Capítulo 32

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Uma semana tinha se passado, o clima era o mais pesado possível. Parecia que tudo conspirava para isso, a cidade da garoa honrava o nome, o céu era escuro e o clima ameno.

Na sala de aula, era difícil a relação de Giovanna com Alexandre, ela tentava não olhar para ele, porque se fizesse isso seus olhos começavam a encher d'água. Já ele fingia que a professora não existia, começava a sofrer o apagão que tanto foi pedido desde que começaram a se envolver. Era mais fácil para o jovem lidar dessa forma, passou a sentar mais afastado e prestar atenção em qualquer coisa, menos nela.

Aos poucos voltava a ser o velho Alexandre, assim como ela volta a ser a velha Giovanna.

Antonelli tinha ido ao médico para saber como estava sua saúde. O desconforto que sentia era persistente e parecia que tinha aumentando. Suas noites de sono estavam reduzidas, os hormônios a todo vapor, seu corpo não parecia mais o mesmo.

— Bom, Gio. Olhando para os seus exames, não há nada fora do normal com a sua saúde. O que você me relatou sobre os testes de gravidez, prossegue, nada foi capturado no exame sanguíneo. Entretanto, com os demais exames que fizemos, pude confirmar o que já suspeitava. Os sintomas relatados: cansaço frequente, sono irregular, alteração de humor, suador... Só poderia ser os indícios de uma pré menopausa, o famoso climatério.

Giovanna estava aliviada de um lado e preocupada de outro. Não estar grávida já era uma vantagem, mas a menopausa era algo que a deixava frustrada. Fazendo com que se sinta velha, mesmo sabendo que não é tão nova assim e que eventualmente isso aconteceria. Porém, não estava preparada para ouvir tão cedo aquele diagnóstico.

Ultimamente ela não está preparada para nada, não sabe como lidar com os eventuais problemas que vem surgindo. Karmas são reais e ela vive essa realidade, só não entende os motivos. Se pergunta como uma mulher tão boa como ela pode estar vivendo na escuridão.

A luz no fim do túnel em que se encontra parece tão distante, sente que não sairá dessa posição tão cedo.


— Olha só...essa danadinha decidindo aparecer — tentava usar um tom leve, descontraindo.


— Pois é, mas ela não é um bicho de sete cabeças. É como a primeira menstruação, no começo é a pior coisa do mundo, mas depois nos acostumamos. O processo de transição será o mesmo daqui para frente não será diferente.


— Estou mais aliviada! — disse irônica.


— Sei que pode ser difícil ouvir isso, Gio, mas acontece com toda mulher. Vou te passar algumas recomendações do que fazer para aliviar os sintomas. — algumas sugestões básicas foram passadas e também como é esse processo.

O climatério é a fase de transição  do período reprodutivo para o não reprodutivo.

A Doutora também tratou com ela que seria interessante mais para frente, fazer a reposição hormonal. Ajudando a lidar melhor com as mudanças. Giovanna pediu mais algumas informações a respeito da reposição, a Doutora tratou de a instruir da melhor maneira possível.

Depois da consulta, decidiu ir para casa. Iria resolver questões de trabalho de forma remota. Com o computador em mãos, ela corrige os slides das apresentações. Chegou no grupo no qual não gostaria, tentou focar no que importava e não de quem era. Infelizmente era impossível, cada detalhe gritava Alexandre, e ela sabia o esforço que o aluno teve para entregar o melhor relatório e apresentação possível.


O trabalho não era digno de um dez, possui algumas falhas, mas ela dará a nota máxima por saber do que rolou por de trás das câmeras.

Toc. Toc.

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