09. Pirralha do bando do Chapéu de Palha.

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𝗡𝗢𝗧𝗔 𝗗𝗘 𝗘𝗫𝗧𝗥𝗘𝗠𝗔 𝗜𝗠𝗣𝗢𝗥𝗧𝗔𝗡𝗖𝗜𝗔: O conteúdo a seguir contém cenas envolvendo sangue e ferimentos graves/abertos. Caso haja algum tipo de sensibilidade, recomendo que pule diretamente para os parágrafos finais para evitar qualquer desconforto ao ler.
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━━ Arquipélago Sabaody, Grand Line ; próximo a Red Line.
ᘡElisabette, Anjo da Morte. ❪O ponto de vista Dela❫

Eu não sabia há quanto tempo estava fugindo, tampouco tinha noção de que horas eram. Olhava ao meu redor e, mesmo com a mente confusa pelo cansaço, conseguia identificar que já era noite. Os caracóis comunicadores espalhados pelo Arquipélago Sabaody continuavam anunciando o mesmo aviso de horas atrás: nosso bando fora eliminado e eu fui a única que conseguiu escapar, por isso todos os fuzileiros deveriam focar somente na minha captura. Tive sorte de ter conseguido fugir voando e ter despistado alguns soldados, mas, quando mais precisava, perdi as forças nas asas e caí no chão, restando-me apenas correr.

Minhas pernas estavam tremendo como nunca antes, e eu sabia que a qualquer momento iria acabar sucumbindo ao cansaço. Entretanto, enquanto estivesse em tal situação - gravemente ferida e perdendo sangue -, não podia desmaiar e iria lutar contra a exaustão.

Com passos cambaleantes e cada vez mais lentos, senti minha vista escurecer e caí de joelhos no chão, usando as mãos de apoio para não bater com o rosto no gramado. Trêmula e suando frio, senti um líquido quente subindo pela minha garganta e vomitei sangue pela quarta vez. Assustada e sem saber o que fazer, apenas fiquei encarando a poça vermelha diante de mim em completo silêncio, apenas escutando os sons que vinham das cidades vizinhas de cada mangue.

Eu queria gritar. Eu queria gritar até que minha voz ficasse rouca e desaparecesse de uma vez. Desaparecesse como meus companheiros. Eu queria ter desaparecido junto com eles. Eu queria estar com eles. Queria que estivéssemos todos juntos no convés jogando conversa fora ou na cozinha jantando enquanto falávamos sobre nosso dia, sobre o que vimos ou o que descobrimos.

Mas não. Eu estava sozinha agora. Sozinha e assustada. Machucada e, se tudo continuasse como estava, em poucas horas eu morreria. Não era preciso ser médico para olhar nos meus olhos e dizer: "você está morrendo", era nítido que eu estava. Estou com medo. Estou perdida. Não sabia para que lado ficava o bar Olho da Cara, nem mesmo lembrava onde havia ficado minha bolsa; logo, eu não poderia ligar para ninguém, nem mesmo para Duval para pedir ajuda ou para Hachi. Tudo o que eu tinha era... Inazuma. Era isso. Uma foice e um corpo molenga.

Olhei ao meu redor novamente e só via borrões, minha visão estava escurecida e desconexa. Eu estava completamente vulnerável, e isso me deixava apavorada. E se aparecessem mais fuzileiros navais? Como eu ia me defender, nem forças eu tinha para usar o Mantra. Odiava admitir, porém sabia que estava indefesa como uma criança perdida.

E, talvez, era isso que eu realmente era, uma criança perdida. Eu nem sabia como sairia de Sabaody com vida, nem se conseguiria encontrar meus companheiros novamente. Quais eram as chances de eles estarem vivos? Eu estava tão chocada que sequer conseguia escutar como funcionavam os poderes da Nikyu Nikyu no Mi, como eu poderia ter certeza de que eles haviam sido apagados da existência ou simplesmente terem, sei lá, sido arremessados tão rápido que nossos olhos não conseguiram identificar os movimentos? Pensar nisso me causava uma angústia enorme por não conseguir sequer chegar a uma conclusão.

Passei anos sozinha. Anos e anos. Anos e anos solitária em um lugar que me fora ensinado que era um local sagrado, e minha única missão era protegê-lo - Upper Yard, o Jardim Superior -, portanto amizades estavam fora de cogitação.

˚𖦹 𖥻 𝐂𝐀𝐋𝐋 𝐎𝐅 𝐒𝐈𝐋𝐄𝐍𝐂𝐄 | 𝐓𝐫𝐚𝐟𝐚𝐥𝐠𝐚𝐫 𝐋𝐚𝐰¸♡ 🫀 ୬Onde histórias criam vida. Descubra agora