Transmutação o princípio

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Ao despertar Ema obteve dificuldades para olhar para a Lady uma vez que seu pescoço estava quase imobilizado, o primeiro dos motivos era devido a dolorosa perfuração das presas da Lady ao seu lado, e o segundo que seu pescoço passou a noite inclinado sobre os ombros da dama. Alcina, notando a dificuldade da garota, espantou os cabelos ruivos para livrar seu pescoço preocupada.

_Não pode mover o pescoço querida?...

Com cuidado acariciou a ferida após Ema acenar positivamente, seus músculos estavam rígidos, sem contar na ardência que sentira quando Lady Dimitrescu tocou o ferimento, o que a fez segurar a mão de Alcina com rapidez para impedi-la de tocar a ferida.

_Por favor! Não toque...dói...

Sussurrou com o tom de voz rouco ainda segurando a grande mão da condessa afastando a devagar.

_Não se preocupe meu bem, eu cuidarei disso...

Depois de lamentar com preocupação chamou a curandeira para examinar Ema, enquanto outra de suas colegas fora preparar o café da manhã da mesma. Alcina pediu alguns instantes à pobre Ema, foram dias difíceis e que acabaram destruindo a imunidade da ruiva aos poucos. Mesmo com todos aqueles cuidados, Ema ainda estava muito fraca.

Era compreensível o porquê de todas essas dores e ferimentos, mas Alcina estava disposta a ajudá-la.

°༙Quebra de tempo༙°

Depois de tragar sua cigarrilha em um lento inspirar, acabou retornando depois que Margareth a chamou para novamente ver sua "donzela".

Ema estava medicada com algumas ervas, a dor era insuportável e para que isso passasse Margareth não hesitou em dar-lhe algum crédito. A garota estava novamente caindo no sono, não mais sentindo as dores de antes. As presas de Alcina eram extremamente mortais, se Ema sobreviveu, foi porque, por sorte, as presas não perfuraram mais do que deviam.

As olheiras eram fundas e vermelhas, ela precisava descansar, além da pele pálida ressaltar suas olheiras, ressaltaram as feridas, que agora ganhavam uma coloração roxa.

Margareth disse que o gelo devia ser posto no ferimento, mas que para isso seria melhor esperá-la cair no sono, assim a baixa temperatura não poderia impedi-la de adormecer e descansar.

Antes de entrar no quarto, Margareth chamou pela Lady, e sua senhora notando que Margareth não gostaria que Ema ouvisse o que ela tinha para dizer, esperou com alguma impaciência para ouvir sua criada.

_Senhora...pode achar loucura mas... a cor dos olhos dela...suas íris...mudaram de cor

Com a afirmação Alcina franziu a testa, como as íris de uma mortal poderiam adotar uma nova coloração?

_Como?

Duvidou do que seus ouvidos escutaram, então a questionou novamente para escutar a mesma coisa.

_Eu...não sei, se não me falha a memória me lembro que eram verdes, mas agora...estão...dourados...como os da senhora

Antes de girar a maçaneta seus lábios se curvaram minimamente para um sorriso malicioso.

_Mais tarde conversamos sobre isso, deixe a acordar então eu mesma posso vê-los, agora está dispensada...

Com a afirmação de Margareth, Alcina abriu a porta do quarto lentamente enquanto dispensava a mulher com pressa, ela sabia que a esta hora Ema deveria estar em seu quinto sono. Mesmo que tivesse dispensado à Margareth, confirmaria tais suspeitas, afinal, aquilo era impossível, "talvez Margareth precise de óculos" pensou a condessa.

°༙Quebra de tempo༙°
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Quando acordei as janelas revelavam uma noite escura, Alcina que costumava estar comigo não estava. Mas algo estava diferente...

Meu tornozelo estava são de dores, a palma de minha mão não ardia mais como antes, minhas dores haviam ido embora, a única coisa que podia sentir era um incômodo no pescoço, talvez este se devesse ao fato de minha senhora mais uma vez salvar a minha vida.

Quando me levantei lentamente me dispus a descobrir minhas feridas, Alcina não só me salvou mas esteve disposta a me curar. Então lentamente comecei a descobri-las pois agora não me doíam mais, o que era duvidoso, uma vez que cada uma delas demoraria tempo o suficiente para cicatrizarem.

Ergui o olhar então a porta se abriu devagar, e um rosto familiar se revelou.

_Ora...vejo que já está acordada, o que está fazendo?

Perguntou Alcina com um candelabro em mãos, ela ainda não havia me visto, estava de costas enquanto ainda fechava a porta.

_ Olá Alcina! Eu estava desfazendo os curativos...

Respondi animada com um sorriso sonolento no rosto.

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Quando se virou para observar à Ema, a garota desfazia os curativos então rapidamente a condessa a impediu, não estavam curadas, sendo assim segurou sua pequena mão para a impedir, foi quando se sentou na beira da cama.

Mas algo aconteceu, quando o olhar de Ema se encontrou com os de sua senhora, Lady Dimitrescu arregalou os olhos ligeiramente ao ver as orbes, tão douradas quanto Margareth havia descrito, seus cílios vermelhos estavam mais longos e volumosos, seus cabelos mais claros e com alguns fios loiros.

Então, sem dizer nada, posicionou o candelabro na pequena mesa do lado de Ema, que com o olhar da Lady não ousou dizer nada apenas assistindo às suas reações.

Alcina lentamente desfez os curativos temendo ser o que ela pensava, e lá como Ema já havia previsto não haviam mais ferimentos, nem mesmo hematomas.

Então a Lady novamente livrou o cabelo da mais nova para observar seu pescoço, o local da mordida estava marcado, mas não como antes. Então a voz doce se fez dos lábios que agora eram mais rosados.

_ Senhora...porque me olha assim?...

Perguntou com dúvidas, então Alcina desviou o olhar para a janela e rapidamente se levantou para fechar as cortinas.

_A transmutação...

Sussurrou a condessa, Ema franziu a testa, afinal o que sua senhora dizia?

_O que?...

Isso tinha ligação com a mordida que lhe fora concedida?...tinha?!

_A transmutação!

Falou mais alto, deixando que seu rosto revelasse seu temor, se levantou e segurou nervosamente sua cigarrilha para um longo e lento inspirar.

_Do que está dizendo?! Isso não tem haver com a mordida tem? Eu posso morrer!?

Ema se levantou agitada, as reações de Alcina lhe causavam mais preocupações. A morte era uma possibilidade muito considerável, uma vez que nem todos os organismos resistiam ao megamiceto.

O TEMOR DE EVA || Lady DimitrescuOnde histórias criam vida. Descubra agora