TODAS AS COISAS DO MUNDO

Folião paixão.

É... acabou o carnaval.

Acabou os bloquinhos, as pipocas, a bebedeira, chegar em casa de manhã e voltar novamente para a avenida pela tarde, comer besteira, ficar bêbado.

Acabou.

E eu vivi tudo isso. Como sempre vivo. Como é há longos 5 anos, desde que comecei a sair sozinho para a folia.

Acabou o carnaval, e infelizmente eu não te vi.

Não te encontrei em nenhuma multidão ensandecida, em nenhum pequeno corredorzinho puxado pelos policiais, em nenhuma sacada de camarote, eu não te encontrei.

E eu esperei tanto poder te ver.

Por isso que acabou o carnaval e eu sinto que faltou viver algo. Faltou eu ser algo.

Desde que me conheço, me entendo e me acolho, sempre foi desejo do meu consciente mais consciente pular a maior festa do planeta ao seu lado.

Sempre me imaginei vestindo fantasias combinando, plaquinhas dizendo que sou seu e que você é meu, ou até mesmo uma pequena fuga para longe dos festejos. Juro, eu não me importaria nada de não pular o carnaval, só para estar com você. Mas não é o caso. (não me proponha isso tão cedo, por favor)

E como pode, né? Querer estar com alguém em pleno festejo carnal, profano, e de mais baixo calão possível?

E daí? Eu seria carnal, profano, e de maior baixo calão com você. Ao seu lado.

Eu sei, parece loucura. Ou talvez, nem tanto assim.

Vejo milhares de casais na avenida. Eu só queria ser mais um no meio de milhares. Eu só queria aproveitar a minha festa favorita, ao lado da minha pessoa favorita, não importando se fosse um dia, algumas horinhas, apenas para sentir a sensação de que eu realizei o meu maior desejo. Meu maior sonho pessoal.

Eu não te vi, e se visse, seria o maior carnaval de todos os tempos. Nenhum dado, nenhum número, nenhuma estatística poderiam provar o contrário. Nosso carnaval seria o maior que o Brasil já viu.

Aposto com qualquer um que nosso amor seria inspiração para outros.

Nosso bloco seria tão belo, quanto o mais belo dos belos;

Nosso camarote seria tão forte e tão barulhento que pararia a multidão lá de baixo;

Nossa pipoca deixariam Saulo e Baianasystem de queixos caídos;

Nosso amor seria incrível. Tão incrível que Ivete dedicaria qualquer música de amor para que somente nós pudéssemos dançar. Todos parariam. Todos se calariam. E só existiria nós em meio a milhões de pessoas, emendando paixão.

Eu te roubaria na luz do luar, beijos de hortelã.

Nossa fantasia seria eterna. Viveríamos para festejar.

Te cobriria com meu corpo, e te daria a força para viver.

Viveríamos o melhor carnaval da história. Seríamos espelho, inspiração. Seríamos tudo de bom. E no final de tudo, se pudéssemos, poderíamos até tomar um banho de mar para renovar nossas energias.

Eu te traria à vida somente para poder curtir todos os meses de fevereiro ao seu lado. Na verdade, eu faria com que todos os meses fossem fevereiro. Nossa folia não iria acabar tão cedo. 

Meu carnaval nunca é 100% completo.

Ele sempre acaba com uma vontade incontrolável de procurar você em todos os cantos possíveis dessa cidade que se transforma.

Só não acaba minha vontade e minha fantasia de viver todos os carnavais da minha vida ao seu lado. Nunca vai acabar, até eu te encontrar.

Até ano que vem, meu amor.