Capítulo 31

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Em meio ao desespero chorou de raiva, não conseguia acreditar que foi irresponsável a ponto de engravidar — essa possibilidade sempre esteve fora de cogitação. — Logo ela, toda cuidadosa e preocupada com a vida profissional e pessoal. Talvez até preocupada demais em alguns aspectos do que em outros.


O sexo era sua última preocupação, se entregava por completo, permitindo-se a ter o melhor prazer. Ignorava qualquer consequência negativa do ato.


Em frente a porta do quarto observa seu aluno dormindo tranquilamente. — ela tinha o deixado ficar até o final de semana. — Algumas lágrimas escorrem pelo rosto, sente pena do rapaz. Ele não deveria ser pai tão cedo, tem milhões de sonhos pela frente.


E ela já tinha passado da idade de ser mãe. Acredita que nunca esteve na faixa etária para isso, uma vez que não se dá muito bem com crianças. Não sabe lidar com elas, não tem o dom, a maternidade não é para todas, muito menos para ela.


Desde a adolescência faz o uso do anticoncepcional, colocou o diu na fase adulta, mas precisou tirar, seu corpo não correspondeu adequadamente. Voltando para os métodos antigos e vivendo dessa forma desde então.


Maurício tinha o desejo de ter filhos, ela fazia de tudo para tirar esse pensamento da cabeça do homem. Com ela deu certo, mas como vivia na dúvida sobre os possíveis casos fora do casamento, não duvida que ele tenha filho/os com outra/as mulheres.


Respirou fundo e começou a secar as lágrimas, sua vontade era de gritar, ter um chilique igual a de uma criança. Procura achar um culpado para esse problema, colocar a culpa em outra pessoa é melhor do que se auto culpar, mesmo o erro sendo seu.

A probabilidade que tinha de conseguir dormir deixou de existir, está paranoica com a notícia, deseja que tudo seja um mal entendido. Uma desregulação no seu ciclo e não uma gravidez – detesta pensar nessa palavra.


Sua vontade era de beber o restante de vinho, mas não seria negligente ao ingerir álcool com a possibilidade de ter uma bebê em seu ventre. O que fez foi se trancar no banheiro e chorar até o amanhecer.


Saiu do cômodo quando os raios solares começaram a invadir o ambiente, limpou o rosto e fingiu que não passou a madrugada em claro lamentando-se do erro.

– Bom dia, meu amor!!! — Nero a abraçou por trás.

Giovanna está dentro do closet trocando de roupa, precisar ir em uma farmácia. Quer tirar a limpo a prova do que já suspeita.


— Nero, a gente precisa conversar.


Ele a encara atentamente.


— Eu...eu preciso que você vá embora — ela não conseguia encará-lo. — E não apenas da minha casa, da minha vida — o choro voltou, doía dizer aquilo. 


Nero está paralisado, não sabe como reagir, só consegue sentir o coração bater forte e a respiração desregulada. Não entende o que está acontecendo, a semana deles tinha sido maravilhosa, estavam vivendo da forma que ele tanto sonhou.


— Não dá para continuar assim — voltou a falar — não é justo com você. Minha vida está uma loucura, já te envolvi demais nisso. Você é só um menino, merece alguém que te dê o que não posso dar, pelo menos não agora. Pode não parecer, mas dizer isso me destrói muito. Porque...porque eu...eu te amo.


Tocou no rosto dele, emoldurando. Os olhos de ambos estão cheios d'água e o coração em pedaços.


— Te desejo tudo o que há de bom nessa vida, que você se torne um advogado incrível. E que possa encontrar uma mulher maravilhosa, construindo uma família linda ao lado dela.


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