Lalisa

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Mamãe sempre disse que sapatos de salto eram minha segunda pele

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Mamãe sempre disse que sapatos de salto eram minha segunda pele.

Talvez fizesse mais sentido ela dizer que eram meus “segundos pés”, mas tanto faz. Ela está certa. Amo meus saltos altos. E preciso deles também, dada minha estatura. Ou ausência dela. Coisa herdada de mamãe também. Se eu quisesse ver o resto do mundo à minha altura, só no alto de um scarpin ou
salto agulha.

Nesse exato momento eu analisava, encantada, o luxuoso sapato vermelho que eu usava. Tinha sido uma escolha ousada. E ideal. Ele combinava perfeitamente com o vestido simétrico branco e preto que eu
havia escolhido para aquela festa.

Meu primeiro evento formal no novo emprego. Estava mais ansiosa do que gostaria. Acho que porque todos os sócios da empresa estariam lá.

Minha presença era meramente formal, mas eu gostava daquele trabalho. E, apesar da ansiedade não ser, nem de longe, uma das minhas marcas registradas, nessa noite eu estava ansiosa. Me ajeitei mais uma vez no imenso espelho com moldura dourada que cobria toda a parede lateral do hall de
entrada do restaurante que havia sido fechado para o evento.

Batom vermelho impecável, cachos soltos e um pequeno colar de pedras brilhosas. Me voltei para a imensa porta de vidro fumê, onde um homem elegantemente vestido
liberava a entrada.

O lugar estava abarrotado de gente. Trabalho na LBK Cosméticos e Perfumaria. A empresa já foi uma das líderes do segmento no país e, depois de uma derrocada, estava se reerguendo com uma força impressionante.

Com fábrica sediada em Busan e pontos de venda em todos os estados do país,
fazíamos de sabonete para o dia a dia a perfumaria de luxo.

Estávamos lançando uma nova linha de sabonetes e cosméticos. Pegada ecológica. Menos plástico na produção, uso de insumos veganos e etc.

Mas minha área é outra. Sou do financeiro. Jamais saberia responder às perguntas dos repórteres sobre impacto ambiental e não sei mais o que.

Para isso já tínhamos a Hwasa do Marketing, além das meninas da Comunicação.

Para nós, do Financeiro, aquilo tudo era visto como algo muito bom. Mais visibilidade, mais investimentos, mais nichos de mercado, mais pontos de venda... tudo isso poderia ser muito bom financeiramente.

Me julguem... Sou a garota dos números. É assim que eu penso. É assim que eu devo pensar.

Passei por uma rodinha de repórteres que conversavam com Jisoo, uma das nossas assessoras de comunicação. Acenei para ela, que me respondeu alegremente. Comecei a ver vários rostos conhecidos e isso fez
qualquer vestígio de ansiedade que eu estivesse sentindo sumir.

Entre tapas e beijos - Liskook / LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora