Capítulo 18

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Giovanna ficou atônita com a situação, esperava qualquer coisa de seu marido, menos atos de serviço e palavras bonitas. Até o beijo que recebeu foi inesperado, não agiu contra porque seu corpo paralisou.

Entrou no carro tentando entender o que tinha acontecido, sabia que o marido estava tentando se reaproximar, mas nunca pensou que seria assim. Atingir seus pontos fracos foi golpe baixíssimo.

— Acorda para vida, Giovanna — deu batidinhas em seu rosto. — Não caia no conto do vigário.

— Resvalo, isso foi um resvalo. Acontece nas melhores famílias, né?!

Falou para si mesma como forma de não cometer um erro, não pode cair tão fácil na isca de Maurício, precisa ser forte. Porque na de Alexandre já mordeu e está na rede dele, e é nesse pescador que precisa focar.

Quando parou no semáforo pegou o celular e entrou na conversa Alessandra, digitou que precisam conversar. Talvez até sair para beber, pois como ela mesma disse, o vinho a faz falar o que não deve.

Estacionou o carro no lugar de sempre. Passou pelos corredores e cumprimentou alguns funcionários que já tinham chegado. Invés de ir para sala de aula, passou na coordenação, precisa deixar algumas folhas com certas informações. Ontem ficou pendências com Eduardo, precisam resolver problemas acadêmicos.

Demorou para ir para sala 914, a reservada para dar aula. Depois da conversa com seu colega, passou para tomar café, se prolongado por lá. Escutou a todo momento seu celular apitar, era mensagens, mas ignorou.

Estava quase no hora de lecionar quando chegou na sala de aula. Seu admirador já estava esperando, impaciente. Levou vácuo hoje e ontem, estava ficando preocupado, teve medo dela ter se arrependido mais uma vez.

Ela sorriu para ele, nesse sorriso soube que está tudo bem. Nero se levantou e se aproximou da mesa maior. Na qual impedia a aproximação dos corpos, nesse horário e nesse local precisam manter a distância.

— Tá tudo bem?

— Sim! Presumo que com você também esteja.

— Meu dia melhorou quando você apareceu. Estava preocupado, não respondeu às minhas mensagens.

Levou a mão na cabeça sabendo que tinha se esquecido de algo.

— Cheguei tarde ontem em casa, queria banho e cama. Meu dia foi cheio.

— Dormiu bem?

Assentiu e começou arrumar suas coisas. Nero observou cada detalhe, poderia ficar o dia inteiro admirando a mulher.

— Isso é bolinho de chuva? — perguntou ao ver o pote transparente revelando o interior.

— É sim — sorriu e logo fechou a cara se lembrando dos gestos carinhosos do marido.

— Amo bolinho de chuva, onde conseguiu?

Ela engoliu a seco.

— É...foi...foi a Lurdes, ela ajuda lá em casa.

— Diz pra...

Giovanna o interrompeu — Menti, não foi ela, foi Maurício, meu marido. 

— O corno?!  — riu.

— A gente precisa conversar, Nero, mas não agora, depois. Volta para o seu lugar, o pessoal tá chegando.

Alexandre ficou sem entender, suas inseguranças voltaram, logo ele tão seguro de si. Para o jovem Giovanna é uma certeza, não quer mais ninguém além dela. Só que sabe que não é recíproco e isso o assusta.

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