Minha donzela

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/࿙࿚࿙࿚Autor (Ema)࿙࿚࿙࿚\


Ao citar a parte em que ela caia por um buraco escuro até chegar ao vilarejo fez Alcina duvidar, afinal para a condessa a mente de uma criança mortal era mais que fértil, o estranho era que Ema não sabia da história do vilarejo após a suposta derrota dos lordes.

_ Então quer dizer que uma mulher foi quem te disse para vir até aqui...

Alcina dizia em tom de dúvida, não havia uma mulher que saísse viva do castelo Dimitrescu.

_ Sim...senhora

Lady Dimitrescu sorriu ao ver como Ema havia se referido à ela, e quando deixou sua taça em uma pequena mesa de vidro ornamentada ao lado da poltrona que se sentava, se levantou para aproximar se de Ema, que ao ver o real tamanho de Alcina arregalou os olhos

Lady Dimitrescu se divertia com as reações de Ema, ela sabia de seu poder, e por isso utilizaria o ao seu favor, Alcina acabava de se sentar à beira da cama e ao perfurar os olhos claros de Ema sorriu e perguntou ainda desacreditando do que a garota dissera

_ Agora... repita para mim o que você mencionou sobre sua chegada ao vilarejo...

Se Ema estivesse mentindo, gaguejaria e entregaria o jogo à sua senhora, uma troca de olhares bem feita entregaria o mentiroso. As orbes amarelas tinham poderes sobre as donzelas mentirosas

_ Eu...caía por um buraco...escuro e rodeado por espelhos... era fundo e então eu cheguei até aqui...

O olhar de Alcina se arregalou ligeiramente, Ema fora a primeira a passar no teste de todas as outras, ao continuar observando o rosto corado de Ema desceu o olhar até sua clavícula, a ruiva ainda tinha o vestido rasgado

Então devagar Alcina moveu sua mão para livrar os cabelos da clavícula de Ema e remover o tecido que cobria a cicatriz, então um sorriso se alargou em seus lábios, Ema não estava mentindo, rapidamente Alcina se levantou para encarar Ema com um semblante predatório ainda mostrando suas presas afiadas em um belo sorriso

A ruiva se pôs confusa, o que foi aquilo?. Em poucos segundos uma batida na porta se fez então a condessa concedeu a permissão com o olhar ainda fixado em Ema, que desviou o olhar sentindo algum desconforto

_ Entre...

Após a permissão Margareth adentrou o local lentamente fazendo uma reverência, limpou a garganta antes de anunciar à sua senhora a chegada de seu irmão

_ Com licença senhora...venho anunciar a presença de Lorde Heisenberg em... seus aposentos

Rapidamente o olhar de Alcina caiu sobre Margareth, sua feição agora tinha um semblante impaciente e raivoso, "Quem aquele verme pensa que é?!"

_ Em meus aposentos?!

Perguntou surpresa com um sorriso forçado nos lábios, todos sabiam que Lady Dimitrescu não tinha uma boa relação com o irmão, para Margareth foi difícil anunciar tal notícia, da última vez que o homem esteve aqui Alcina acabou quebrando sua própria taça por tamanha força que segurava

_ S-sim senhora...

Antes de ir, o olhar da condessa se voltou para a porta e em seguida pesou sobre a curandeira mais uma vez

_ Você... não quero que saia de seus aposentos até que eu diga...

Ela disse quando apontou para Ema que pela primeira vez notou o quão autoritária Alcina podia ser quando queria

_ Você... esteja com Ema para anunciar as regras do castelo, e ordeno que verifique se Ema não possui mais feridas, quando eu a chamar espero a ver vestida e banhada...

Se agachou com rapidez para cruzar a porta a passos largos, foi quando Margareth se aproximou de Ema com roupas passadas e limpas em mãos, olhou para Ema que mantinha os olhos ligeiramente arregalados pelo que acabara de presenciar

_ Receio que ouviu o que vossa senhora disse... então sugiro que se vista com essas roupas e tome um banho antes de saber as regras que deverá seguir...

Ema assentiu quando tentou se levantar e com a ajuda de Margareth conseguiu devido ao tornozelo, que apesar de estar se curando ainda estava ferido. A curandeira pousou duas de suas mãos no vestido rasgado para ajudar Ema a se despir, Alcina ordenou que Margareth verificasse mais de seus ferimentos, e para isso seu campo de visão teria de ser ilimitado

_ Espere... você vai...

Ema tocou as mãos de Margareth que sorriu, ela sabia o quão vergonhoso podia ser para uma jovem como Ema mostrar seu corpo à mulher desconhecida.

_ Por ordens da senhora...devo checar se você possui mais ferimentos, acredite se você não me deixar fazer isso... ela mesma fará...

A ruiva sentiu um arrepio, isso seria vergonhoso demais, assentiu com dificuldade deixando que Margareth tirasse seu vestido com delicadeza

A mulher não podia negar que o corpo da garota à sua frente, era como uma escultura grega, Margareth nunca viu algo assim, seus ossos marcados pela fina camada de pele pálida, seus músculos minimamente aparente cobertos por seu longo cabelo vermelho

Depois de ajudá-la a entrar na banheira entregou-lhe suas vestes e pediu que a chamasse para a ajudar no espartilho quando estivesse pronta, pois de acordo com Margareth, Ema passaria a servir sua senhora como as outras criadas, se tornando uma donzela.

°༙Quebra de tempo༙°


Depois de se secar com a toalha macia de seda, Ema chamou Margareth para obter ajuda com o espartilho, e assim foi, a mulher adentrou o banheiro cautelosamente para apertar a peça lentamente. Ao notar a cicatriz em uma das clavículas de Ema, Margareth ousou perguntar.

_ E...como fez essa cicatriz?...

Ema olhou pelo espelho a própria cicatriz, e abaixou o olhar, ela não sabia como aquilo tinha aparecido ali

_ Eu não...sei

Margareth notou que aquilo a incomodava então voltou o olhar para o espartilho que se adequava ao tamanho de Ema, depois da ajuda de Margareth se vestiu com um vestido e um avental, mas diferentemente das outras o vestido era mais comprido, as meias eram mais altas e os saltos mais baixos.

Quando se olhou no espelho do banheiro teve uma sensação ruim, algo estranho, mas ignorou e observou a cicatriz que antes a condessa tocara, tentando entender o porquê daquela reação.

Sem respostas, Margareth abotoou o vestido. Como sugerido por Margareth, Ema fez um coque baixo com algumas mechas soltas sobre a face, sua aparência era bela, até mesmo em suas roupas de trabalho.

Mesmo que Ema fosse apenas uma "criança", se era assim que podia se nomeá-la uma vez que o apelido foi concedido pela condessa, ela sabia que estes trabalho a trariam vantagens, duas delas eram a comida, e uma cama quente para dormir, sem dizer que pela primeira vez ela não estava só.

°༙Quebra de tempo༙°

Depois da permissão de sua senhora, Margareth apresentava o castelo para Ema enquanto citava as regras, pensava no quão diferente a garota se apresentava diante de todas as outras que um dia lá já pisaram

Ela não parecia sentir medo da condessa como as outras, talvez isso se devesse ao fato de sua inocência? Talvez uma criança tola?... Para Margareth isso não era uma explicação.


O TEMOR DE EVA || Lady DimitrescuOnde histórias criam vida. Descubra agora