O Divino e o Profano

Capítulo 2 - Missão na terra

Zerachiel, o anjo, era o anjo mais amigável dali. Enquanto ele caminhava sobre as nuvens e se preparava para fazer sua missão, Abel o parou.
Abel era um anjo com as mais lindas asas dos céus, suas penas eram grandes e muito macias de se tocar.
O anjo com asas belas sorriu para Zerachiel e o encarou parecendo querer dizer algo, ele realmente queria dizer algo a Zerachiel que sorriu como cumprimento.

– Está a ir em uma missão hoje?

O anjo que se preparava para ir sorriu e assentiu. Abel sorriu de volta e ambos  começaram a andar pelas nuvens enquanto falavam. Abel era um dos anjos amigos mais próximos de Zerachiel, ambos compartilhavam muitas coisas juntos.

– Sim, estou. Tenho uma missão como anjo da guarda, eu realmente gosto de proteger os filhos de Deus e mostrar a eles que suas almas sempre vão ter uma salvação e um caminho de luz se eles buscarem Deus.

Abel assentiu e logo se aproximou mais do anjo para o ouvir melhor. Ao redor deles, outros anjos passavam de um lado para o outro com pergaminhos de luz e outros com escrituras reais.
O céu era calmo e pacífico enquanto eles andavam, ali era a perfeita harmonia.

– Você é um anjo muito protetor, seu trabalho de guarda combina com o seu potencial Zerachiel. Preciso continuar agora. Como mensageiro de Deus, eu também tenho minhas missões.

O anjo Abel afirmou antes de se despedir e de abrir suas lindas asas e voar pelos céus. Suas vestes brancas voaram junto com ele e brilharam quando o mesmo bateu as asas. Hoje será um dia agradável para Zerachiel, como sempre.
Zerachiel então foi para os portões do reino dos céus com permissão, desceu abrindo suas lindas asas brancas a caminho da terra a procura da humana enquanto lia sobra suas características e personalidade.

– Alicia Maria, onze anos, gosta de brincar em parques com seu amigo Jonas em dias da semana e joga futebol de segunda a sexta depois da escola. Tem um gato chamado Garfield e gosta de comer macarrão com ovo e carne.

(Ela parece uma menina bem avançada, proteger ela pode ser um pouco difícil.)

Enquanto no lado da escuridão

– Joga futebol? Há! Depois do fim da ditadura militar as mulheres realmente evoluíram tanto assim? Que asqueroso.

Hzethel jogou os papéis com os dados da humana no chão e estalou os dedos. Assim que ele estalou os dedos, os papéis queimaram em segundos. Hzethel tinha grandes asas negras e sua pele brilhava de calor. Seus olhos eram vermelhos e suas pupilas eram como de uma cobra. Cobras rastejavam em volta da cadeira onde ele estava sentado enquanto um outro demônio se aproximou com mais papéis.

– Hzethel, essas foram ordens da trindade do inferno. Não pode simplesmente queimar e dizer que não vai cumprir, todos nós temos a missão de corromper aquelas pobres almas inclusive você.

Rhygnor deu tapas no ombro do outro demônio e suas mãos arderam com o calor da pele daquele demônio. Hzethel apenas se levantou e olhou para as cobras que rastejavam ali ignorando o chamar de Rhygnor. O outro demônio então balançou a mão que ardia.

– Um anjo também foi enviado para essa missão, mas com outros propósitos. É um dos anjos da guarda se eu me lembre bem. Esses malditos sempre querem acabar com o nosso trabalho.

A atenção de Hzethel se voltou então para Rhygnor e então o demônio riu baixinho sendo o próprio diabo. Algumas cobras estavam mais perto, então o demônio pisou em uma delas com força e arrancou sua cabeça com força sem deixar de rir.

– Um anjo? Hum, um anjinho da guarda... Pode ser interessante. Avise pra abrirem as portas do inferno, eu vou fazer uma visita na terra.

Hzethel deu um última olhada para Rhygnor e foi direto para os portões do inferno. Os restos da cobra ficaram no chão enquanto a cabeça ainda permanecia ali.

Enquanto isso no lado da luz

Olha ela ali, simples e inocente pelo que eu vejo. Alicia é uma menina muito delicada e educada. Zerachiel observava a pobre alma brincando com um menino o qual era nomeado Jonas. O menina aparentava ter nove anos. O anjo estava observando a criança de longe enquanto ela brincava. O parque tinha mais algumas crianças, mas ainda estava vazio pelo tamanho. Enquanto Zerachiel observava a inocência das crianças, ele sentiu algo estranho parecendo poder sentir algo de ruim. O anjo logo se preaparou e se aproximou.
Havia um pequeno laguinho perto do parque onde as crianças brincavam e parece que um dos brinquedos de Jonas caiu ali enquanto eles corriam.

– Alicia, o meu carrinho caiu ali dentro! Como eu vou brincar agora?

O menino se ajoelhou próximo ao laguinho enquanto Alicia olhou e se aproximou. Jonas estava chorando e a menina se aproximou do laguinho confiante.

– Não se preocupe, Jonas! Eu vou pegar para você.

Alicia passou por Jonas e se ajoelhou, se esticou e tentou pegar o pobre carrinho que estava boiando por ser se plástico. O laguinho parecia ser raso, mas ninguém nunca teve certeza. Parando para olhar, o laguinho não era um laguinho e sim um lago que tinham alguns peixes. Quando Zerachiel menos esperou, a menina caiu no lago.

Ela não sabia nadar

O anjo no mesmo instante voou para perto do lago e então algumas pessoas que estavam por perto apareceram e socorreram a pobre menina. A mãe de Alicia apareceu e rapidamente verificou se ela havia se machucado. Zerachiel se acalmou e escondeu as asas novamente enquanto a mãe e a criança estavam falando alguma coisa.

O pressentimento de Zerachiel nunca falhava e essa sensação ainda não parava. O anjo olhou os arredores lentamente procurando pelo que ele mais temia que fosse... Um demônio.
Zerachiel continuava procurando e logo ouviu algo.

– Anjinho da guarda? Pensei que você iria salvar a criança com seus poderes e tudo mais, mas eu não vi nada tão surpreendente.

A figura maligna estava sentada no banco da praça onde estavam os pais das crianças no parquinho. Sua pele brilhava com os raios do sol e suas asas estavam escondidas. Suas vestes pretas enquanto as minhas brancas, ele me olhou e se aproximou parecendo esperar pro uma resposta que não veio.

– Eu sabia... Você é um demônio! Era uma criança, por que você quis a afogar!? Demônios são sujos.

Como de esperado, Hzethel não levou nada a sério e riu sarcástico. Zerachiel não gosta de sarcasmo e principalmente maldade. O demônio o rondou olhando o anjo de cima a baixo. Isso estava certamente irritando Zerachiel que só queria prestar atenção na criança. O rabo do demônio e seus chifres não eram visíveis assim como a auréola do anjo, eles estavam quase em formas humanas. Hzethel viu que Zerachiel estava com uma cara de desgosto e então persuadiu a si.

– Parece que o anjinho está enojado? Há! Isso vai ser divertido.

Hzethel se virou e encostou em uma árvore que segundos depois, pegou fogo. A atenção do povo estava vidrado na criança que caiu no lago, então muitas pessoas não viram o ocorrido. Zerachiel suou frio e então apagou o fogo com um só vento que fez com suas mãos. O demônio observava de braços cruzados enquanto o anjo se irritou e virou para encarar aquele ser maligno.

– Céus! Pare de espalhar desastres por onde você passa, isso é irritante e horrível para a natureza da terra!

O demônio riu com gargalhadas altas enquanto Zerachiel piscava surpreso e desentendido. Isso estava sendo muito irritante para o anjo.

– Ou o quê, vai me fazer voltar pro inferno? Haha! Que hilário vocês anjos. Li muitas coisas sobre vocês, existem anjos mais poderosos não é? Hum, que ridículo.

Zerachiel observava com raiva depois de Hzethel terminar de falar. O ser maligno rondou mais uma vez e tentou tocar as vestes brancas do anjo que por vez se afastou rapidamente do toque. Ele já estava farto das brincadeiras sem nenhuma graça de Hzethel. Ele suspirou e saiu andando, aliás, ele não queria mostrar suas asas para o ser maligno.

O divino e o profano