Se passaram mais alguns dias e desde que Jongho me falou aquilo do traidor e desde que eu vi o diário na mesa de San, comecei a suspeitar mais dele, e um pouco dos outros também. Pode ser qualquer um de nós, afinal.
Pensei um pouco sobre e talvez aquele quarto desconhecido na casa de San pode dar alguma pista, o motivo pelo qual ele não deixou eu entrar é por ser o traidor. Isso faz bastante sentido. Mas para entrar lá, primeiro preciso de alguma estratégia.
"Woo, você está livre essa tarde?"
"Hã?"
"Você poderia ir comigo até a minha casa?"
Isso foi mais fácil do que eu imaginava.
"É importante. Sobre o trabalho, óbvio."
"Ah, sim, claro."
Assinto.
Então, como combinado, mais tarde volto para casa junto de San.
"O que era tão importante para conversar? E por ser algo sobre nosso trabalho, não seria bom os outros saberem também?"
Pergunto.
"Ah, nada. Eu não tinha nada pra falar na verdade. É que se eu só pedisse pra você vir aqui, provavelmente não viria. Então eu menti. Está bravo? Decepcionado?"
Eu realmente não me importo, precisava vir para cá de qualquer jeito.
"Está tudo bem, não estou bravo."
Sorrio.
"Venha até aqui."
Ele me puxa pela mão e me arrasta até seu quarto. Como acabou da última vez.
"O que está fazendo?"
Ele se vira para mim e sorri, ainda segurando minha mão. Não consigo deixar de rir.
"Shh."
Ele sussurra enquanto encara meus lábios. Paro de rir de imediato. Pois me esqueço de como se ri assim que seu dedo pressiona minha boca. Seus olhos acompanham seu dedo que percorre meu corpo.
Suas mãos agarram meus quadris e puxam-me para frente, o que me prende contra ele.
"Sinto vontade de beijá-lo desde o momento que entrou aqui."
Sua confissão me faz rir novamente. Uma de suas mãos deixa meu quadril e sobe até a lateral da minha cabeça. Ele toca em meu cabelo com muita delicadeza.
No momento em que seus lábios encostam nos meus, perco total interesse em qualquer outra coisa. Seu beijo é calmo, ao contrário da minha pulsação. Explora minha boca calmamente, como se quisesse me manter assim pelo resto do dia.
San para de me beijar, sinto como se meu coração gritasse. Leva suas mãos até minha face, segurando suavemente. Fecha seus olhos e pressiona sua testa na minha.
"Eu... Gosto de beijar você, Woo."
Ouço seu celular tocando. Ele me solta rapidamente.
"Eu sinto muito, preciso ir."
Diz, encarando a tela. Ele sai e me deixa aqui. Eu deveria estar feliz por ter ficado sozinho em sua casa como planejava, mas não me sinto mais feliz nessa situação.
Consigo me recuperar após alguns minutos. Então, saio do quarto e vou em direção aquele cômodo misterioso. A porta não está trancada. Será que é mesmo tão suspeito se ele deixa aberto assim?
O quarto está escuro. Procuro pelo interruptor e acendo a luz finalmente.
"O que!"
O que é tudo isso? Há muitas coisas aqui. Tem fotos, quadros, nomes, papéis e a maioria é sobre nós da narcóticos, todos nós. Então San é mesmo o traidor? Por que tudo isso?
"O que faz aqui?"
Me viro e vejo San parado em frente a porta aberta. Não tem como eu arranjar alguma mentira, claramente eu invadi este quarto.
"Você é um impostor?"
"Impostor? É claro que não."
Saio do cômodo e vou em sua direção.
"E como pode explicar tudo isso?"
Pergunto.
"Se acalme, eu posso explicar."
Ele me convida para sentar a mesa para que ele se explique, apenas obedeço pacientemente.
"Na verdade, ouvi você e Jongho falando sobre isso e também comecei a acreditar que havia algum tipo de traidor entre nós. Mas não sou eu, e sei que não é você."
Então não é ele mesmo?
"E o que são aquelas outras pessoas?"
"São pessoas que acredito terem envolvimento com Park Seonghwa e Kim Hongjoong, eu apenas estava os investigando."
Aceito sua explicação, parece sincero. Ele poderia ter me contado antes, mas tudo bem.
"E o que você faria se eu te traísse?"
San repentinamente pegunta.
"Nada, o que eu poderia fazer? Apenas ficaria muito decepcionado. Só se você fosse muito estúpido pra fazer isso."
Ele concorda.
"Por que a pergunta de repente? Está me traindo?"
"Não! Claro que não."
"Eu sei, confio em você."
Afirmo.
"Por que você se tornou um policial?"
Faço uma pergunta aleatória assim como ele.
"Meu pai era traficante. E meus amigos drogados. Não os culpo, eles tinham muitos problemas. Eu também tive, mas decidi não seguir o mesmo caminho. E você, Woo?"
Talvez isso tenha algo a ver com aquela coisa deprimente que ele me disse outro dia.
"Pensei que escolher ajudar os outros me faria suficiente."
Respondo.
"E fez?"
O mais velho pergunta.
"Eu não sei, nunca ouvi isso de ninguém."
"Posso não saber o que os outros pensam, mas para mim, você é muito mais que suficiente."
Sorrio com sua resposta e ele faz o mesmo. Agora quem recebe uma ligação sou eu. É Mingi. Ele diz que temos mais um problema urgente.
"Hã? Ele foi morto?!"
Exclamo e San se levanta, confuso e assustado.
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𝐋𝐞𝐢 𝐝𝐨 𝐓𝐫𝐚́𝐟𝐢𝐜𝐨 | Woosan
FanficOnde Jung Wooyoung e Choi San são dois policiais com o objetivo de pegar a nova maior organização de traficantes da região, enquanto carregam segredos por trás de seus métodos. 𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎 Contém menções à drogas ilícitas fi...