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*Amanda

*Sexta-feira

- 17 de junho de 1994 às 13:17

Já tinha se passado algumas semanas e Dinho tinha conversado com um cara de uma gravadora. Agora estávamos todos reunidos na casa dele conversando sobre.

- 'Tá, vocês querem fazer um disco. - eles assentem. - Mas quanto que fica tudo isso?

- Ah. - Dinho engole seco. - Deve ficar uns três mil. - ele diz e eu engasgo. Sérgio e Samuel arregalam os olhos, Júlio coloca a mão na boca em choque e Bento até larga a bolacha que ele estava comendo.

- Tudo isso, mano? - Sérgio pergunta

- Como a gente vai conseguir isso tudo? - Samuel pergunta ainda em choque.

- Trabalhando muito, e ainda por cima vamos ter que conseguir mais de três mil. O Dinho falou o preço, mas não tem certeza. - falo e Júlio concorda comigo.

- Amanda? - Bento me chama e eu o olho. - E sua mesada? - ele pergunta e eu lembro que eu tenho um cofrinho com mais de quatrocentos reais.

- Tinha até esquecido. - falo e tento lembrar a quantidade que tem nele. - Eu dou meu dinheiro 'pra vocês, mas eu tenho que contar ele direito.

- E quantos reais você tem? - Dinho pergunta esperançoso.

- Não sei exatamente, mas deve ter quatrocentos reais. - falo e os meninos, tirando Bento, me encaram chocados.

- Como você tem tudo isso? - Samuel pergunta.

- Eu economizo, vocês deveriam experimentar se quiserem fazer um disco. - Sérgio revira os olhos. - Eu vou procurar um emprego 'pra ajudar vocês. - Dinho se anima e beija minha bochecha. - Mas é 'pra vocês procurarem também. - falo e eles concordam.

Depois de um tempo eu e Bento decidimos ir embora e eu pretendo procurar um emprego ainda hoje.

- Vai sair? - Bento pergunta e eu concordo. - Vai fazer o quê?

- Caçar um emprego 'pra ajudar vocês. - eu falo e Bento sorri. - Ah, e pega meu dinheiro no meu quarto depois. Pode quebrar o cofrinho.

- Te amo, Amanda. - Bento diz de repente e eu sorrio surpresa.

- Também te amo, maninho. - digo e dou um beijo na testa dele. - Tô indo, tchau.

- Tchau. - Bento diz e eu saio de casa.

Ando pela cidade até que vejo uma lanchonete que tinha um papel na porta.

- Estamos contratando pessoas que saibam limpar e cozinhar. - leio e solto um sorriso, penso nessa nova oportunidade e fico animada.

Não tardo para entrar no estabelecimento e quando entro meu surpreendo com Helena no balcão.

- Você trabalha aqui? - pergunto surpresa e Helena me olha e sorri.

- Infelizmente, veio aqui por causa da vaga de emprego? - ela pergunta e eu concordo. - É só ir ali. - ela aponta para uma porta atrás do balcão. - Boa sorte. - ela diz e eu agradeço.

Bato naquela porta e ouço um "entra".

- Licença. - digo entrando na sala e vejo um moço sentado em uma cadeira. - Eu vim pelo anúncio de vaga de emprego.

- A vaga é sua. - o moço fala.

- Rápido assim? - pergunto.

- Olha aqui, garota, eu não quero fazer mil entrevistas 'pra passar uma pessoa. Você foi a primeira pessoa que apareceu aqui, então a vaga é tua. - ele diz sem paciência.

- 'Tá bom. - falo. - Começo quando?

- Amanhã. A Helena te explica tudo. - ele diz e eu assinto.

- Obrigada. - digo e saio da sala.

Vou para onde Helena estava e quando ela me vê abre um sorriso.

- Passei! - digo animada e ela se anima junto. - Pena que esse cara é meio escroto.

- Sim, mas logo você se acostuma. - ela diz e entram dois clientes. Me despeço dela e vou para a casa.

Chegando lá vejo Bento jogado no sofá. Me jogo em cima dele.

- EU CONSEGUI UM EMPREGO CARALHO! - grito animada e ele fica animado e sorri.

- Sério?! - eu confirmo. - E quanto é o salário?

- Eu não sei, o cara é o maior escroto. Me contratou só por contratar e ainda nem passou as informações. - falo e ele confirma. - Pelo menos a Helena trabalha lá. - Bento revira os olhos.

- Essa menina te persegue hein. - ele fala.

- Eu que fui onde ela trabalha, mesmo sem saber que ela trabalhava lá. - falo e ele começa a fazer carinho na minha cabeça.

- Não gosto dela e não confio também. - ele diz e eu reviro os olhos.

- Ela não vai fazer nada comigo. E aliás, eu sonhei que vocês estavam casados, tinham até um filho chamado Arthur. - falo e Bento arregala os olhos.

- Que nojo, mano. - ele faz careta. - Isso nunca vai acontecer. - ele afirma.

- Será que não vai mesmo, será? - falo e ele me empurra do sofá.

- Será que você não quer tomar um soco na cara, será? - ele pergunta e eu nego. - Ata.

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E voltamos a programação normal amores.

Escrito: 16/02/2024

Postado: 16/02/2024

Através dos seus olhos - Júlio RasecOnde histórias criam vida. Descubra agora