Como pode?

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Como pode eu ainda pensar tanto em você?

Pensamentos tão intensos, tão lineares, que vão e voltam sempre que podem e querem. Sempre que eu quero.

Como pode eu ainda te desejar tanto quanto eu te desejava há anos atrás? Como pode isso nunca mudar?

Como é possível eu nunca ter tido de fato um dia sequer em que não lembrei do nosso passado, do nosso amor, dos nossos momentos, e quis que tudo acontecesse novamente, se não para sempre, apenas por mais um dia?

Apenas para eu sentir que te sentiria por mais um momento...

Como pode haver tanto sentimento?

E como não poderia haver?

Como pode eu te procurar por todas as ruas, praças, avenidas, estabelecimentos, esquinas, becos e vielas, ou até mesmo passar do ladinho de onde você morava, e saber que no fundo - e na verdade -, eu não vou mais te encontrar?

Como ainda existir tanta esperança num peito lotado de sensações e sentimentos ainda guardados, remoídos, encapsulados, e tanta tristeza numa cabeça conformada com a distância cruel que o destino quis impor a nossos corpos?

Como pode?

Será que alguém algum dia vai me responder?

Como pode eu ainda te fantasiar tanto, sonhar com você os mais lindos sonhos, igual aconteceu hoje? Um sonho tão real, tão vivo, repleto de tudo que eu nunca parei de desejar e nunca parei de acreditar, mesmo sabendo que todos os meus mais belos sonhos não passarão apenas de fantasias do meu inconsciente.

Como pode eu ainda sentir medo de perder você, e também saber que eu já te perdi a muito tempo?

Como pode ainda haver tanto a dizer, tanto a falar, tanto a fantasiar, e ainda assim me faltar palavras que não seriam suficientes perto de tudo que eu sempre vou sentir por você?

Como pode eu ainda pensar tanto em você, e saber que eu nunca mais vou te ter...

Eu nunca mais vou te ter...

Então eu penso. E ao pensar, acabo sonhando. Ao menos, dentro de mim, nós dois sempre iremos existir.

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