14. "Os filhos também são culpados pelos erros dos pais."

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𝗡𝗢𝗧𝗔 𝗗𝗘 𝗘𝗫𝗧𝗥𝗘𝗠𝗔 𝗜𝗠𝗣𝗢𝗥𝗧𝗔𝗡𝗖𝗜𝗔: A carta vai ser postada em outro capítulo separado, que vai fazer parte deste. Depois, no capítulo 15, eu vou dar continuidade.
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━━ Arquipélago Sabaody, Grand Line ; próximo a Red Line.

Elisabette encarava Urouge em silêncio, processando aos poucos a informação que lhe foi dada tão repentinamente. Sua primeira reação foi arregalar os olhos e prender a respiração no peito, em choque. Depois, franziu o cenho e cerrou os dentes, indignada. Aquilo não podia ser possível, não tinha como, não tinha porquê. Ela ficou irritada, seu coração disparou no peito, fazendo-a sentir as correntes elétricas pinicando em suas veias enquanto a tensão entre eles aumentava e seu sangue fervia. Odiava quando mentiam para ela ou tocavam em assuntos que, para a garota, eram delicados como sua "família". Afinal, se Gan Fall era de fato seu avô, por que ele iria querer entrar em contato com ela depois das inúmeras vezes em que batalharam a ponto de ambos, principalmente ela, saírem debilitados das lutas? Era um absurdo na visão dela.

Seus cabelos platinados balançavam com a brisa noturna que, ao mesmo tempo que bagunçava seus longos fios, também refrescava seu corpo por debaixo do casaco. Elisabette não queria acreditar, não queria lidar com aquele fato. Com força, ela apertou a carta em sua mão, a fazendo amassar ao meio, e suspirou, desviando sua atenção do Supernova.

Muitos pensamentos percorriam sua mente, desde indagações até suposições e incertezas que deixavam sua cabeça a mil por hora. Se ele era mesmo seu avô, onde esteve quando ela sofria nas mãos de Enel? Por que não a salvou? Não que ela quisesse ser salva, mas ainda assim... por quê? A birkan não sabia se deveria ceder às palavras de Urouge e acreditar, aceitar a carta e dar um jeito de decifrar o conteúdo, ou se deveria continuar relutante e mandá-lo à merda, dizendo para nunca mais perturbá-la, ou o mataria.

Elisabette deu de ombros e passou a mão livre pela cabeça, frustrada e sendo tomada pelos pensamentos que a deixavam atordoada, também assustada. Todo esse tempo, todos esses anos, ela sempre teve alguém além de seu pai? Teve alguém além de Enel com quem ela tivesse laços de sangue? Era por isso que seu pai sempre lhe disse para ficar longe de Gan Fall, que ela sempre deveria partir para cima dele quando tentasse se aproximar de Upper Yard ou ousasse colocar os pés no Templo Sagrado novamente? Só isso poderia explicar o porquê da insistência do Cavaleiro dos Céus em tentar falar com ela, em aceitar seus insultos e as agressões que vinham da parte dela contra ele.

- Mentira. - começou, sua respiração começando a ficar descompassada. - Isso só pode ser mentira! - gritou.

- Acredite no que quiser, Praga.

- Não ouse me chamar disso! - ela bateu com o pé no chão, olhando-o com ódio.

- Estou te chamando pelo que você é. - Urouge deu um passo para frente, aproximando-se dela. - E você, Elisabette, é uma praga. É um erro. Se veio ao mundo, é por um erro que Deus deixou passar despercebido. - ele começou a dar dedadas fortes no meio do peito da mais jovem enquanto falava.

- Não encoste esses dedos imundos em mim.

A platinada permaneceu com seu olhar carregado de fúria fixo nos olhos daquele homem, aos poucos deixando-se levar pela raiva, pelo desgosto, pela amargura que há anos era nutrida dentro de seu coração. Odiava aquele nome, odiava aquela forma pejorativa à qual o povo de Skypiea se referia a ela. Era doloroso, humilhante e, principalmente, deprimente. Entretanto, entendia o ódio que a "Santa Praga" carregava em suas costas, compreendia o porquê de todos aqueles xingamentos e o medo que recebia da civilização das Ilhas do Céu. Não tinha como fugir deles, afinal, sempre foi culpada por toda aquela carga pesada que era obrigada a carregar. Uma pirata ou não, uma garota normal ou não, aos olhos deles, ela sempre seria a filha de Enel.

˚𖦹 𖥻 𝐂𝐀𝐋𝐋 𝐎𝐅 𝐒𝐈𝐋𝐄𝐍𝐂𝐄 | 𝐓𝐫𝐚𝐟𝐚𝐥𝐠𝐚𝐫 𝐋𝐚𝐰¸♡ 🫀 ୬Onde histórias criam vida. Descubra agora