Capítulo 10 - A negação

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Ladybug e Chat noir não diziam uma só palavra. A ideia de estarem envolvidos com o desenvolvimento da doença nunca sequer passou por suas cabeças. Aquele baque com certeza seria muito maior para Cat noir, que carregaria aquela culpa para o resto de sua vida.

As palavras daquela página soavam quase como uma acusação a ele. Sentiu como se tivesse sido teletransportado para o momento em que cataclismo Monarch, a única pessoa em quem havia usado seu poder.

Ambos estavam em choque, e ambos tinham motivos severos para se preocupar.

Su-Han notou as lágrimas molhando os rostos das duas "crianças" e concluiu que  já haviam terminado de ler. Seu plano de humilha-los pelo erro que haviam cometido fora por água abaixo, pois o mestre sentiu pena dos dois

- Acho que já leram o suficiente - Ele retira o livro de suas mãos

Eles não tiveram outra reação a não ser se abraçarem e chorarem muito, de soluçar. A empatia que o mestre sentia pelos jovens  ficou ainda maior, e ele, que até então os repreendia, abraçou-os.

- Desculpa, por favor - Chat Noir implorou

- Acalme-se. Vocês dois, fiquem calmos. Vamos conversar.

Com muito custo, os heróis conseguiram se acalmar um pouco.

- Chat Noir, não vou te condenar. Os kwamis já me contaram tudo, você não teve culpa de ter cataclismado o Monarch - Su-Han disse com o tom de voz mais suave

- Mas eu não deveria ter feito ele de refém com o cataclismo!

- Você não teve como saber gatinho - Ladybug diz abraçando o braço do parceiro
– Mas eu não entendo. Se a primeira contaminada foi a Nathalie, como o Monarch passou a doença pra ela?

- Monarch era Gabriel Agreste - o mestre revelou

- O que? - Chat Noir grita de espanto - Ma-mas não foi o próprio Gabriel que ajudou a Ladybug a derrotar o Monarch? - Ele pergunta com a voz trêmula

- Não. E nem eu mesmo sei porquê Ladybug inventou essa história - o mestre encarou a Joaninha

- My Lady, por que você mentiu?! - o gato a coloca contra a parede. Ladybug não sabia o que dizer

- Provavelmente Gabriel acabou contaminando sua assistente com cataclismo e ela contaminou outras pessoas – explicou o mestre

- Mas na época em que começaram a aparecer as manchas contaminadas em Nathalie outras pessoas já estavam infectadas - Disse o loiro

- Bom, então ela não foi a primeira infectada - Concluiu o mestre - Eu desconfio daquela velha esquisita . . . como ela chama mesmo ? - Ele estala os dedos tentando lembrar - Ah! Tomoe Tsurug. Ela apareceu com uma mancha escura no pescoço bem antes da doença estourar. Quando foi questionada sobre, desconversou e depois disso nunca mais foi vista. Nem a filha tem notícias sobre dela. Por algum motivo, eu sinto que ela já sabia do que se tratava, pois tinha uma cópia do livro de feitiços no computador

- Cara, agora tudo faz sentido - a cabeça da garota parecia que ia explodir de tanta informação. Chat Noir estava do mesmo jeito

- Ladybug - Diz o mestre tocando no ombro da jovem - Você . . . leu a parte em que diz que . . .

- Li.

- Bom, eu estou curioso para saber o que você vai fazer. Paris depende da sua escolha

- Sinto muito mestre – Chat Noir se intrometeu –  mas não acho que essa seja a única solução. Antes de mais nada, temos que tentar de tudo - ele diz firmemente em defesa de sua parceira, agarrando seu braço e trazendo-a para perto de si

Ladybug deu leve sorriso de gratidão, acariciou a mão de seu gatinho e concordou

- Olha mestre, não é porque sou eu não tá (é sim) mas eu acho que o Chat Noir tem razão

- Minha jovem, isso já aconteceu uma vez em 1405, e a única solução foi sacrificar a portadora da joaninha

- Mas isso foi na idade média - ela argumentou - ninguém tinha os conhecimentos de hoje. Olha como a tecnologia e a ciência avançaram, podemos achar uma cura sem precisar que eu morra.

- Estamos aliados com a Doutora Olívia, podemos contar a ela que a My Lady é  fonte da imunidade e fazer uma vacina a partir do sangue dela.

- Você tá louco?! - Gritou o mestre - ninguém pode saber disso, pode ser muito perigoso para vocês

- Disso a gente sabe, mas a doutora é alguém de confiança. Tenho certeza que ela não vai contar para ninguém - Disse o gato

- Sighs, tudo bem - O mestre suspirou e resolveu acatar a ideia dos jovens. Eles poderiam ter razão, e não queria correr o risco de sacrificar Ladybug existindo outra possibilidade de cura, afinal, ela morreria em vão.

- Obrigada pela chance, Mestre. O senhor poderia nos emprestar o livro?

Os dois heróis então levaram o livro até Doutora Olívia e explicaram toda a história. A mulher se mostrou pasma com tudo que tinha ouvido, mas prometeu de pés juntos não contar a ninguém, e que iria trabalhar na produção de uma vacina.
Ela coletou um pouco do sangue da jovem imune e os dispensou

- Agora vocês podem ir. Não se preocupe, seu material está em boas mãos senhorita - Ela disse em um tom doce

Ambos confiavam muito na doutora. Mal a  conheciam direito, mas ela tinha um jeito de falar tão meigo, tão sedutor, tão convincente . . . .

MIRACULOUS: A PRAGA DO HEROIOnde histórias criam vida. Descubra agora