"Daenerys Targaryen fechou os olhos para que Visenya Targaryen pudesse abri-los"
Os Deuses da Antiga Valiria dão uma segunda chance para a Dinastia Targaryen e, assim, após a terceira e última traição na vida da Mãe dos Dragões, quando Jon Snow a em...
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"Eu quero a memória acesa depois da angústia apagada."
Cecília Meireles
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A vista de seus olhos recaía nas ondas furiosas, na fumaça densa e cinzenta que recobria as terras pedregosas e as montanhas que cercavam a ilha e o cheiro de sal, enxofre e cinzas tomava conta de suas narinas antes mesmo de pousar.
O seu coração ainda batia violentamente contra o seu peito quando seus pés encontraram a firmeza do chão e continuou a bater mesmo após permitir que Vermithor voasse atrás da dragão que passou as décadas anteriores enrolado, Asaprata. Assistiu suas asas abrindo-se mais uma vez e o rugir rasgar a garganta e tremer os céus e terra, vastas e animalescas, cujo olhar de bronze diminuía a mais vil criatura em cachorrinhos adestrados... os seus cabelos dançaram nos ares quando as asas fecharam em sua direção e os pés tremeram na mesma intensidade em que o dragão andou para adquirir impulso para levantar voo.
E ainda ali, o cheiro ocre de sangue a impregnava.
Havia um tom doce para ela, apesar de tudo. Certa doçura ao sentir as gotas do líquido que secaram em sua face e fios prateados e que banharam suas luvas; botas e armadura... sentia-se estranhamente confortável com aquele sentimento e apreciou como pareciam colorir a sua visão. E seus olhos ao analisarem a vastidão da ilha insular da família acabavam por refletir uma ardente determinação, transmitida por gerações de Targaryen... tinha gosto de cinzas e sangue, certamente.
-Skoros issi ao doing kesīr, dōna hāedar?- a voz rouca e áspera do Príncipe Desonesto ecoou ruidosamente pelos ares, dançando e rodopiando em seus distantes pensamentos.
(O que você faz aqui, doce menina?)
Havia certa maldade em suas palavras, dada a forma a qual observava os rastros de sangue deixados em sua armadura, corpo e botas pelo corpo dos Velaryon.
-Maghatan nykeā irudy syt Rhaenyra.- ela respondeu para o tio ao estalar a língua e cantarolar ironicamente com o saco em mãos, pingando escarlate.
(Eu trouxe um presente para Rhaenyra)
Estava diante de seus olhos, erguido como um troféu em direção ao homem de roxos olhos que carregavam maldade e transgressão de longa duração... um sorriso ladino surgiu na endurecida face do Príncipe Targaryen, cujo olhar brilhou em um tom de orgulho cruel. Visenya Targaryen havia recolhidos os seus "espólios" pouco após ter instruído o guarda ferido sobre como ele deveria agir ao sair da praia, cuidando para que os devidos desdobramentos ocorressem como ela planejou cuidadosamente anteriormente- carregou naquele saco a cabeça do menor irmão e ambas as pernas restantes do maior, já que Vermithor havia o devorado do quadril para cima e apenas algumas errantes entranhas foram deixadas para trás ao lado do par de pernas.
