Acordei com uma ressaca do caralho. Sentia o calor do corpo de Samael atrás de mim. Uma de suas mãos estava sob minha cintura nua. Um novo filme rodava na TV e eu sentia minhas pernas grudentas. Samael me abraçava por trás, formando uma conchinha disforme pela falta de espaço. De primeira, achei o gesto fofo até ver que sua mão ausente em minha cintura agarrava o meu peito. Suspirei e retirei suas mãos de mim com cuidado, com a intenção de me levantar, porém, assim que me movi, Samael me agarrou, me impedindo de levantar.
Ele balbuciou palavras misturadas.
— Me solta — choraminguei.
Ele abraçou mais forte.
— Bom dia — sussurrou próximo ao meu rosto.
— Bom dia, idiota. Agora me solta.
Ele sorriu e beijou minha bochecha, não me obedecendo. Samael arrastou o rosto, afundando-o no meu ombro.
— Por quê? — perguntou.
— Porque eu quero. Me solta.
— Nah... Aproveita o momento, Ágatha.
Senti que ele sorria enquanto eu revirava os olhos. Baixei o olhar. Me sentia grudenta.
— Você tem que parar de gozar dentro de mim.
— Você não vai engravidar, fica de boa.
— Não é por causa disso, imbecil.
— É por que então?
— Eu fico grudenta e essa merda fica saindo de mim... — franzi a testa — me sinto um caramujo, uma lesma, sei lá.
Samael riu.
— Tudo bem — concluiu. — prefere que eu goze onde? Na sua boca, hum? — mordeu minha orelha de leve.
— Goza no ralo, longe de mim, filho da puta — me encolhi.
Ele riu de novo. Deu um beijinho na minha bochecha e afastou o rosto, colando no meu pescoço. Ele beijou meu pescoço, repetidas vezes. Evitei sorrir.
— Tudo bem, tudo bem — disse baixinho, depois de me beijar de novo. — minha porra nunca mais vai encostar nesse corpinho lindo.
— Eu agradeço.
— Não há de quê.
— Agora, pode me soltar?
— Humm... — sorriu. — pra quê?
— Quero ir me limpar. Posso?
— Só se eu puder ir com você. Posso?
— E eu tenho escolha?
Ele riu de leve. Senti uma de suas mãos que estavam na minha cintura descerem até a parte de trás do meu joelho, assim ele se levantou e, como se eu não pesasse nada, me ergueu em seu colo. Me agarrei em seu pescoço e me deixei ser carregada.
Samael me levou até o banheiro, então, me colocou na banheira, entretanto, não se juntou a mim. Encheu a banheira e começou a me limpar. Virei o rosto. Não queria ficar encarando o corpo dele nu a minha frente. Ele me deu banho, depois, me enrolou na toalha e me levou, no colo, até a cama. Me colocou sentada e me deu um selinho. Com o rosto afastado, ele inclinou a cabeça, indicando a cama. Olhei para onde indicava e vi um pacote embalado em papel de presente e uma caixa de sapatos.
— É pra você — sorriu.
Eu sequer tinha percebido isso sob minha cama. Me virei e peguei o pacote. Rasguei e revelei um vestido. Era curto e justo, azul escuro, com um decote sob a coxa onde — tinha certeza — deixaria minha cicatriz à mostra. Balançando o tecido, percebi que ele brilhava, quase como se tivesse coberto por glitter. No fundo da sacola: uma lingerie preta. Deixei de lado e abri a caixa de sapatos: um salto escuro.
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𝕯𝖊𝖒𝖔𝖓í𝖆𝖈𝖔 - 𝕯𝖆𝖗𝖐 𝕽𝖔𝖒𝖆𝖓𝖈𝖊 (+18)
HorrorO que você faria se acordasse de madrugada, imóvel, com um belo homem te encarando? Ágatha decidiu acreditar fielmente que isso era apenas um sonho e, eventualmente, ignorou - ou tentou ignorar - suas aparições. Mas isso se tornou impossível quando...