Sete e quarenta e eu já estava entediado. Aquela gravata maldita apertando meu pescoço e um possível fornecedor, interessado em fechar negócios com a empresa, com um papo puxa-saco sobre como nós quatro tínhamos recuperado a LBK, especialmente eu, com minha visão financeira visionária e blá-blá-blá...Que conversa chata do caralho!
Olhei para o relógio no meu pulso e me perguntei pela terceira ou quarta vez: Será que ela viria?
Merda!
Pare de pensar naquela baixinha atrevida.
Voltei a me concentrar na conversa do fornecedor, mal conseguindo esconder minha impaciência. Olhei para o relógio uma terceira vez em menos de dois minutos e passei os olhos mais uma vez pelo salão.
No exato momento em que ela entrou.
Maldição.
Ela fazia aquilo de propósito. Só podia ser.
O que eram aqueles malditos sapatos vermelhos? Por que tinham que ser tão grandes e deixar aquelas pernas tão evidentes? E por que aquele vestido absurdamente sexy marcando cada curva pequenina daquele corpo? E aqueles cabelos?
O que eram aqueles malditos cabelos que, por mais que eu implicasse todo santo dia no trabalho, dizendo que eram desarrumados demais — uma enorme mentira deslavada — ela insistia em manter eles soltos.
Cachos preto e maravilhosos que caíam na altura da cintura e a faziam parecer ainda menor. Mas desde quando ela precisava de altura?
Aquela mulher tinha uma presença tão marcante que mesmo que estivesse a
quilômetros de distância a notaria.Senti o meu pau reagir instantaneamente com a visão dela e tentei ignorar.
Eu deveria saber que convidá-la para aquela festa seria um ritual de automutilação. Previ isso no dia que lhe entreguei o convite, o estômago revirando só de imaginar o que seria a senhorita Lalisa vestida para uma festa. Mas o que eu poderia fazer? Todo mundo adorava ela, e com razão.
Com quem eu estava conversando mesmo?
Ah, claro... o fornecedor puxa-saco.
Tentei voltar minha atenção para ele, mas o pobre homem pareceu notar meu completo desinteresse e encerrou a conversa.
Beleza.
Voltei a procurar a senhorita Lalisa com seus amaldiçoados sapatos vermelhos e a encontrei conversando com Lis, minha mais antiga funcionária no departamento. As duas rindo à toa enquanto apontavam na direção da mesa em que eu estava sentado. Olhei por um segundo e vi que elas olhavam atentamente para um garçom e cochichavam, como se fosse um grande segredo o fato de estarem comendo o homem com os olhos.
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Entre tapas e beijos - Liskook / LIVRO 1
RomansaSequência de livros Livro 1 - Entre tapas e beijos - Liskook Livro 2 - Mulheres ao ataque - Jirose Livro 3 - Um doce romance - Taennie Autoria de: Mariana Vaz