17. O caos da Guerra de Marineford.

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━━ Arquipélago Sabaody, Grand Line ; próximo a Red Line.

No mesmo instante em que a garota de cabelos platinados havia feito aquela pergunta, Law arqueou uma sobrancelha e estreitou o olhar em sinal de confiança, sem compreender o objetivo da indagação e, ainda mais, por que ela optaria por aquilo dentre tantas possibilidades. Os olhos de Elisabette estavam fixos nos dele, seu rosto demonstrava agitação, com os lábios inquietos, ora sendo mordidos, ora apenas respirando profundamente. Seu olhar percorria desde as órbitas acinzentadas até as mãos dele, que seguravam a sacola com as frutas que havia coletado e colocado dentro.

E, de fato, ela estava à beira de um surto, de um colapso mental, prestes a deixar todas as suas emoções extravasarem de uma só vez naquele momento em que se sentia tão vulnerável, em um momento em que se sentia tão... sozinha. Odiava ter que pedir ajuda ao Cirurgião da Morte, especialmente quando não tinha mais nada a oferecer e havia dado tudo o que tinha, ou melhor, tudo o que seu bando tinha.

O que Nami lhe diria quando descobrisse, quando soubesse que ela entregou tudo de mão beijada sem reagir? O que seus companheiros diriam ao saber que ela não foi capaz de proteger o Thousand Sunny? E Luffy? O que ele iria pensar dela? A mandou voar, fugir para longe, obviamente pensando nela como alguém que poderia garantir a segurança do navio deles, certo? Afinal, proteger algo e afastar ameaças era o que ela fazia de melhor, não era? Ela sentiu como se tivesse falhado, estivesse perdendo tudo e mais um pouco. Primeiro, seu pai, depois, seus companheiros e agora todo o tesouro que haviam batalhado - roubado, na verdade - para conseguir? Não... ela não podia aceitar, mas não conseguia fazer nada, não quando Law havia separado sua cabeça do corpo e a deixado completamente à mercê dele.

- O que você pretende fazer em Marineford, garota? - ele a encarou com curiosidade enquanto mantinha um olhar atento às suas reações.

- Eu quero salvar o Ace.

- O "Punhos de Fogo"..? - o homem de pele morena se ajoelhou onde a cabeça dela estava apoiada, segurando-a pelos cabelos enquanto ela resmungava. - Você é maluca, pirralha do bando do Chapéu de Palha? - em um movimento rápido de seus dedos, o corpo dela se reconectou à cabeça.

- Não! - gritou. - Talvez um pouco. Às vezes, o sangue fala mais alto, sabe? - ela deu um sorriso leve, enquanto o outro apenas revirou os olhos. - Enfim, eu preciso ajudá-lo! É um favor que devo retribuir.

- Isso é suicídio. - Trafalgar deu de ombros, virando-se para ir embora, mas antes que pudesse fazê-lo, sentiu duas mãos agarrando seu braço, fazendo-o parar e olhar para trás.

- Eu não tenho mais a quem recorrer... por favor, me ajude.

- Como se eu tivesse alguma obrigação de fazer isso.

- Por favor.

- Você é muito insistente. - ele puxou o braço do aperto dela e encarou-a com olhos severos e sombrios. - Quer tanto assim morrer?

- Não vou morrer. Já lidei com coisa muito pior. - a garota pontuou, agora segurando-o pelo pulso com firmeza e, aos poucos, aumentando a força em suas mãos.

Law, por sua vez, se calou novamente enquanto seu olhar se dirigia diretamente aos olhos azuis dela, ao passo que o aperto em seu pulso aumentava a ponto de ele não sentir dor, mas ainda assim experimentar um incômodo desconfortável. Incômodo devido à insistência da mais jovem e desconforto pelo toque repentino. Ele detestava a forma desesperada como Elisabette o encarava, com aqueles olhos que tremiam em sinal de desespero e tão inquietos como se fossem saltar de sua face em direção ao rosto dele. Pensar na cena, ao mesmo tempo que foi idiota, até para alguém como ele, achou estupidamente assustador. Sua única reação foi bufar e afastá-la novamente.

˚𖦹 𖥻 𝐂𝐀𝐋𝐋 𝐎𝐅 𝐒𝐈𝐋𝐄𝐍𝐂𝐄 | 𝐓𝐫𝐚𝐟𝐚𝐥𝐠𝐚𝐫 𝐋𝐚𝐰¸♡ 🫀 ୬Onde histórias criam vida. Descubra agora