Presas da divindade

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Alcina estava realmente preocupada, seu coração martelando em seu peito a cada segundo, Ema ficando cada vez mais pálida e fria. Foi quando Margareth olhou para as orbes que agora estavam amarelas e tocou os pequenos dedos de Ema.

_ Senhora... as pontas de seus dedos...

Margareth disse lamentando, se referindo à garota que ainda encontrava-se desacordada. Os olhos de Alcina percorreram as mãos até que chegasse as pontas dos dedos que obtiveram uma coloração roxa e fria.

_ Senhora...ela...

Alcina olhou para a curandeira que tentava explicar com alguma dificuldade devido a gravidade do estado de Ema. Foi quando sem mais paciência retrucou.

_ Vamos diga logo!

O olhar de Margareth exalava tristeza, foi quando ela disse com os olhos marejados.

_ Ema...foi envenenada... o veneno penetrou suas veias e é por isso que as articulações estão ganhando uma cor escura... eu...não posso fazer mais nada...

Com a informação, Alcina arregalou os olhos ainda mais sentindo seus batimentos cada vez mais acelerados. A fúria tomou conta da mulher quando ouviu a curandeira dizer que não havia mais jeito, então estirou o braço com rapidez para agarrar a gola do uniforme de Margareth.

_ A próxima vez que disser isso... acabará sem sua língua, agora saia daqui e me traga um pedaço de carne!

Sussurrou com fúria enquanto dizia, depois de soltar Margareth empurrando-a levemente a mulher correu para fora do quarto assustada com o que presenciara, Alcina nunca fizera isso, até porque a Margareth trabalhava naquele castelo à anos.

Alcina espantou os cabelos de fogo do pescoço fino e delicado de Ema que parecia ainda mais fria, se sua senhora não agisse rápido, os batimentos enfraqueceram mais e mais até que não tivesse mais força para bombear seu coração.

_ Ema...por favor aguente mais um pouco... eu lhe concederei a imortalidade e seremos felizes juntas...eu eu prometo... cuidarei de vo-

Sussurrava perto do rosto da ruiva com sentimento, Alcina havia adquirido sentimentos por aquela "criança", aquilo em seu peito, a angústia e culpa que carregara das filhas fora livrada por Ema, era como se tudo novamente estivesse bem, mesmo que suas preciosas garotas "ainda" não estivessem lá. Ema tinha um propósito e dele faria jus.

Antes que concluísse Margareth trouxe o pedaço de carne que sua senhora havia lhe ordenado, e novamente se retirou pelas ordens da própria. Foi quando Alcina aspirou o cheiro do sangue contido na carne o que fez suas pupilas dilatarem para enfim suas presas se mostrarem.

Com delicadeza segurou o pescoço de Ema sustentando sua cabeça com ambas as mãos para trazê-la até suas presas. As presas perfuraram a carne pálida de Ema que quando sentiu a ardência acabou despertando para agarrar o braço de Alcina com força.

A Lady suspirou aliviada quando sentiu as mãos de Ema agarrarem seu braço, por mais que Ema estivesse apertando com força um de seus braços, Alcina quase não sentia, isso se devia ao fato da mulher ser maior que qualquer um naquele castelo.

A respiração de Ema estava ofegante e aos poucos e ainda com as presas no pescoço da jovem sentia o calor que seu corpo ganhara. Depois de tirar parte do veneno de Ema, Alcina tirou suas presas com lentidão e delicadeza para segurar a garota que com a ação reconheceu que sua senhora acabara de lhe salvar.

Ema se ergueu com dificuldade do colo de Lady Dimitrescu que novamente guardava suas presas, e ao encarar as orbes que agora continham alívio abraçou a mulher com força enquanto lágrimas escorriam por seus olhos.

Sem muita reação, a condessa cedeu e abraçou Ema que agora a ouvia chorar dedicando todo o ar de seus pulmões às lágrimas.

_ S-senhora-...

Gaguejava enquanto tentava dizer algo à Alcina. A condessa agora acariciava as costas de Ema para tentar acalmá-la, ela não sabia o que tinha acontecido ou muito menos o que Ema sentia agora, era comum que depois da mordida o local ficasse dolorido.

_ Não...não chore shh shh... me desculpe querida eu...eu não queria fazer is-

Antes que Alcina concluísse Ema a interrompeu para agradecê-la, a ruiva não sabia que a senhora a qual servira todos esse tempo era uma vampira, mas ela reconhecia o que Alcina havia feito, mesmo que estivesse desacordada podia escutar de longe a conversa entre Margareth incluindo o que a mulher a disse.

_ Ob-brigada... obrigada senhora...

Gaguejava o que fez a condessa ficar em silêncio, ela sorriu quando escondeu seu rosto no pequeno ombro de Ema que também adquirira algo por Alcina, pela ausência da mãe a ruiva enxergava na mulher, alguém que pudesse confiar e contar, ainda chorando acariciava os cabelos cacheados da Lady que ainda a mantinha perto aliviada por tê-la bem ali.

°༙Quebra de tempo༙°

Depois de tanto chorar ouvindo os consolos da mais velha, Ema cedeu ao sono enquanto se mantinha perto de Alcina, o suficiente para dormir com a cabeça em um de seus ombros. Já era tarde então Lady Dimitrescu se levantava para tomar uma bebida, sem saber ao certo o que havia se passado e aquilo tudo acabou a estressando, porém Ema mantinha suas mãos ao redor do braço da mulher.

Mas com delicadeza Lady Dimitrescu tirava as pequenas mãos pois não queria interromper o sono de Ema que depois de notar a ausência da condessa acabou segurando o braço da mesma mais uma vez, ainda dormindo resolveu abraçar o braço de Alcina que sorriu com a ação da ruiva quando livrou seu delicado rosto das mechas de cabelo.

°༙Quebra de tempo༙°

Ao amanhecer, Lady Dimitrescu notou que acabou adormecendo junto à Ema, seu pescoço doía devido a posição que ambas haviam dormido, e quando notou o pescoço de Ema continha uma coloração avermelhada devido à mordida a qual a salvara na noite passada.

Passou os dedos com delicadeza sobre a pele ferida, o que fez a ruiva resmungar um pouco.

_ Querida...acorde...

Alcina sussurrou chacoalhando Ema devagar para despertá-la de seu sono. Os olhos claros se mostraram iluminados pela luz do sol, e então Ema sussurrou.

_ Senhora?...

O TEMOR DE EVA || Lady DimitrescuOnde histórias criam vida. Descubra agora