Está bem escuro, mas consigo chegar até meu quarto. Hoje foi um dia bem cansativo, mas não foi tão ruim como os outros. Me sinto menos sozinho agora que tenho San.
Ouço alguma coisa caindo, o barulho vem da sala ao lado. O que foi isso? Parecia ser algum vidro. Talvez tenha sido a estante. Mas como isso foi acontecer? Calmamente, me levanto assustado e saio do quarto. Vejo uma sombra passando rapidamente e sumindo em meio ao escuro do corredor. Há um ladrão aqui! Com cuidado, caminho até a sala. A estante de vidro está em pedaços por todo o chão.
Meu celular toca e vejo que alguém me enviou uma foto. É um número desconhecido. Quem foi que me enviou isso? E como essa pessoa conseguiu meu número? Abro a mensagem.
"Espere a resistência de quem não se respeita a existência."
É o que está escrito na legenda da imagem. E na imagem enviada, há uma foto minha. É uma foto tirada de quando eu estava naquela balada, no segundo andar. Como tiraram essa foto sem eu perceber?
Saio dessa tela e ligo para a emergência.
"Aqui é da emergência."
Responde o homem do outro lado da linha.
"Quero denunciar algo."
Minha voz está trêmula. Meu corpo todo treme enquanto tento andar devagar.
"Onde você está, senhor?"
Paro.
"Alô?"
Estou assustado demais para responder.
"Alô? Se é difícil dizer alguma coisa..."
Retiro o celular da orelha e me viro um pouco. Vejo a porta entreaberta. Começo a me afastar da porta. Então, ela se abre rapidamente e alguém vem em minha direção. Começo a correr em desespero. O invasor está cada vez mais perto de me alcançar. Ele tenta me agarrar e consigo arremessar uma almofada nele.
Continuo correndo e saio da sala, trancando a porta. Ele tenta desesperadamente abrir a porta. Então, desiste e vai procurar outra porta. Vou até o telefone na minha mesa do escritório. Sem sucesso, não há sinal. Grito em desespero. Ofegante, corro até o computador, não está funcionando.
Me viro para o lado e o ladrão está agora me observando pelo vidro da outra porta. Tento me esconder embaixo da mesa enquanto ele tenta arrombar a porta. Procuro por algo para me defender e encontro uma lâmina. Ele consegue abrir a porta quebrando a parte de vidro. Há vários cacos de vidro por todo o cômodo. O invasor possui um martelo em sua mão.
"Tem alguém aí?"
Ouço uma voz vindo do lado de fora.
"Aqui!"
"Tem algo errado?"
Ouço a voz desconhecida andar pelo corredor.
"Aqui!"
Grito mais alto. O invasor vai embora finalmente. Começo a chorar de alívio.***
Um tempo depois, consegui me acalmar. O outro desconhecido que apareceu do nada era um vizinho que tinha ouvido algo e veio conferir. Ele disse que chamou algumas vezes na frente de casa, mas ninguém atendia e a porta estava destrancada quando ele entrou. Ele chamou a emergência e conseguiu me salvar.
Eu não sei quem era o ladrão, mas é provável que tenha algo a ver com o caso.. Não, talvez eu esteja pensando coisa demais como sempre. Não deve ser isso. Deve ser só um ladrão qualquer.
Relatei tudo que aconteceu, menos a parte da imagem que me enviaram durante o ocorrido. Não acho que tenha tido relação com o que aconteceu comigo. Bom, essa mensagem muito provavelmente tem sim a ver com o caso. Mas não tem muito o que descobrir com isso. No máximo, posso tentar rastrear o número, só que conhecendo esses criminosos isso pode não ajudar também, eles são muito bons em não deixar rastros.
Quando me deito para dormir, tenho muita dificuldade. Não consigo parar de pensar nisso tudo. Preciso saber exatamente o que aconteceu. E por que logo eu?***
No dia seguinte, vou até o trabalho ainda um pouco assustado com o que aconteceu ontem. E se isso acontecer de novo?
"Fiquei sabendo que sua casa também foi invadida, Jung."
Jeong Yunho se aproxima.
"Hã?"
Também?
"Isso aconteceu comigo também, ao mesmo tempo que aconteceu com você."
"O que? É sério?"
Até com Yunho?
"E parece que com Jongho também. Isso não é estranho?"
Choi Jongho também? Estranho é pouco!
"O que? Espere, isso só pode ser obra daqueles lunáticos!"
Acuso.
"Lunáticos? Você está falando dos traficantes? Tem certeza disso?"
Questiona Yunho.
"Sim! Eu também acho isso!"
Jongho se junta a nós.
"Ei, vocês também receberam alguma mensagem estranha durante esse incidente?"
Não pode ter sido só eu.
Os dois me olham confusos.
"Que papo é esse? Que mensagem?"
Pergunta Jongho.
"Então, vocês não receberam nada? Que estranho!"
Eles me encaram mais confusos ainda.
Foi só eu então? Por que? Acho que preciso pegar um ar, me sinto abafado aqui. Me levanto e corro para fora. O que está acontecendo aqui? Eles parecem estar em todo lugar agora. Como se estivessem me observando de longe. Cada passo meu.
"Wooyoung! Você está aí!"
Alguém se aproxima. Não consigo pensar claramente. Ele para ao meu lado.
"San? O que você está fazendo aqui?"
"O que você está fazendo aqui! Por que saiu correndo tão de repente?"
Ele refuta.
Talvez eu devesse contar a ele sobre o que aconteceu. Sobre a mensagem. Mas não sei se conto ou não.
"Me conte. O que houve? Por que parece tão distante?"
Ele sabe ler as pessoas muito bem. Ou melhor, sabe me ler muito bem.
Conto a ele tudo que aconteceu, o mais detalhado possível. Ele fica alguns minutos em silêncio antes de falar algo.
"Então, só você recebeu isso? Que estranho."
Pois é. Muito estranho. Mas eu não consegui fazer nada para ir mais a fundo disso. É tão frustante. Pelo menos não preciso passar essa frustração sozinho.
"Quanto tempo mais vai ficar aqui fora, San?"
"O tempo que você precisar para se sentir melhor. Eu não me importo de esperar, não se preocupe comigo."
Após alguns minutos em completo silêncio, volto e San vem logo em seguida.
"Wooyoung! San! Yunho conseguiu descobrir algo super importante. Venham ver!"
Mingi corre em nossa direção gritando. O que será que é? Nós o seguimos até a mesa de Yunho.
"Fiquei pesquisando por bastante tempo. Primeiro, eu achei que eles tivessem uma empresa fantasma², então fui investigando mais e descobri que na verdade era uma empresa de fachada³. Fica um pouco longe daqui, mas é uma empresa de bebidas."
Explica Yunho.
[2. Uma empresa fantasma é uma empresa que não existe fisicamente, e não atua verdadeiramente no mercado, mas ainda possui registro jurídico. O endereço dessa empresa pode não existir, ou ser de alguma residência, ao qual o verdadeiro morador não sabe da situação.
3. Uma empresa de fachada é um empreendimento que tem um CNPJ e um espaço físico. O objetivo desse tipo de negócio é fazer a lavagem de dinheiro mesclando práticas legais com atividades ilegais. Assim, fazendo com que o dinheiro pareça ser lícito.]
"Empresa de bebidas? Qual o nome?"
San é o primeiro a perguntar algo.
"Se chama Wave Bebidas."
"Eu e San vamos até lá."
Acabei pensando alto. San não disse uma palavra, apenas concordou com a cabeça.
"Eu também vou."
Mingi se junta a nós.
"Vocês são idiotas, por acaso? Não é tão simples assim. Como vão se infiltrar lá?"
Choi Jongho levanta a voz. Depois de terminar seu sermão, nós passamos um tempo preenchendo currículos da empresa com uma identidade falsa para investigar de dentro. Dou uma olhada na minha nova identidade. "Seo Younghyun" Esse é o meu nome falso.
"Seu novo nome é bonito assim como seu verdadeiro."
San também olha a minha identidade.
"O meu é Kang Sangyeon, é bonito também?"
Ele pergunta e eu apenas concordo. É realmente bonito. Mingi também veio nos mostrar seu novo nome, sendo Park Minjun.
Nós nos preparamos durante algum tempo e decidimos ir amanhã até lá. Então, apenas sigo meu caminho para casa. Espero que, dessa vez, não aconteça nada.
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𝐋𝐞𝐢 𝐝𝐨 𝐓𝐫𝐚́𝐟𝐢𝐜𝐨 | Woosan
FanfictionOnde Jung Wooyoung e Choi San são dois policiais com o objetivo de pegar a nova maior organização de traficantes da região, enquanto carregam segredos por trás de seus métodos. 𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎 Contém menções à drogas ilícitas fi...