Lalisa

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Passava das oito e meia quando atravessei com meu carro as cancelas da LBK

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Passava das oito e meia quando atravessei com meu carro as cancelas da LBK. Cumprimentei o guarda e me dirigi para a área da administração.

Nossa unidade fabril era imensa, mas ainda não tínhamos reativado todo o potencial industrial do complexo. Mesmo assim, o pátio pulsava. Pessoas se moviam para lá e para cá seja a pé, em pequenas máquinas, empilhadeiras ou caminhões.

Originalmente a administração ficava separada da parte operacional, em um prédio anexo. Mas o prédio estava caindo aos pedaços e agora passava por uma imensa reforma. Todos nós havíamos sido lotados
temporariamente em alguns andares da unidade fabril, meio espremidos em
salas gigantes e sem ventilação.

Me encaminhei com passadas rápidas para o nosso puxadinho temporário, passando ao lado do refeitório. O cheiro do café invadiu meus sentidos.

Bom, eu já estava atrasada mesmo...Morava praticamente do outro lado da cidade e tinha que cruzar aquele trânsito infernal de Seul todo santo dia sem tomar café.

Sr. Jeon que se foda e espere mais alguns minutos pela chegada da sua assistente. Conheço toda a sua agenda e sei que não há nada de urgente ou importante em plena segunda-feira de manhã.

Dei de ombros e rumei para o refeitório.
Lá, encontrei uma verdadeira confusão de conversas e talheres batendo. Aquela fábrica pulsava o dia inteiro, mas aquele era o melhor horário para vê-la funcionar. Para conversar com as pessoas, saber como
havia sido o fim de semana delas e o que pretendiam para o resto do dia.

Ouvir sobre o trabalho delas e suas impressões da empresa. Seus sonhos e
conquistas recentes.

Eu adorava conversar com as pessoas. Por isso, gostava de sempre passar no refeitório.

— Bom dia, Lalisa! — Uma das cozinheiras me cumprimentou alegre, enquanto servia uma bandeja de café. Me entregou um copo com a bebida fumegante e ofereceu um pedaço de bolo, disposto em um tabuleiro imenso. — Vai comer aqui ou vai levar? — ela perguntou quando eu aceitei o quitute.

— Vou levar, Dona Jang. Já estou mais do que atrasada. — Pisquei e sorri agradecida quando ela, mais do que depressa, colocou mais dois pedaços de bolo no prato que me oferecia e enchia um pouco mais o meu
copo com café.

Ela sabia que eu não voltaria ali naquela manhã, e também sabia que provavelmente eu usaria um daqueles pedaços de bolo para
amansar meu chefe.

Passei por várias mesas, atenta às conversas. Cumprimentei uma ou outra pessoa e, quando estava quase saindo do grande galpão, fui detida por alguém que me chamava ao fundo:

— Dona Lalisa! — Me virei e vi Do-jung. Trabalhava na parte de envasamento.

Não consigo me lembrar qual o cargo. A única coisa que eu me lembro é que ele descobriu que eu era assistente do diretor financeiro e precisava urgentemente da aprovação para compra de uma nova — e cara — envasadora automática. E na impossibilidade de falar com o diretor, todos queriam falar comigo.

Entre tapas e beijos - Liskook / LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora