscou confuso e tentou se libertar, foi quando Hzethel o empurrou contra a parede. Zerachiel estava fraco já que suas energias haviam sido drenadas pelo demônio.

(O que ele...!?)

– Você é bem idiota para um anjo da guarda... Não conhece os poderes de um demônio? Mas você faria uma boa grana no cabaré ali do lado com esse seu corpo haha!

O demônio começou a rir maléfico enquanto Zerachiel o olhava assustado e com o cenho franzido de vergonha e raiva. Zerachiel o observou e pensou mais afundo quando de repente sentiu uma tontura e dor forte no corpo.

– Seu... Maldito! Você fez isso para tirar minha energia...!

O anjo se sentia pobre de força enquanto tentava lutar para não cair. Hzethel por outro lado adorava ver aquela visão, a visão de um anjo completamente vulnerável. Ele poderia fazer qualquer coisa nesse momento.

– Porra, você ficou vulnerável por causa de uma humana?! Haha! Eu não achava que seria tão patético.

(Maldito seja você, Hzethel.)

Seu corpo estava doendo, mas não o suficiente para o derrubar. Hzethel então se aproximou enquanto Zerachiel se apoiava nas paredes do quarto. O anjo perdeu energia e também parte de suas habilidades divinas, seu corpo espiritual se tornou então seu corpo carnal. O maldito demônio ainda o observava e também se transformou no seu corpo humano.

– Não... Alguém pode me ver aqui assim! Ahr! Droga... Você é um maldito!

Hzethel se abaixou e levantou o queixo do anjo. Sua postura era firme e forte diante da imagem de Zerachiel que estava agora sentado contra a parede.

– Seja bonzinho, ou eu vou acordar nossa pequena humana.

O mesmo sorriu diabólico enquanto Zerachiel estava a ranger os dentes. O demônio então se aproximava para tocar no mesmo quando ambos ouviram passos se aproximando da porta do quarto. Zerachiel pensou em como isso iria acabar ali mesmo, mas esperança era o que não faltava naquele anjo. O mesmo se arrastou para baixo da cama enquanto Hzethel voltou para sua forma espiritual.

A mãe de Alice então entrou no quarto acompanhada de seu gato amarelo de olhos azuis. Zerachiel tentava prender a respiração para não levantar suspeitas enquanto a mãe de Alice a acariciava e logo deu um beijo em sua testa.

– Alice... Perdoe sua mãe... Eu tento muito filha, eu juro.

Barulhos de choro ecoaram pelo quarto enquanto Zerachiel escutava com atenção. Ele se perguntou um pouco sobre o porquê do choro enquanto Hzethel apenas as observava com uma cara fechada.
A mãe de Alice logo deixou o quarto limpando suas lágrimas e murmurando algumas coisas. Foi quando Zerachiel saiu de baixo da cama e respirou fundo.

– Você teve sorte anjinho, eu iria arrancar suas asas.

Hzethel tentou de alguma forma amenizar o clima e provocar o anjo, mas ele ainda estava pensativo, tão pensativo que ignorava as provocações do demônio. Zerachiel até mesmo esqueceu do que acabou de acontecer.
Zerachiel finalmente se levantou e olhou a pobre Alice enquanto Hzethel se aproximava por trás.

– Você está surdo, porra?

Ambos agora olharam para a garota dormindo tranquilamente, mas ambos se assustaram com o gato de Alice em cima da cama os observando. Hzethel foi o que mais se assustou naquele momento.

– Esse... É o gato de Alice?

– Não, esse é o Elvis Presley. É claro que é a porra do gato!

Zerachiel girou os olhos em desgosto com a resposta e pegou o gato no colo. O gato era calmo e manso, pelo menos com Chiel. O gato então começou a estranhar Hzethel fazendo barulhos estranhos como quem estivesse brigando no telhado.

– Da pra ver que você é muito bom com gatos, Hzethel.

O que Zerachiel levou a brincadeira, Hzethel viu como uma ameaça e provocação da parte do anjo.

– Você é muito engraçado... Agora afaste essa coisa de mim ou eu vou matar como os últimos 3 cachorros que latiram para mim.

Hzethel cruzou os braços e depois se virou indo para a janela. Zerachiel colocou o gato de volta na cama e então começou finalmente a pensar no que aconteceu.

– Uma coisa... Que tá me incomodando muito Hzethel...

O ambiente agora estava tenso, pouco pesado e pensativo enquanto Hzethel se virou para pretsra atenção. Ele queria muito ler os pensamentos de Zerachiel.

– Você... Por que você quis fazer esse toque?

O demônio arqueou uma sobrancelha e se virou para prestar mais atenção no assunto. Isso o interessou por um momento.

– Se refere ao beijo? Há! Você é realmente patético quando se trata desse tipo de assunto. Por que eu quis fazer isso? Bem... Queria ver se os lábios angelicais são realmente relaxantes como dizem.

– Como? Quem diz coisas estúpidas como essa?!

Hzethel deu de ombros e sentou na janela com os braços cruzados se recusando a responder a pergunta. Isso foi insolente e infantil, assim pensou Zerachiel que estava encaravando o demônio pro um tempo.

– Aqui tá cansativo anjinho, vou dar uma saída.

O anjo piscou confuso e depois o olhou incrédulo que ele realmente iria sair para se divertir depois que ele voltou para a sua forma humana.

– O que você vai fazer?! Você sabe que não pode sair de perto da garota!

Hzethel se virou e sorriu depois de abrir alguns botões de sua camisa. Isso explicava tudo. O mesmo não respondeu a pergunta de Zerachiel e apenas saiu da casa pela janela do quarto. Esse demônio... É mesquinho e meticuloso. Vou dar o meu máximo para não deixar ele corromper essa pobre criança e não vou mais fazer NENHUM tipo de toque com esse bastardo!

Assim pensou Zerachiel que logo se aproximou de Alice. A menina dormia tranquila e o anjo a acariciava em sua forma espiritual. Ele notou algumas coisas diferentes na menina enquanto acariciava a mesma, aquilo era estranho.

– Alice...?

23:04 P.M

– Você tá trabalhando de babá ou está tentando corromper uma criança seu arrombado?! HAHA!

Gallanger, o demônio traiçoeiro, estava bebendo até cair ao lado de Hzethel que bebia devagar. Outros dois demônios estavam ao seu lado.

– Porra, que anjo é esse? Zerachiel? Deve ser um idiota qualquer que não sabe nem o que são crianças, Haha!

Hzethel se servia um copo de whisky enquanto Hzethel ouviu atentamente o que ele disse. A boate estava lotada de malfeitores. Prostitutas, drogados, e etc.

– Mas fala desse anjo, ele possui beleza angelical como dizem?

[...]

Zerachiel havia chegado na boate a procura de Hzethel, ele não podia deixar a pobre garota sozinha mesmo tendo o trabalho de corromper aquela alma. Isso seria contra os direitos e diretrizes celestiais.
Quando ele avistou Hzethel acompanhado de mais outra pessoa, ele se aproximou depois de esbarrar em mais de 8 pessoas. Ele sentiu naquele momento que Hzethel estava acompanhado de outro demônio então ficou na defensiva.

O divino e o Profano